P&D Labs Innovation Digest #15 — Empatia no Varejo, Roupas Inteligentes, Relações em tempo de pandemia e muito mais…

Pesquisa & Desenvolvimento
luizalabs
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12 min readNov 18, 2020

Olá, Pessoal!

Nessa edição teremos uma curadoria especial feita pela turma de Trainees 2020 do Magalu! Abrindo um pouco como funciona nosso programa, os participantes passam por diversas unidades de negócio para entender seus processos e rotinas durante seis meses e nessa última rodada, eles fizeram uma imersão dentro do time de P&D, com desafios que vão desde a criação conceitos e hipóteses utilizando as ferramentas do nosso dia-a-dia, até a leitura de artigos e conteúdos para colaborar com a nossa edição do digest.

Quanto ao nosso COLAB, para novembro, mês da consciência negra, falamos com a Qintess, uma empresa com um programa que promove a diversidade, acelera a inovação e contribui com o modelo de capitalismo sustentável seguindo as melhores práticas de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance).

Texto por: NANA BAFFOUR— CEO Chairman & Chief Culture Officer da Qintess

Capitalismo Sustentável & Transformação Digital — Qintess

Inúmeras mudanças são esperadas para o mundo pós-pandemia, mas os desafios trazidos pela Covid-19 evidenciaram uma tendência em especial: a ascensão de um capitalismo mais sustentável e inclusivo, que demanda maior agilidade das empresas na busca pelo equilíbrio entre suas necessidades financeiras, o bem-estar dos colaboradores, e as responsabilidades sociais. Para prosperar nos próximos anos, as corporações precisam passar por uma mudança profunda de paradigma, abraçando um modelo que, além de ajudar os negócios a florescerem, contribua com a preservação da humanidade e do planeta.

Até pouco tempo, o propósito de uma empresa se baseava na maximização do retorno de seus acionistas, reflexo da “Primazia do Acionista”, conceito introduzido por Milton Friedman, que dominava o mundo dos negócios há décadas. Contudo, mesmo antes da pandemia, esse conceito já vinha se desgastando, por se mostrar ineficiente para lidar com um mundo em constante mudança. Por isso, no final de 2019, a Business Roundtable (BRT), grupo formado por CEOs das maiores empresas dos EUA, veio a público declarar que o estava abandonando, em favor de um modelo de negócio mais inclusivo e sustentável. O BRT destacou cinco áreas focais como norte: 1. Agir de forma justa e ética com fornecedores; 2. Suportar as comunidades onde se atua; 3. Agregar valor aos clientes; 4. Investir nos colaboradores; e 5. Gerar valor de longo prazo para os acionistas.

Neste sentido, tornou-se crucial para qualquer organização, estabelecer um equilíbrio no que diz respeito à alocação dos recursos da empresa entre todos os constituintes chave: clientes, colaboradores, acionistas e sociedade. De acordo com pesquisa da Nuveen TIAA de Investimento Responsável, em 2018, foram investidos $30 trilhões de dólares em iniciativas ESG (Environmental, Social and Corporate Governance, em inglês) globalmente e 90% das empresas S&P 500 já emitem relatórios de sustentabilidade. Assim, melhorar o relacionamento com os quatro constituintes chave e equilibrar suas responsabilidades para com cada um deles passou a ser também determinante para o sucesso dos negócios como um todo.

Mas como alcançar este equilíbrio? Este seja, talvez, o maior questionamento dos últimos tempos. E, para isso, trago uma resposta imediata: com tecnologia e inovação. A soma desses dois elementos é o segredo do equilíbrio perfeito. A tecnologia sempre foi catalisadora da transformação, mas ela por si só não é suficiente. Ela precisa ser combinada com novos processos de negócios, rotinas de gestão e treinamento dos colaboradores, além de ações intangíveis como cultura organizacional, diversidade e inclusão. Saber aplicar essa “fórmula” é determinante para o sucesso. Aliadas à inovação, as tecnologias digitais podem mudar a proposta de valor de produtos e soluções, bem como contribuir com a intermediação do relacionamento com os clientes finais e a sociedade.

