Feel Driven — Caminhando por orientação dos sentimentos

Daniel Moreira
luizalabs
Published in
5 min readApr 12, 2018

História inicial

No meio de maio de 2017, uma nova squad nasce dentro da estrutura luizalabs que atua na área da logística. Havia apenas o Product Owner (PO) e o Tech Lead (TL). Eu atuava como Agilista em outra Squad, mas não como protagonista, pois havia outro Agilista atuando na linha de frente. Foi quando recebi o convite para ajudar a nova squad recentemente formada. Agora éramos o PO, o TL e eu como Agile Coach (AC).

Primeiro desafio: formar a equipe para cumprir a missão da squad

Aqui nós trabalhamos com missões, e a squad precisa ser composta de pessoas que, juntas, tenham condições de alcançar a realização da missão. Como éramos apenas a liderança compartilhada, precisávamos correr atrás de pessoas para compor o time.

Tínhamos o tempo contra nós. Passamos a procurar perfis que fossem compatíveis com o que precisávamos. O TL e eu fizemos inúmeras agendas com entrevistas a pessoas que encontrávamos. Foram manhãs, tardes e até noites falando com possíveis desenvolvedores. A base de relacionamento foi muito importante neste momento.

No início de outubro fechamos a equipe, contratando o último desenvolvedor. Durante o processo de contratações, enquanto os desenvolvedores iam chegando, nós já passávamos a encarar o segundo desafio.

Segundo desafio: conhecer o cliente interno e o que fazer para ajudá-lo

Paralelo às contratações, fazíamos nosso trabalho de ir a campo e entender as necessidades do nosso cliente interno. Fizemos 4 gembas neste tempo para levantarmos tudo o que achávamos necessário na visão do cliente e assim buscarmos cumprir a missão.

Nosso trabalho foi muito em uma espiral evolutiva, enquanto buscávamos desenvolvedores, estudávamos as necessidades do cliente, refinávamos estas necessidades e construíamos os MVPs.

Apesar do time ter sido formado, em sua maioria por desenvolvedores JR e PL, tinham uma performance consideravelmente boa. Claro, havia muita coisa a ser melhorada, mas o mais importante naquele momento, devido ao tempo e à missão a ser alcançada, era manter o time engajado e motivado. Neste sentido, surgiu meu grande desafio, que chamaria aqui de terceiro e estratégico desafio.

Terceiro desafio: manter o time engajado e motivado

Bem, o time já está construindo o produto. Com o dia a dia, muitos pensamentos, sentimentos e comportamentos são alterados, e a oscilação do engajamento e motivação torna-se algo preocupante. Com o tempo, os relacionamentos passam a gerar alguns atritos que refletem na produtividade e na qualidade do que se produz.

Após identificar que os gatilhos eram os sentimentos, pensamos em uma maneira de sustentar o engajamento e a motivação, desenvolvi uma maneira de “coletar” semanalmente os sentimentos dos envolvidos e através dos resultados desta coleta, termos um norte de onde deveríamos atuar e gastar mais energia para que a balança ficasse equilibrada.

Motivação

Dividi esta coleta em dois níveis de sentimentos: em grupo e individual

Em grupo

Nesta coleta de dados, geramos 3 tópicos a serem avaliados sempre relacionado à última iteração (que no nosso caso era semanal). Os tópicos eram: Técnico (qual a minha visão e satisfação quanto ao nível técnico?), Processo (qual a minha visão e satisfação quanto ao nível de processo/método?) e Pessoa (qual a minha visão e satisfação quanto ao nível de pessoas?). Junto à isso, coletávamos paralelamente os pontos positivos e negativos dentro desta mesma iteração, isso ajuda a capturar os “porquês” das “votações” e ajuda no plano de ação.

Isso era colocado dentro de uma planilha, que ficava mais ou menos assim.

Estes dados ficam acumulados na planilha que tornam-se uma base de dados cumulativa para geração do gráfico que nos dava a visão de como o time está se sentindo quanto aos tópicos. O gráfico ficava mais ou menos assim:

Note que o nível de satisfação quanto ao tópico pessoas manteve-se igual em todas as semanas aqui avaliadas, mas o técnico e processo tiveram suas oscilações. Quando tínhamos uma nota baixa para algum dos tópicos, agíamos já na próxima iteração fazendo com que aquele tópico tivesse uma ascendência. Com isso mantínhamos o time engajado e motivado.

Mas o problema poderia ser originado não somente a nível de grupo, mas sobre o próprio indivíduo dentro de grupo. Por isso, criamos junto à esta “avaliação” uma maneira de coletar os sentimentos da própria pessoa.

Individual

Semelhante à coleta em grupo, o individual possuía uma outra abordagem. Era mais focado na “introspecção”, onde a pessoa olhava para si mesmo e como ela contribuiu ou não para o grupo dentro da última iteração. Aqui separamos 5 tópicos: Pensamento (minha forma de pensar está sendo benéfica?), Colaboração (estou trabalhando de forma colaborativa?), Entrega (estou comprometido com as entregas?), Planejamento (estou me planejando de forma adequada para os trabalhos?), Desenvolvimento (estou me desenvolvendo pessoal e profissionalmente?).

A planilha ficava mais ou menos assim:

Que nos gerava um gráfico assim:

O bom deste individual, é que além de utilizá-lo para melhorar o time como um todo, eu utilizava no foco individual, e assim conseguia fazer um trabalho de coach e mentoria para cada indivíduo do time.

Conclusão

E assim trabalhamos o ano de 2017, sustentando o engajamento e a motivação focando nos sentimentos das pessoas. Isso me trouxe uma grande experiência no sentido de entender quando e como atuar para que as pessoas mantenham-se no compromisso.

Até mais e um grande abraço! 👍

Inspiração

Sugestão

  • Liderando Mudanças. Kotter, John.
  • O coração da mudança: Transformando empresas com a força das emoções. Kotter, John. Cohen, Dan.

Originally published at www.agilean.eti.br on December 20, 2018.

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