O surpreendente resultado de convidar jovens a criarem projetos

Ernesto Ferreira
Lusco-Fusco
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5 min readJan 30, 2019

— Foi chocante ver jovens de 10 a 15 anos inovando e gerando impacto —

Começamos convidando a todos a “chegarem”, respirando e refletindo

Esse é o terceiro texto da mini-série: Camporee Sul 2019; em que estamos contando nossa abordagem, nossos aprendizados e surpresas. Esse texto em especial conta com a nossa mais surpreendente atividade: as oficinas com o Ramo Escoteiro (10–15 anos).

Leia mais sobre as outras atividades aqui:

Trabalhar com Projetos de Impacto social com crianças e adolescentes de 10 a 15 anos é um desafio que eu pessoalmente nunca tinha vivido. E foi a nossa primeira vez da Lusco-Fusco trabalhando com essa faixa etária tão jovem.

A Clarice Nilles foi a responsável por esse momento junto aos jovens, arrasou demais, Clari!!! ❤

Nossos objetivos

Desmistificar Projetos de Impacto
Trazer o protagonismo juvenil
Ofertar ferramentas que facilitem o processo de criação

COMO FOI?

— a cada oficina nós fizemos adaptações , mas estrutura lógica se manteve —

  1. Chegada
    Aqui propusemos 2 minutos de uma respiração guiada

Os jovens chegam assim:
com a energia lá em cima, precisamos primeiro focar essa energia para então focarmos nos possíveis resultados!

2. Qualidades
Para falarmos de projetos de impacto temos de falar de nós, trazer nossas qualidades; então abrimos com uma primeira atividade convidando a
— Brainstorm sobre suas qualidades (uma dica pode ser: “o que seus amigos gostam em você?)
Ou fazíamos duplas e cada um da dupla compartilhava um momento em que teve Orgulho de si, em que mostrou Organização e Coragem

3. O que você gosta de fazer?
Então, o que te faz feliz, te traz esse sentimento importante?
O que você gosta que façam para você?

4. Rodas de conversas
Fechamos esse momento perguntando: como foi? O que surgiu? E porque acreditam que é importante discutirmos esses aspectos.
Destaco que entre os escoteiros foi o Ramo que mais surgiu fazer “O novo”, não me recordo dos outros ramos trazendo tão forte a inovação e o “fazer o que gosta”. Pontinhos pros escoteirinhos ❤

Cuidado importante: não há porque forçar alguém a falar; o silêncio muitas vezes faz parte da conversa e vamos deixar o espaço — e convidar — a todos falarem.

Ainda na roda de conversa trouxemos o questionamento:

O que é projeto de impacto?
Qual o nosso papel na nossa comunidade e/ou grupo escoteiro?
O que é comunidade?

5. VAMOS FAZER AGORA

Aqui partíamos para uma de duas possibilidades, A — pensando no grupo em casa e B — pensando em intervenção aqui e agora:

PLANO A

O que podemos fazer para mudar o nosso grupo escoteiro ou comunidade?

A partir desse momento nós propunhamos: vamos fazer um brainstorming de ideias do que podemos fazer no nosso grupo escoteiro nas próximas semanas!
Selecionava a melhor ideia, a mais cativante, lapidava ela e partia para:

Próximos passos
Materiais e recursos necessários
Pessoas-chave

Então em duplas eles pensaram trocavam dicas e ideias.

Exemplo de projeto que surgiu:

Um escoteiro reconheceu um problema e a partir dele pensou na seguinte solução.

Terem rodas de conversas sobre Respeito aos chefes. Afinal, são todos voluntários e as vezes os jovens faltam com o respeito. É importante buscar entender o chefe e cuidar dele.

Projeto inovador, empático, sobre o papel do jovem, tudo ❤; amei essa gurizada ❤

PLANO B

Abríamos a atividade: E — SE

“E se fizéssemos uma intervenção aqui agora no corredor?”
E então a roda ia continuando:
“E se essa intervenção tivesse uma música?”
“E se usássemos cadeiras”
“E se déssemos abraços?”… …

E então atividade estava criada; então lapidamos:

Faz sentido a todos? Qual o papel de cada um para essa atividade? Quais os desafios que temos de ficar de olho?

A intervenção: E aí? foi criada e executada pelos jovens para o jantar

A proposta foi deixar essas placas nas mesas de jantar para abrirem conversas ;)
PS: as perguntas foram desenvolvidas com base em conversas feitas ali a partir de uma intervenção de abraços grátis

Buscando compartilhar o que nos faz bem, surgiu a intervenção: Você está ouvindo?

Selecionamos musicas importantes, escrevemos uma cartinha e entregamos para desconhecidos junto a um abraço grátis ❤

Ainda houve uma outra que foi a “Dança das cadeiras ao contrário”; adaptamos uma música e a lógica era irmos trazendo mais pessoas para cantar, bater palma e participar! “Uma cadeira, apenas uma cadeeeeeira; duas cadeiras, apenas duas cadeeeiras, duas cadeeeiras; três cadeiras, apenas …”
Ao fim, abraços para todos.

6. Como foi esse processo?
Como você sai daqui? Como se sentiu? O que aprendeu aqui?

Foi surpreendente a naturalidade dos jovens para aprender uma ferramenta nova, sair usando, testar, ouvir, repensar. O processo de criação de projetos foi mais fluido e materializável do que o executado com jovens de 15–18 anos por exemplo.

Mas por outro lado, quantas vezes olhamos para jovens de 12 anos e buscamos construir com eles projetos pela clara razão de: “você com certeza tem uma proposta inovadora a agregar”?

Nós fizemos, aprendemos, crescemos com eles, foi fantástico.

Para fechar, fiquem com esse Giff de um jovem respondendo a pergunta: Qual é o seu sonho?

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Ernesto Ferreira
Lusco-Fusco

Engenheiro de Sonhos, ciclista, escoteiro, guitarrista, pirata e Guerreiro Sem Armas; basicamente, mais um jovem apaixonado por mudar o mundo.