Um guia empírico de Plano de Desenvolvimento Individual de Carreira

Thyago Mininelli
luizalabs
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5 min readJan 19, 2024

Normalmente costumo escrever artigos relacionados aos conhecimentos técnicos e culturais na Tecnologia da Informação, como estes. Porém, desta vez fui desafiado a escrever um artigo explicando a minha experiência no desenvolvimento de minha carreira, principalmente neste período que estou no LuizaLabs (área de tecnologia do Magazine Luiza).

Desde o momento que ingressei no Labs (como chamamos carinhosamente a área), em meados de 2020, até os dias atuais passei por vários desafios e mudanças de jornadas que me fizeram crescer e me desenvolver como profissional de TI. Claro que as experiências anteriores à atual empresa me ajudaram também, entretanto foi aqui que consegui criar um modus operandi em meu desenvolvimento, com ajuda de meus líderes e meus pares de trabalho. Para apresentar melhor esse guia, podemos dividir em 3 partes a criação do PDI. São elas:

Primeira Parte: Identificando as habilidades

Uma habilidade está intimamente relacionada com a aptidão para cumprir uma tarefa específica, cumprir alguma atribuição de algum cargo, executar uma determinada função, resolver um desafio. Toda habilidade pode ser treinada, porém, claro, algumas pessoas tem maior potencial para uma determinada habilidade em relação às outras pessoas. Todavia, todas as habilidades são desenvolvidas. Neste ponto existem duas principais categorias de habilidades, as técnicas (hard skills) e as comportamentais (soft skills). Não vou entrar em detalhes sobre quais são as habilidades técnicas e comportamentais existentes, deixo isso para você, pessoa leitora desse artigo, o meu objetivo aqui é ajudar a colocar em prática como desenvolver as habilidades. Ao invés de criar um lista de quais habilidades tem que desenvolver, pois isso soa como uma abstração — exemplificando: “Preciso desenvolver as habilidades de: comunicação, inovação e análise analítica.” Podemos responder a seguinte frase:

Vou desenvolver a habilidade de {nome da habilidade} para {o que fazer com a habilidade}

Ou seja, as 3 habilidade mencionadas acima podem ser adaptadas assim:

  • Vou desenvolver a habilidade de comunicação para ajudar as pessoas que trabalham comigo a entender sobre os problemas recorrentes.
  • Vou desenvolver a habilidade de inovação para trazer soluções de mercado que adaptam a realidade da empresa.
  • Vou desenvolver a habilidade de análise para interpretar e levar dados de pesquisa do produto.

Note que são exemplos práticos da aplicação de uma habilidade. Isso é necessário quando está em algum cargo (ou almeja um novo cargo), executa alguma função, quando tem um desafio de vida que deseja concluir, quando tem alguma atribuição para ser realizada, ou seja, quando for necessário ter uma determinada habilidade para realizar os exemplos acima.

Agora te desafio a exercitar essa parte colocando e uma frase a habilidade que deseja desenvolver e o que irá fazer com ela.

Segunda Parte: Crie tarefas com prazos

Esta parte tem como objetivo listar as tarefas que precisa fazer para desenvolver as habilidades listadas anteriormente. Pois, são essas atividades que vão estimular o desenvolvimento das habilidades. Existem várias maneiras de listar essas atividades. Vou dar dois exemplos a seguir, mas fique a vontade de organizar da melhor forma. Porém, há uma coisa muito importante: Essas tarefas deverão ficar visíveis!

Diariamente ou periodicamente, você deverá vê-las para não esquecer e manter o foco. Essa parte, a habilidade de disciplina é muito importante, pois será com ela que você conseguirá manter o foco e lembrar o que deverá ser feito. Também não tem problema se em algum período achar que alguma tarefa deverá sair ou entrar na lista. O importante é saber o que precisa ser feito e conclui-las.

Como dito anteriormente, abaixo temos dois exemplo de listagem de tarefas.

Quadro de Tarefas: Conhecido como quadro ou board (em inglês)

Cada cartão deverá ter a tarefa que será executada e o prazo de término. Novamente usando como exemplo as habilidades mencionadas, as tarefas podem ser:

  • Descrição: Criar um modelo de solução que adapta a empresa para resolver o problema “xpto”. Prazo: 60 dias;
  • Descrição: Apresentar para a liderança os insigths baseado na análise da pesquisa trimestral. Prazo: 90 dias;
  • Descrição: Conversar semanalmente com os pares de trabalho para explicar os problemas recorrentes da área. Prazo (ou duração): 4 meses;
  • Descrição: Concluir o curso de oratória. Prazo: 30 dias;

Outro exemplo de listagem é uma planilha contendo a primeira coluna sendo a descrição das tarefas e segunda com os prazos.

Crie quantas atividades achar necessário para realizar num determinado período.

Terceira Parte: Promova encontros para feedback

Essa terceira e última parte está relacionada ao retorno e opiniões de pessoas que trabalham e vivem diariamente com você e podem ajudar a avaliar se seu plano de desenvolvimento está indo bem e conseguindo desenvolver as habilidades listadas. Existem dois momentos para isso.

O primeiro são encontros periódicos (semanais, quinzenais ou mensais) que vão te ajudar a saber ser você está conseguindo colocar em prática o seu plano, normalmente são essas pessoas que vão te ajudar a ter disciplina e resolver algum problema que te impeça a realizar alguma tarefa. No meio corporativo esses encontros tem vários nomes, por exemplo, 1:1, reunião de feedback, etc. Nada mais é que um encontro periódico. Também é possível fazer isso fora do ambiente corporativo, com pessoas de sua confiança.

O outro momento é a avaliação desse ciclo de desenvolvimento. Sim, isso deverá ter um começo, meio e fim. Você não vai desenvolver uma habilidade eternamente, é necessário avaliar e saber se já conseguiu evoluir a ponto de treinar outra habilidade. Também existem várias formas de avaliar esse ciclo, normalmente eu faço uma autoavaliação, peço avaliações de pessoas próximas a mim e depois reúno essas avaliações para saber as diferenças e semelhanças. Às vezes, o que eu acho que fui bem, para uma outra pessoa não fui tão bem assim. Um modelo que gosto de fazer é ter perguntas relacionadas às habilidades, as respostas serem um grau de excelência, dando espaço para respectivas observações. E, por fim, os pontos positivos e a melhorar. Exemplificando:

Observe que são perguntas que vão avaliar o grau de excelência da habilidade desenvolvida no determinado período que planejou. Crie em torno de 3 a 5 perguntas, mais que isso, pode ser que, esse encontro da avaliação fique longo e cansativo para as pessoas que estão participando.

No final os pontos positivos e negativos te darão conteúdo para trabalhar em um novo ciclo de desenvolvimento.

Espero que esse guia, nada científico, porém prático, possa te ajudar a desenvolver as habilidades no qual você considera importante no que está fazendo ou no que pretende fazer.

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Thyago Mininelli
luizalabs

Código e café no sangue. Pensando em soluções tecnológicas para proporcionar inovações.