Dessa forma, aceitando que as empresas devem atingir o equilíbrio entre as partes interessadas e que a transformação digital é uma maneira de alcançá-lo, é importante notar que construir empresas capitalistas sustentáveis tem menos a ver com fazer o bem e mais com inovar em face de mudanças significativas e competitivas. Em artigo recente da Harvard Business Review (HBR), Tensie Whelan e Carly Fink, ambas da NYU Stern Business School, argumentam que a construção de negócios sustentáveis gera melhores resultados pois são capazes de: impulsionar a competição por meio do engajamento; aprimorar a gestão de risco, fomentar a inovação; melhorar o desempenho financeiro; construir a fidelidade do cliente; e atrair e engajar colaboradores.

Prova disso é o fato descoberto pela McKinsey, ainda em 2014, de que desafios socioambientais podem gerar impacto de 25% a 70% no EBITDA das empresas. Nesse sentido, se considerarmos ainda a projeção da OCDE (The UN World Water Report, 2016) que, até o ano de 2050, mais de 2,3 bilhões de pessoas vivendo com estresse hídrico, não há como ignorar que nossas ações no presente são determinantes para o futuro do planeta. Como CEO de uma das maiores empresas de Tecnologia e Transformação Digital do Brasil, eu não apenas acredito nestes conceitos, como aplico essas práticas no nosso negócio. Na Qintess, temos como grande motor propulsor a sustentabilidade, por isso, todas as nossas ações estão alinhadas com as melhores práticas de ESG, com uma genuína preocupação com as nossas pessoas e com as comunidades onde operamos. Afinal, tais contribuições também são capazes de reduzir a crescente desigualdade econômica que ficou ainda mais evidente após a pandemia. Segundo dados do Credit Suisse Research Institute, 70% da população possui apenas 3% da riqueza, enquanto 0,7% detém 45,2% da riqueza total do mundo.

Com base em todos esses conceitos e como um orgulhoso residente brasileiro nascido em Gana, cidadão americano, e um dos poucos CEOs negros no Brasil, tenho o compromisso pessoal e empresarial de promover a diversidade, acelerar a inovação e contribuir com o modelo de capitalismo sustentável. Me mudei para os EUA aos 20 anos, para cursar Economia após conquistar uma bolsa de estudos, e devo dizer que, ser um imigrante negro, africano, nos EUA não foi algo simples, mas isso nunca me intimidou. Na juventude, li um livro sobre o primeiro negro nos Estados Unidos a montar uma empresa de US$ 1 bilhão e me inspirei. Me tornei um dos maiores empreendedores do setor de tecnologia do mundo e à frente da Qintess, me comprometi a seguir as melhores práticas de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance, em inglês) e retornar para a sociedade todos os frutos que pude colher até aqui.

Nesse contexto, anunciamos em julho o investimento de 10 milhões de reais nos próximos cinco anos, para apoiar e fomentar o empreendedorismo, a diversidade e a inovação social no Brasil, possibilitando o acesso de afrodescendentes, LGBTI+, pessoas com deficiência e outros representantes da diversidade na área de tecnologia. Nos tornamos signatários da ONU Mulheres; criamos um Grupo de Liderança Feminina; lançamos a Célula de Diversidade e Inclusão, liderada por uma mulher trans; aderimos aos 10 Compromissos do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+; fortalecemos o nosso código de conduta; e criamos o Qintess Ignite Startups — programa de aceleração que busca fomentar novos negócios inovadores, incluindo projetos com foco em cunho social.

Claramente, um novo paradigma em direção ao capitalismo sustentável é necessário para melhorar o desempenho dos negócios na nova economia e as empresas precisam compreender o poder da transformação digital como a principal ferramenta para construção do capitalismo sustentável.

Dito isso, semana iniciando e, como prometido, apresentamos neste artigo, parte daquilo que nos despertou interesse e que chamou atenção do nosso time.

