“Be the change you wish see in the world”

Ernesto Ferreira
Lusco-Fusco
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3 min readSep 28, 2015

Por Luiza Gusmão, postado originalmente no blog da Point Facilitação Criativa

Mesmo que Gandhi nunca tenha dito essa frase associada a ele, inúmeras são as vezes que a vemos nas ruas, nas mídias, comunicada em diversos lugares. E mesmo assim, quantas vezes saímos da nossa zona de conforto e, de fato, mudamos algo em nós?

De qualquer forma, parabéns. A novidade é que você já faz a diferença na vida de milhares de pessoas todos os dias. Devido à conexão das redes de distribuição o teu o poder de compra e de escolha pode impactar e mudar o futuro de muita gente.

Vamos para um exemplo prático: você sabe o quanto você consome de energia elétrica por dia? O quanto de petróleo foi utilizado na obtenção da matéria prima, na transformação, processamento, embalagem, transporte, em todas as etapas dos alimentos industrializados que você consome? Ou quanto de energia foi gasto transporte da água da fonte que você comprou, que no fim das contas nem fica tão perto da sua casa? No mundo 1,3 bilhão de pessoas não tem acesso a eletricidade. No Brasil, 8 mil escolas funcionam sem energia elétrica.

O impacto social que causamos está diretamente relacionado com o impacto ambiental que geramos. Estamos 100% do tempo consumindo e somos incentivados a isso — 100% do tempo.

Numa lógica de mercado competitiva não são todos que vencem. Pelo contrário, seja água potável, eletricidade, internet, alimentação, transportes: os recursos considerados mais básicos não estão disponíveis para todos. No ciclo interminável do consumismo, ao passo que poucos consomem muito e tem acesso a grande maioria dos recursos, a minoria sequer tem acesso aos recursos básicos. A culpa é de quem? De todos nós.

Os impactos sociais do que eu consumo não se refletem apenas na minha comunidade, na minha cidade ou país. Eles se amplificam nas zonas de crise, de conflito, onde o ser humano é mais exposto, onde ele sofre. No oriente médio, onde a guerra é financiada pelas grandes corporações ou na África, com o Ebola, onde a doença mata e o povo apenas chora pelos seus.

Impactar positivamente, e fazer a diferença aqui e agora é simples. Em Porto Alegre é muito fácil colocar a mão na massa, se envolver e ser protagonista da mudança. O primeiro passo é ocupar os espaços, empreender, sair da zona de conforto e se vincular a qualquer um dos inúmeros projetos que existem. Ou comece seu próprio projeto! Mas quem sabe começar mudando a relação com o consumismo, se aproximando de uma lógica mais colaborativa, se questionando sobre os seus valores e sobre quem está “pagando“ no fim da cadeia produtiva.

E agora, de fato, citando Gandhi: “If we could change ourselves, the tendencies in the world would also change. As a man changes his own nature, so does the attitude of the world change him. … We need not wait to see what others do.”

Não espere o consumismo te consumir, até o ponto que não vai restar mais nada para você mudar, nem em ti nem no mundo.

Artigos relacionados:

1 https://www.youtube.com/watch?v=jk5gLBIhJtA

2 http://www.globalissues.org/article/238/effects-of-consumerism#Someexamplescasestudies

3 http://www.worldenergyoutlook.org/resources/energydevelopment/

4 http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/04/brasil-tem-oito-mil-escolas-sem-energia-eletrica-e-ate-sem-agua.html

5 http://www.trashisfortossers.com/

6 http://ssir.org/articles/entry/collective_impact

Estudante de Engenharia de Produção com foco em Engenharia humana. Participa ativamente das redes colaborativas, é Mentora da Escola Convexo e já viveu em diversos países fazendo trabalho social. Idealista e vegetariana, é apaixonada pela mudança que cada um é capaz de gerar em si e no mundo.

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Ernesto Ferreira
Lusco-Fusco

Engenheiro de Sonhos, ciclista, escoteiro, guitarrista, pirata e Guerreiro Sem Armas; basicamente, mais um jovem apaixonado por mudar o mundo.