A importância dos protótipos para seu aplicativo

O que são, como e por que utiliza-los?

Fabrício Guilhermo
Apple Developer Academy | Mackenzie
4 min readJun 19, 2019

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Photo by UX Store on Unsplash

Sempre apreciei modelos e layouts incríveis em plataformas de exposição de conteúdo artístico (como o Dribbble), os traços, a criatividade, os diferenciais e buscava aprender técnicas e maneiras de repassá-los ou adapta-los no meu estilo, como forma de treino e hobbie.

Quando eu comecei a brincar um pouco com Swift e com desenvolvimento iOS, sempre tive muito claro na minha mente o modelo que eu queria desenvolver. Sendo assim, abria um programa como o Sketch ou o Adobe Illustrator e já criava a interface exatamente da maneira como eu queria que fosse, de uma forma "engessada", apenas como base e já partia para o desenvolvimento em código.

Deste modo, com o passar do tempo eu comecei a perceber que alguns usuários, as vezes, sentiam dificuldade na navegação ou até mesmo interpretação do conteúdo. E eu me perguntava: "como assim meu design incrível, o qual eu trabalhei durante horas, falhou???" e isso só causava uma pequena frustração, pois eu já tinha feito o modelo final e mudanças ou adaptações dariam um trabalho imenso.

Foi nesse momento da minha vida que uma mentora me apresentou os conceitos de protótipo e seus diferentes níveis, além disso, como utiliza-los.

O que são protótipos?

Versão preliminar, ger. reduzida, de um novo sistema de computador ou de um novo programa, para ser testada e aperfeiçoada. — Dicionário online de português

Ou seja, o protótipo nada mais é do que uma ferramenta para te guiar na construção do seu app, auxiliando-te na escolha de posicionamento e funcionalidades antes do produto final.

Existem três níveis de fidelidade na prototipagem:

  • Protótipo de baixa fidelidade: busca mostrar de forma mais arcaica a ideia do projeto, todavia tudo deve estar o mais detalhado possível para conseguir notar imperfeições. Essa etapa é interessante para estudar o fluxo de navegação do aplicativo, posicionamento dos botões, levantamento de requisitos, necessidades de tela, etc. Além disso, é interessante que essa etapa seja feita utilizando papel, lápis, borracha… Pois, o protótipo fica mais simples, fácil de se criticar e fazer alterações.
    Foco em: tarefa primária, como resolver o problema, hierarquia da informação e fluxo de navegação;
Art by Mark Congiusta on Flickr
  • Protótipo de média fidelidade: nessa etapa, softwares para prototipagem como o Sketch já começam a aparecer. Aqui conseguimos ver algo um pouco mais concreto, com botões mais fiéis e navegáveis. Faz uma perfetia ligação entre a baixa e a alta fidelidade;
  • Protótipo de alta fidelidade: é o mais perto que temos do produto final, com uma simulação de todo o fluxo de navegação, características e layout fiéis ao produto final.
Art by Coberto on Dribbble

Além dos níveis de prototipagem, possui-se os níveis referentes a contextualidade. Nesse caso, estamos falando das etapas de teste, que podem ser restrita (em ambiente controlado, teste em laboratório), geral (qualquer usuário e qualquer ambiente), parcial (usuário final ou ambiente final) e, por fim, total (usuário final e ambiente final).

Sempre tive um preconceito com protótipo em baixo nível, mas após ver o quão importante é cada etapa de prototipagem, eu começo essa fase de um projeto colocando todas as ideias no papel e logo de cara em um contexto restrito já é possível notar problemas de fluxo, posicionamento, intuição e etc. E após ajeitar todas essas falhas encontradas, levo o protótipo (em papel mesmo) para um teste geral e peço para algumas outras pessoas experimentarem a interface, assim consigo ver o comportamento delas diante a disposição de itens na tela e navegação no geral. Neste ponto, diversos problemas já foram anulados e está na hora de partir para algo mais próximo do produto final, ai entramos no protótipo de alta fidelidade, usando um software apropriado para tal. Quando finalizado, podemos usufruir do contexto parcial ou total para verificar se a interface está apropriada para o cliente final.

Em suma, a ideia dos protótipos, como introduzido anteriormente, é facilitar o desenvolvimento do seu aplicativo. Se em cada etapa do protótipo você validar com seu cliente ou com o público alvo, as chances de erros e problemas referentes a UX são minimizadas, pois você já conseguiu anular alguns problemas na fase do protótipo.

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Fabrício Guilhermo
Apple Developer Academy | Mackenzie

Cientista da computação, desenvolvedor iOS e apaixonado por novas tendências tecnológicas.