Dá uma olhada, siga nossa página e comece a semana sabendo um pouco mais do que está rolando no mundo!🤓

Top Trends

Máscaras faciais de alta tecnologia — Tech Xplore

A máscara “C-Face” funciona transmitindo a fala do usuário para um smartphone por meio de um aplicativo e permite que as pessoas conversem mantendo uma distância de até 10 metros (32 pés). Ele pode traduzir a fala do japonês para o inglês, coreano e outros idiomas.

Aplicativo vinculado a capa do celular para auxílio de mudanças emocionais — Springwise

A tecnologia consiste no uso de sensores capazes de monitorar os aspectos físicos de cada emoção através das capas dos smartphones, que possui um design de formas onduladas e naturais, que ajudam a regular essas emoções.

Conectado ao aplicativo, o segundo passo é fornecer suporte ao usuário em como reagir às situações de abalo emocional, a partir de uma combinação de perguntas e atividades aprovadas clinicamente, que tornam a experiência mais personalizada continuamente.

Rede 4G na lua — CNN Business

A NASA concedeu US $ 370 milhões a cerca de uma dúzia de empresas, incluindo a Nokia, para implantar tecnologia na superfície lunar.

As inovações incluem geração de energia remota, congelamento criogênico, robótica, pouso mais seguro e, ainda, a rede 4G! Os astronautas vão usar a rede sem fio para navegação em tempo real sobre a geografia lunar e streaming de vídeo de alta definição. E já estão apostando que o 4G provavelmente vai funcionar melhor na lua do que aqui.

Localizador de produtos omnichannel — NoVarejo

A Gofind é uma plataforma que mapeia e mostra onde comprar produtos nas proximidades, enquanto a Intellibrand é uma solução para executar um mapeamento semelhante, porém em lojas virtuais.

A integração das informações das duas plataformas foi um processo natural, buscando a conveniência para o consumidor, que agora em uma mesma tela pode descobrir onde encontrar o produto desejado no online ou lojas físicas.

Como a experiência da empatia está redefinindo o varejo — PSFK

Transparência é uma expectativa e expressar abertamente os valores organizacionais e os esforços de responsabilidade social empresarial rapidamente se tornaram imperativos de negócios. Em um ano repleto de turbulências e incertezas, os consumidores exigem que as empresas com as quais interagem demonstrem um impacto real antes de pensarem em se tornar um cliente. Com 65% dos consumidores relatando que as ações que as empresas tomam durante este período de crises multiplicadoras terão impacto onde eles escolhem comprar, é fundamental que as marcas e os varejistas tomem ações significativas para melhor servir seus clientes, funcionários e comunidades.

Novos Negócios

Aluguel de cinemas privados durante a pandemia — The Crunch

Assim como vários outros setores, o de entretenimento foi e continua sendo impactado pela pandemia. A empresa americana AMC decidiu, então, iniciar seu modelo de negócio para aluguel de salas inteiras de cinema por preços que começam em $99.

Por enquanto, nenhuma grande produtora de filmes decidiu voltar a fazer novos lançamentos e estão aguardando o melhor momento que ainda não chegou. No entanto, a empresa está bem confiante que essa nova estratégia irá, aos poucos, ajudar a recuperar o público e o faturamento perdido nessa pandemia sem precedentes.

Roupas inteligentes podem ser a nova tendência no cenário de saúde e segurança — Forbes

A integração da tecnologia em roupas torna os tecidos mais inteligentes, permitindo o acompanhamento da temperatura corporal, frequência cardíaca e respiratória e ainda a ventilação em pacientes atingidos pelo Corona vírus. Já existem testes pra esportistas e desenvolvimentos de pijamas voltados à pessoas mais velhas para o monitoramento da saúde.

O Google já fornece tecnologia para roupas inteligentes em parceria com empresas como Levi’s e Adidas. Microsoft e Apple também já demonstram interesse nesse mercado que tem um potencial ainda a ser descoberto.

