Usando Gestalt em interfaces iOS

Luiza Fattori
Apple Developer Academy | Mackenzie
4 min readJul 25, 2019

Quando pensamos em interfaces, o que queremos é encontrar a forma mais funcional e estética possível de configurar as informações na tela. No mundo de desenvolvimento de aplicativos, uma das maiores preocupações que há é em relação à experiência do usuário e conseguir passar a mensagem de forma eficiente. Para isso, precisamos estabelecer muito bem conceitos de hierarquia da informação, consistência e similaridade.

Para fazermos isso funcionar em nossa aplicação, temos que entender como o cérebro humano entende a forma e como organiza essas informações para que elas façam sentido. Sendo assim, podemos utilizar as leis de Gestalt e seus conceitos para fazer com que o que a mensagem seja passada da melhor forma possível.

Antes de partimos para a aplicação em si, precisamos entender o que é Gestalt e suas leis. De uma forma simplista, Gestalt é o estudo da forma e como nós, seres humanos, organizamos essas formas em nosso cérebro para que os elementos façam sentido. Para entender de uma forma prática, tente lembrar de uma vez em que você olhou para uma sombra, uma poça ou algo assim e aquilo parecia algum objeto ou até mesmo um rosto. É isso que a Gestalt estuda.

Os conceitos de Gestalt são representados por leis. Para esse artigo, eu vou apenas falar de 3 das 8 principais leis, que para o desenvolvimento de interfaces acabam sendo os mais usados e os mais fáceis de aplicar.

Proximidade

Nosso cérebro tende a agrupar elementos que foram dispostos próximos um do outro. Dentro do aplicativo, é essencial que as informações que fazem parte de um mesmo grupo, ou que contenham informações semelhantes, estejam próximas.

Podemos exemplificar isso com a interface inicial do aplicativo do YouTube:

Em aplicativos nativos do iPhone, por exemplo, temos outro exemplo de como isso pode ser aplicado. Vamos observar o exemplo do app Saúde:

A partir desse exemplo podemos falar de outra lei da Gestalt: a semelhança

Semelhança

Assim como na proximidade, na qual nosso cérebro entende que elementos próximos pertencem à um mesmo grupo, o mesmo acontece quando esses elementos são semelhantes. Isso acaba sendo uma ferramenta muito útil para criar constância e facilitar o entendimento de informações dentro da aplicação.

No aplicativo da Calculadora, podemos ver esse conceito mais claramente.

Continuidade

Essa lei diz respeito a fluxo e sequência de elementos, ou seja, quando você vê uma sequência de pontos bem próximos em uma certa sequência, tendemos a entendê-lo como algo contínuo. Para entender essa lei eu vou dar o exemplo de um aplicativo chamado Vanido:

Conclusão

A Psicologia está sendo muito atrelada ao Design ultimamente, principalmente quando se trata de Experiência do Usuário (ou User Experience, UX), já que há muitos estudos sobre como nosso cérebro funciona e como o usuário se comporta com as informações passadas pelos aplicativos, não só o conteúdo mas também a forma que eles são organizados. Por isso torna-se necessário entender conceitos como o de Gestalt para entregar ao usuário uma experência agradável aos olhos e de fácil compreensão.

Apesar de haverem outras leis dentro do estudo de Gestalt, para o uso em interfaces, a lei de Proximidade, Similaridade e Continuidade acabam sendo as mais usadas e mais proveitosas, principalmente quando trabalhamos com aplicações para o iPhone, por conta do tamanho da tela.

Observe esses fenômenos citados dentro de outros aplicativos para conseguir entender como outros desenvolvedores usam desses conceitos para obter os melhores resultados.

--

--

Luiza Fattori
Apple Developer Academy | Mackenzie

Escritora do 0&Umas https://medium.com/zeroeumas. Aspirante a escritora e Phd em curiosidade. Estudante de Psicologia e de tudo que há de bom.