Greve de fome apoiada por protestos e mobilizações chega ao fim após vitória

Alex Magrão
Mídia Independente Coletiva
2 min readJan 5, 2022
Manifestantes palestinos comemoram fim de greve de fome de 141 dias(HAZEM BADER / AFP)

Após 141 dias de greve de fome, uma das mais longas da história da Palestina (desde a de oito meses de Samer Issawi que terminou em 2013), Hisham Abu Hawash conseguiu um acordo que pôs fim a sua prisão sem julgamento ou mesmo acusação formal por parte de Israel. O serviço de segurança sionista de Shin Bet afirmava que ele é um ativista da Jihad Islâmica, contudo não apresentou nenhuma evidência. Com o acordo firmado Abu Hawash será libertado após sua alta do Centro Médico Assaf Harofeh no dia 26 de fevereiro próximo.

Dezenas de protestos e greves ocorreram em várias cidades palestinas em solidariedade a Abu Hawash, tanto em Gaza quanto na Cisjordânia , incluindo uma greve na terça-feira em sua cidade natal, Dura. Nesta segunda-feira, em apoio a Abu Hawash, foi feito um protesto do lado de fora de onde ele está hospitalizado em estado crítico de saúde.

Devido ao risco iminente de morte, tanto a Jihad Islâmica quanto o Hamas, ameaçaram uma ofensiva contra Israel caso Hawash viesse a falecer. No sábado, militantes palestinos dispararam foguetes contra o centro de Israel, seguido de uma promessa de que mais “explosões” iriam ocorrer, de acordo com declaração de porta-voz da Jihad Islâmica.

Abu Hawash, de 40 anos, pai de cinco filhos, foi detido em outubro de 2020 em sua casa em Dura, ao sul de Hebron. Como ele, vários outros palestinos têm sido frequentemente detidos sem acusação específica ou julgamento em desacordo com as leis internacionais através de “detenções administrativa”, que raramente são usadas contra judeus israelenses e podem durar vários mesesou mesmo anos. A vitória de Hisham Abu Hawash é um marco na luta por direitos dos presos políticos e de todos os palestinos.

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