P&D Labs Innovation Digest #66 Ações para tratar lixo eletrônico, IA literalmente na moda, TikTok shop e os direitos dos “fictosexuais”

Pesquisa & Desenvolvimento
luizalabs
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8 min readSep 22, 2023

Sextou e com ela mais uma edição da nossa Newsletter Innovation Digest e esta, especialmente, você não pode perder. Isso porque a nossa curadoria está global, tem notícia sobre startup alemã, ganense, norueguesa e, claro, as novidades do mercado chinês, além do caso de um japonês em Tóquio que resolveu lutar pelos direitos dos fictosexuais (não sabe o que é isso? Fica tranquilo que a gente também não sabia até ontem, mas agora você vai ficar sabendo!).
Vem ler e não esquece de deixar as palminhas. E deixa eu contar que a gente viciou no ChatGPT e contamos com a ajuda da ferramenta de novo para esse resumo ;)

Bora lá!

Top Trends

TikTok Shop chegou aos EUA — Gizmodo

A gente sabia que não demorava muito para acontecer e esse momento chegou! O TikTok lançou oficialmente seu recurso de compras online nos Estados Unidos, trazendo um botão “comprar” para sua página inicial, e já no primeiro momento do lançamento, atingindo mais de 150 milhões de usuários no país. ByteDance, empresa controladora da rede social, testava o recurso Shop desde novembro do ano passado, incorporando ao longo dos testes várias marcas e adicionando recursos como vídeo in-feed e compras ao vivo.

É importante destacar que nem tudo são flores, já que a iniciativa tem levantado preocupações de segurança de dados nos EUA, uma vez que o TikTok enfrentou alegações de coleta massiva de dados de usuários no país, levando a pedidos de proibição por legisladores. O TikTok assegurou que todos os dados dos usuários serão armazenados e gerenciados nos EUA e enfatizou seu compromisso com um ambiente seguro. Embora não tenha detalhado seu modelo de comissão, a empresa está buscando atrair vendedores para sua plataforma e já incluiu várias marcas conhecidas em seu serviço TikTok Shop.

Google integra Bard, sua IA Gen, a outros serviços — Google

Seguindo os passos da Microsoft que integrou a OpenAI com diversos serviços, o Google também passou a integrar o Bard, seu experimento de IA generativa, aos aplicativos e serviços da empresa, permitindo que os usuários acessem informações da generativa de diversas ferramentas, como Gmail, Docs, Drive, Google Maps, YouTube e outros, tudo em uma única conversa. Além disso, o recurso “Google it” foi melhorado para verificar a precisão das respostas do Bard e foi expandido para cobrir uma variedade maior de contextos.

Com a adição das extensões do Bard, os usuários podem realizar tarefas complexas, como planejar viagens, reunindo informações de diferentes aplicativos em uma conversa contínua e intuitiva. Além disso, agora é mais fácil compartilhar conversas com outras pessoas, permitindo a continuação das interações e o compartilhamento de conhecimentos. A expansão do acesso aos recursos do Bard em mais de 40 idiomas e as melhorias no modelo PaLM 2 tornam o Bard uma ferramenta mais versátil e útil para uma variedade de tarefas. Essas atualizações estão disponíveis em bard.google.com.

IA para recomendar tamanhos de roupas e evitar trocas — Springwise

Quem nunca comprou uma roupa e precisou trocar porque o tamanho não serviu? De olho em um problema cada vez mais recorrente, que fez 54% dos vestidos comprados na Europa serem devolvidos, a startup Saiz, com sede na Alemanha, resolveu usar Inteligência Artificial para criar modelos 3D personalizados de cada cliente e, em seguida, combinar esses modelos com as medidas dos produtos, oferecendo recomendações precisas de tamanho.

A solução não oferece benefícios apenas para os consumidores, que passam a encontrar o tamanho correto da roupa, mas também para as marcas que recebem análises detalhadas dos clientes, permitindo melhorar a experiência de compra e reduzir as devoluções. Os dados coletados permite às empresas melhorarem a consistência do ajuste em suas linhas de produtos, reduzindo custos e impactos ambientais. Recentemente, a Saiz conseguiu um investimento para expandir a equipe e aprimorar sua plataforma. O grande objetivo da empresa é contribuir para uma indústria de moda mais sustentável e eficaz.

Novos Negócios

App ajuda a reduzir o desperdício e as emissões de carbono — Springwise

O Fórum Económico Mundial (WEF) alerta que a indústria alimentar global é responsável por um terço das emissões anuais de gases de efeito estufa, com metade delas atribuídas ao desperdício alimentar. Em resposta a esse problema, a startup norueguesa de tecnologia alimentar, Throw No More, desenvolveu um aplicativo que ajuda varejistas a vender produtos quase vencidos e com excesso de estoque, reduzindo drasticamente o desperdício comercial de alimentos.