Amazon Halo: um dispositivo leve e inteligente com foco na sua saúde — Forbes

Amazon Halo é um dispositivo para acompanhamento físico e de saúde. A ideia é colocar e esquecer que ele está lá para evitar distrações. Dentre as funcionalidades pode-se citar: medição de gordura corporal, avaliação de níveis de estresse, monitoramento do sono e tempo de caminhada. Funções que auxiliam no acompanhamento de hábitos e da saúde do usuário. As informações podem ser acompanhadas pelo aplicativo da Amazon Halo no celular, o custo é de $3,99 para ter o acompanhamento e visão desses dados em um dashboard na palma da mão.

Canal de TV para videoclipes da Apple — The Verge

A Apple lançou um canal de TV com transmissão ao vivo e gratuita de 24 horas, com curadoria de videoclipes populares: o Apple Music TV.

O canal é uma aposta direta da Apple para dominar o espaço dos videoclipes, atualmente consolidado pelo Youtube. Ele apresentará estreias de vídeos e será lar para os conteúdos originais da Apple Music.

Marketplace de criptoativos lança desafio com prêmio em criptomoedas — Coin Times

A BitPreço, marketplace de criptomoedas, criou um enigma, com direito a prêmio de R$ 5.000,00 em criptomoedas. Para ganhar, é preciso encontrar 12 palavras chaves escondidas que serão divulgadas através de dicas por e-mail e pelas redes sociais da empresa. Esta já é a terceira ação da empresa que possui 2 anos de atividades no mercado de criptomoedas.

Espelhos inteligentes é a aposta da Lululemon — Retail Dive

A varejista de esporte está integrando em seu catálogo o Mirror, um espelho inteligente que além de exibir treinos personalizados em sua tela, também permite uma gama de recursos de engajamento, incluindo que os usuários liguem a câmera embutida para ver e interagir com outros membros, recriando um pouco a experiência de treino presencial.

O produto também permitirá que os usuários “se enfrentem” contra outro membro nos treinos, ganhem pontos por acertar e manter as zonas-alvo de freqüência cardíaca e enviar high fives virtuais para outros membros a plataforma.

Glovo está montando uma unidade de logística B2B para entrega urbana super rápida — Tech Crunch

A empresa espanhola acaba de anunciar o lançamento de uma nova unidade de negócios, chamada Q-Commerce — o “Q” que significa rápido — para acelerar o desenvolvimento de um serviço B2B que fará com que se ofereça o estoque de produtos de terceiros em seus depósitos e tenha os couriers que operar em sua plataforma sob demanda e fazer entregas para outras empresas também — oferecendo o que chama de solução de logística “turn key” para empresas de todos os tamanhos para sustentar suas próprias lojas online.

Para oxigenar a cabeça

Aumento no sucesso de aplicativos de namoro na pandemia — Mashable

À medida que os casos de coronavírus aumentam nos Estados Unidos, os aplicativos de namoro também estão crescendo consideravelmente.

De acordo com especialistas, o isolamento social causa o desejo e necessidade de estabelecer algum tipo de intimidade, servindo como um mecanismo de enfrentamento da “solidão”.

Não só o engajamento está aumentando, mas também a quantidade de solteiros que estão levando a sério o uso desses aplicativos de namoro. Já é perceptível uma mudança de cultura dessas pessoas, que, por conta da pandemia, estão gastando mais tempo se relacionando virtualmente antes de ir para um encontro presencial.

Como a pandemia de Covid-19 mudou o futuro das grandes cidades — Fast Company

Esta pandemia está nos desafiando, mas também oferece uma chance única em um século de mudar o curso e desfazer alguns dos danos do tráfego, congestionamento, poluição e urbanismo. Exemplo ao transporte está no centro do que estamos fazendo em resposta à crise do COVID.

Cidades em todo o mundo estão se voltando para ruas sem carros como parte da recuperação. Não porque seja divertido ou devido a qualquer agenda política, mas porque as ruas acessíveis são melhores para os negócios e melhores para se morar. E as mesmas coisas que tornam o ciclismo e a caminhada atraentes em uma pandemia — que são resistentes e confiáveis ​​e acessível e você pode estar socialmente distanciado — era verdade antes da pandemia. A pandemia pode dar às cidades uma vantagem inicial em uma nova ordem urbana.

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PS: Temos Vagas!! #vemserfeliz

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