Seus novos parceiros do dia-a-dia: os assistentes inteligentes (bots)

Pedro Rocha
Luneta
Published in
6 min readMar 6, 2017
[Photo: cjmacer via Shutterstock]

E se um robozinho te ajudasse a realizar suas tarefas cotidianas, automatizando algumas delas e processando informações, consultando e interagindo com outras ferramentas, para te entregar "mastigado" aquilo que você levaria muito tempo fazendo manualmente?
Parece interessante, né?

E o que é "assistente inteligente"?

A figura de um assistente, aquele que pode executar as tarefas definidas por alguém, o liberando para fazer outras coisas, sempre foi presente.

Podemos citar o Alfred, sempre dando ótimas ajudas ao Batman, seja trazendo informações ou realizando tarefas de forma impecável.
Ou quem sabe falarmos do incrível Jarvis, assistente do Homem de Ferro, que prontamente executa aquilo que Tony Stark pede.
Temos também a Rosie, dos Jetsons, que é um robô humanoide que realiza tarefas “não-digitais” prontamente também.

Brincadeiras, desenhos animados e ficção-científica à parte, em nosso dia a dia temos muitas pessoas nos dando apoio em tarefas que, de outra forma, nós levaríamos muito tempo para fazer.
Quando falamos em assistentes inteligentes como sendo robôs, a imagem que nos vem imediatamente é de uma máquina com aspectos humanos no entanto, o que soa como algo um tanto intimidador e distante, de certa forma, quando isso não é necessariamente verdade.

O surgimento de pequenas ferramentas(no fundo são softwares — sistemas, aplicativos, entre outros nomes comumente usados) que funcionam de forma independente/autônoma(daí chamados de "bots" — de "robots") e com os quais podemos dialogar(muitas pessoas inclusive chamam de "ChatBots") começa a nos permitir ter sempre por perto um assistente para que possamos pedir informações ou realizar ações sem a necessidade de um aplicativo específico de celular ou desktop, nos libertando das interfaces convencionais(sites ou aplicativos de celular e desktop). São pequenos robôs assistentes e, em sua maioria, virtuais(veremos abaixo alguns casos onde até existe algo físico).

Como são os assistentes inteligentes?

Essa nova forma de interagir com os sistemas é chamada de "conversacional", porque ela se baseia em algo muito similar a uma conversa que nós poderíamos ter com uma pessoa. É como pedir algo a alguém, e essa pessoa consultar as coisas necessárias e trazer a resposta, ou executar aquilo que pedimos. A diferença é que é um robôzinho do outro lado da conversa.

Quando acessamos o Google, geralmente perguntamos quais sites possuem o conteúdo "X", mas a mesma caixa pode fazer contas matemáticas, mostrar cotação da moeda, pesquisar passagens aéreas, etc. Podemos dizer que a ideia dos assistentes inteligentes é de ter essa "uma caixa" de diálogo também, só que não atrelada a um site, e nela poderíamos interagir com infinitos pequenos aplicativos, nossos assistentes inteligentes.

Chatbots

Os ChatBots são uma das formas mais comuns desses assistentes. "Chatbot", em termos mais simples, é como um usuário(você pode procurar e chamar da mesma forma que faz com amigos) de um aplicativo de mensagens como o Facebook Messenger, o Telegram, o Skype, o Google Allo e o Slack(até o momento, Whatsapp, Instagram e Snapchat não possuem esse tipo de funcionalidade) onde ao invés de uma pessoa, quem te responde é o bot.

Reforçando: "chatbot" é a categorização dada aos aplicativos que rodam em plataformas de mensagens. Não confundir a plataforma(Facebook, Telegram, etc) com o chatbot.

Assistentes por Comandos de Voz

Outro tipo de assistentes que cada vez mais se consolida é do assistente comandado por voz, onde nós não precisamos mais do celular, relógio ou desktop para interagir. É falar "alexa, amazon ou echo"(no caso do aparelho Amazon Echo), ou "hey google e ok google"(com o aparelho Google Home), que estará escutando.

O que assistentes inteligentes já estão fazendo?

Talvez você não use tanto, mas alguns deles já estão bem perto de você. Três dos principais assistentes são a Siri(Apple), o Google Now(Google) e o Cortana(Microsoft), que vem embutidos nos celulares e possuem variadas funções.

Um exemplo bem simples e já útil é pedir para ligar para um restaurante do qual você não tem o telefone. Reparemos nas etapas: o assistente irá pesquisar o nome do restaurante, achar o site, procurar o telefone, pegar o número e ligar para você.

Com cada vez mais funções sendo adicionadas, esses assistentes inteligentes "centralizadores e genéricos" são um dos caminhos, mas temos também muitos assistentes que possuem focos específicos. Alguns exemplos interessantes são:

Quer ver outros exemplos? Dê uma olhada no site BotList, que é como uma Apple Store ou Google Play, de chatbots: https://botlist.co/

[Photo: via Chatbots Magazine]

Falei ali em cima sobre assistentes "físicos" também, e tem 2 exemplos bem interessantes: o Dino e o Jibo.

Dino é um companheiro para crianças, que pode divertir e ensinar — https://olhardigital.uol.com.br/noticia/dinossauro-de-brinquedo-baseado-no-ibm-watson-ja-esta-disponivel/50320
O primeiro robô de família do mundo! http://gizmodo.uol.com.br/robo-jibo/

Quais os grandes potenciais dos assistentes inteligentes?

Os exemplos acima são úteis, mas nem todos possuem grande sofisticação. Automatizar algo não significa, necessariamente, acrescentar uma inteligência no processo.

O benefício mais básico, atualmente, é facilitar nossa vida ao tornar desnecessária a instalação e aprendizado de novos aplicativos para tudo, quando queremos apenas fazer coisas simples. Aplicativos de banco, planos de saúde, meteorologia, notícias, entre muitos outros em que apenas gostaríamos de perguntar X e receber a resposta Y, esses são perfeitos para esse novo tipo de interface "conversacional".

Menos "linguagem de programação" e mais diálogo

Uma etapa que está engatinhando, apesar de já amplamente em uso, é tornar esses bots mais inteligentes e capazes de entender um diálogo de forma "natural", como se estivéssemos conversando com uma pessoa, em nosso idioma. É o chamado Processamento de Linguagem Natural(PLN).

Dessa forma, os bots conseguem extrair de nossas frases o que queremos e passa essas "intenções" ao sistema, que terá dentro dele reações programadas.

Personalização em massa

Quando falamos em personalização, um dos maiores problemas sempre é conseguir fazer isso em larga escala, para muitas pessoas. Quando temos um assistente inteligente fazendo o atendimento, ele pode atender infinitas pessoas ao mesmo tempo, consultando todas as bases de dados a que tiver acesso para já saber tudo que precisa sobre a pessoa sendo atendida, agilizando e podendo fazer análises mais rapidamente, fazendo um melhor atendimento, mesmo em massa.

Órgãos públicos, provedores de serviços que possuem atendimento telefônico, lojas, bancos, empresas, ambientes escolares, todos podem se beneficiar do uso de Inteligência Artificial para essa maior capacidade em lidar com um volume alto de pessoas e dados a serem trabalhados.

Isso foi um resumo, daquilo que podemos chamar de o "comecinho do início". Estamos engatinhando na adoção dessas novas ferramentas, mas não é tão absurdo imaginar um futuro bem próximo em que teremos ferramentas muito úteis à nossa disposição nesse formato mais amigável, nos auxiliando diariamente, assim como o próprio computador, o Google e os celulares nos potencializaram.

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Pedro Rocha
Luneta
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On digital experiences, business, commons and the future