O aplicativo fornece uma visualização em tempo real dos itens disponíveis nas proximidades, permitindo que os clientes comprem com desconto, ajudando a aumentar as vendas das lojas e diminuir o desperdício global de alimentos em até 4%. Além disso, os usuários podem inserir seus códigos postais para comprar em qualquer lugar e acompanhar as emissões de dióxido de carbono evitadas em cada compra, promovendo práticas mais sustentáveis.

Atualmente, a Throw No More trabalha com supermercados na Noruega e está buscando expandir sua atuação local e regional por meio de uma campanha de crowdfunding. A iniciativa é um exemplo das inovações tecnológicas na indústria alimentar, que também inclui o aumento da eficiência na produção agrícola e a avaliação de riscos climáticos para culturas de alto valor, contribuindo para a redução do desperdício e das emissões de carbono em toda a cadeia alimentar.

Startup africana combate a crise de lixo eletrônico — TechCrunch

E nesta edição a gente segue falando sobre iniciativas para combater o lixo eletrônico. Na última edição, a gente contou aqui que o estúdio de design Lazerian, sediado em Manchester, construiu o Recover-E, uma réplica de carro de corrida feita inteiramente de lixo eletrônico, e desta vez o destaque vai para a AppCyclers, uma startup sediada no Gana, que está focada em enfrentar a crescente crise de lixo eletrônico na África, onde a maioria dos dispositivos eletrônicos descartados não é reciclada e acaba poluindo o meio ambiente.

A empresa criou um mercado online onde pessoas físicas e empresas podem comprar e vender resíduos eletrônicos recicláveis, com o objetivo de maximizar a reutilização e reciclagem desses materiais. Sem uma infraestrutura de reciclagem local, a AppCyclers também está envolvida na coleta física de resíduos eletrônicos e planeja investir em novas instalações de reciclagem em Gana. Além de sua plataforma, a AppCyclers também investiu no desenvolvimento de máquinas para separar materiais valiosos, como cobre e ouro, de resíduos eletrônicos. A empresa também está trabalhando em um modelo de IA para avaliar o valor de resíduos eletrônicos em fotos, visando tornar o processo de precificação mais eficiente e acessível aos consumidores que utilizam sua plataforma web. A AppCyclers surgiu como uma das empresas participantes do Startup Battlefield 200 no TechCrunch Disrupt 2023.

Para Oxigenar a Cabeça

Campanha pelos direitos dos ‘Fictosexuais’ em Tóquio — DW

Akihiko Kondo, um japonês casado com uma cantora virtual chamada Hatsune Miku, lidera uma campanha para defender os direitos dos “fictosexuais”, aqueles que têm atração por personagens fictícios. Kondo fundou a Associação dos Fictossexuais em 2023 para combater o preconceito e apoiar outras pessoas em relacionamentos semelhantes. Apesar de encontrar apoio entre os mais jovens em seu ambiente de trabalho, Kondo enfrentou discriminação, ameaças de morte e obstáculos legais, pois a lei japonesa não reconhece casamentos com personagens virtuais. Pesquisas sugerem que o fenômeno de se apaixonar por personagens fictícios não é incomum no Japão, principalmente entre os consumidores ávidos de animes e mangás conhecidos como “otaku”.

Kondo, que encontrou aconchego em sua relação com Hatsune Miku em um momento difícil de sua vida, está determinado a desafiar a discriminação e buscar a aceitação dos “fictosexuais”, enquanto luta por direitos iguais para aqueles que se relacionam com personagens fictícios. O fenômeno dos “fictosexuais” surgiu nos anos 1980 e 1990 no Japão, em meio à cultura otaku, como uma forma de escapismo da realidade, e tem sido observado em uma parcela significativa da população jovem japonesa.

“Noctalgia”: Sensação de perda por não ver mais as estrelas —Futurism

O astrofísico Paul Sutter, do Flatiron Institute, abordou o crescente fenômeno de “noctalgia” em um artigo para o Space.com. A noctalgia descreve a sensação de perda profunda experimentada por muitas pessoas devido à poluição luminosa, que torna difícil ver as estrelas no céu noturno, especialmente para aqueles que vivem em áreas urbanas. Este termo foi introduzido em um artigo não revisado por pares e em uma carta na revista Science.

A poluição luminosa, agravada pelo uso de luzes LED, tem aumentado ano após ano desde 2011, reduzindo a visibilidade do céu noturno. Isso afeta não apenas a observação astronômica, mas também perturba os ritmos circadianos humanos e animais, prejudicando padrões naturais de luz. Além disso, os astrônomos argumentam que a poluição luminosa representa uma perda cultural, já que a humanidade construiu mitologia, religião e tradições em torno do céu noturno. Assim, a noctalgia vai além da simples perda ambiental, representando a perda de herança, identidade e tradições ligadas ao cosmos que moldaram a história da humanidade.

Caso você tenha perdido…

Em um bate papo cheio de dicas e novidades sobre inovação, carreira e tecnologia, o pessoal do Luizalabs — a área de inovação e tecnologia do Magalu — conversa semanalmente com diferentes convidados pra trazer um pouco de conhecimento e informação para você!

Valeu, gente! Até a próxima ;)

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