Design e cultura organizacional: como nosso time se alinha aos valores do Méliuz

Fernanda Passos
Méliuz Design
Published in
6 min readMay 23, 2019

Prazer, Brand Design

Como este é o post de estreia do nosso blog de Design, nada mais apropriado do que usar essas primeiras linhas para contar um pouco da história do nosso time (mas prometo que tudo vai ter a ver com o tema do texto). Começando do começo, a área de Experience Design do Méliuz iniciou seu processo de estruturação para se tornar o que temos hoje em 2015, tendo como ponto de partida o time de UX/UI — que na época contava apenas com duas pessoas. Quatro anos mais tarde, atualmente temos dez membros que se dividem entre as equipes de Design de Interação, de Estratégia e de Marca — da qual faço parte.

Conhecido também como Brand Design, o time que integro desde o início de 2017 passou por muitas mudanças ao longo dos seus três anos de existência, incluindo o próprio nome. Em 2016, éramos o time de Criação, que atuava sobretudo na produção de peças de divulgação da marca on e offline. Durante este momento inicial, a principal questão enfrentada pela recém-formada Criação era o clássico problema com o qual todos os designers se deparam ao longo de sua carreira: a visão externa de que fazer design é simplesmente deixar as coisas bonitas. Naturalmente, nesse cenário, o processo de entendimento do problema era muitas vezes pulado e, quando as demandas chegavam até nós, já vinham com uma solução proposta previamente. Nem preciso dizer o quanto isso era prejudicial, tanto para nós quanto para a empresa, né?

Mas como essa situação mudou? Bom, foi preciso todo um trabalho de reformulação da área, que abrangeu desde a forma de nos comportarmos perante tarefas diárias até a escolha de um nome que deixasse mais claras as nossas reais atribuições. Quase um ano depois, em 2018, apresentamos à empresa o Brand Design, time que hoje trabalha lado a lado com seus clientes internos e externos para detectar possíveis dores ou oportunidades e desenvolver soluções mensuráveis que atendem aos desafios apresentados — de forma a sempre reforçar os ideais que definem o Méliuz enquanto marca.

E onde se encaixa a cultura?

Antes de mais nada, é preciso tirar um tempinho para contar o que o termo cultura organizacional significa aqui dentro do Méliuz. Mais do que palavras bonitas escritas nas paredes e nos adesivos de notebook, a cultura para nós é uma série de valores, posicionamentos e comportamentos compartilhados por todos e colocados em prática no dia-a-dia. Temos sete pontos da cultura, que se enquadram em três pilares: time, clientes e atitudes — se você quiser entendê-los um pouco mais, é só dar uma conferida no Blog do Méliuz.

Por ser comum a qualquer um que trabalhe no Méliuz — do estagiário ao CEO — é natural que a cultura se manifeste também na constituição dos times. No caso do Design de Marca, muito do que temos hoje em termos de fluxos de trabalho, de processos de organização e até mesmo de postura dos membros da equipe é reflexo direto do que cada um dos sete pontos representa na prática.

Para não demorar muito — e para deixar você querendo saber mais — vou focar em três destes pontos, que ao meu ver foram os mais essenciais para fazer com que o Brand Design se tornasse o que é hoje. Sabe todo aquele processo de mudança que contei agora mesmo? Então, não falei sobre ele à toa. Quando parei para refletir pela primeira vez sobre os impactos diretos da cultura em nossas experiências profissionais, percebi que vários momentos da reformulação da área foram reflexo direto dos nossos valores.

Espírito Empreendedor

O primeiro deles que vale destacar é o Espírito Empreendedor, que em linhas gerais diz respeito a assumir uma postura proativa perante problemas, sem se importar em sair da sua zona de conforto para chegar até a solução. Ele perpassa também por assumir seus fracassos e buscar quem é capaz de te ajudar a superá-los, ao invés de apenas lamentar o que quer que tenha acontecido. Se não fosse por esse pensamento, dificilmente teríamos encarado a questão da visibilidade das nossas atribuições da maneira que fizemos: fomos capazes de compreender que, como porta-vozes do Brand Design, grande parte dos ruídos que diziam respeito ao nosso papel dentro da empresa também eram de responsabilidade nossa e que, sendo assim, ninguém melhor que nós mesmos para começar a solucionar este problema. A partir daí, nos posicionamos de maneira mais proativa diante dos demais times que trabalhavam conosco, explicando — e demonstrando — que poderíamos fazer parte do processo de elaboração de soluções, em vez de contribuirmos apenas na construção do produto final.

Clientes para a Vida Toda

Tão decisivo quanto o Espírito Empreendedor foi o Clientes para a Vida Toda, que tem como foco a preocupação em cuidar e entregar valor aos clientes. Antes da nossa área se colocar como voltada para resultados, o amor pelos nossos usuários e parceiros era inquestionável, mas não conseguíamos entregar soluções precisas na maioria das vezes, por não conhecermos a fundo sua essência e suas dores. A partir do momento que nos posicionamos como resolvedores de problemas, não fazia mais sentido nos basearmos em suposições ou preferências estéticas, fazendo-se necessária a implementação de processos de pesquisas e de uma cultura de testes dentro do próprio time. Atualmente, parte do time já cuida de coletar ainda mais insumos a respeito da nossa base de usuários, enquanto a outra se encarrega de traduzir visualmente estes insights e testar sua performance, visando solidificar uma marca que se posicione e se comunique de maneira condizente com o que seus clientes esperam.

Priorize e Simplifique

Por último, essa mudança não seria possível sem a praticidade e a organização inerentes ao Priorize e Simplifique. Qualquer fluxo de trabalho, para funcionar corretamente, precisa ser simples de se compreender e executar. Por sua vez, quando falamos especificamente da etapa de implementação de um novo fluxo, essa assertividade se torna ainda mais importante e pode definir o sucesso (ou o fracasso) dos ritos e métodos de trabalho propostos. No caso do Brand Design, boa parte da transição de postura do time deu-se, na prática, através do novo processo de aprovação de briefings e de execução de demandas. Ao invés de partir direto para a etapa de criação, foram apresentadas duas etapas anteriores a esta: a de contexto e a de planejamento. O objetivo delas era fazer com que conseguíssemos entender melhor as expectativas dos clientes internos, sanar possíveis dúvidas e trabalhar ao lado deles em busca das melhores soluções. Por mais que a adição de dois passos pareça ir de encontro à premissa de simplificação, era nossa prioridade fazer o reposicionamento da área e, no fim das contas, essa decisão acabou nos poupando uma quantidade significativa de tempo, uma vez que reduziu o número de erros e refações.

Concluindo

Para terminar, vale enfatizar que, por mais que eu tenha aqui dado exemplos no Design de Marca, a presença da cultura do Méliuz é notável em todo setor do Experience Design, e sabemos o quanto isso é positivo para o trabalho de todas as pessoas do time. Ao meu ver, o Design de maneira geral não pode ser visto como alheio à cultura empresarial e ao processo de tomada de decisão, uma vez que a natureza analítica e reflexiva da profissão pode contribuir fortemente para o desenvolvimento da empresa, se integrada corretamente aos seus valores e perspectivas.

Para você que leu até aqui, gostaria de deixar meus agradecimentos e também um convite: fique à vontade para dar sugestões, propor novos temas ou vir trocar ideias com a gente!

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