[Fridays in Portuguese] Abrace Uma Causa!
MadameHeringer.com and @vheringer are part of the Brazilian TV channel Multishow #outros500 project. To celebrate, MadameHeringer.com will have a blog post in Portuguese published every Friday for the Portuguese-speaking readers of this site.
Eu comprei a minha poppy no último domingo e a perdi em três horas. Tenho certeza que eu ainda a teria na lapela do meu casaco se esse veterano (ou pracinha como chamamos no Brasil) tivesse me vendido o pin.
Desde segunda-feira tenho observado esse senhorzinho vendendo poppies na esquina da rua do meu trabalho. Toda a estratégia de venda dele é baseada num atendimento impecável ao cliente. O pedestre que passa pela esquina da Hornby com a Robson street em Vancouver é primeiro abordado com um sorriso e bom papo, e assim que fecha negócio através de uma doação, ele mesmo coloca a poppy na lapela do cliente e o deseja um bom dia.
Quem diria que tanta simpatia viria de um voluntário? Alguém que chega a esquina do meu trabalho bem mais cedo do que eu por que acredita numa causa. Bem, voluntários como este são responsáveis por arrecadar mais de 16 milhões de dólares por ano. Dinheiro este usado para manter serviços comunitários da Salvation Army, uma organização não-governamental voltada a apoiar veteranos de guerra e militares aposentados.
Desde que me mudei para o Canadá, venho aprendendo a ver a minha vida pessoal e profissional sob uma nova luz. Coincidentemente, enquanto eu pensava num blog post para essa foto, recebi o link da TEDxSP para a palestra do presidente do Banco Santander, Fábio Barbosa e achei que seria ótimo dividir tanto a foto quanto o link num mesmo blog post. Sei que parece contraditório apoiar o discurso de um banqueiro (qualquer banqueiro!), mas mesmo assim acho que o Fábio Barbosa acertou na mosca ao criticar a cultura do jeitinho brasileiro e a lógica do esperto.
Embora ambas histórias pareçam distantes entre si, ambos falam sobre a importância de se fazer o que é certo e socialmente responsável no nosso cotidiano. Foi-se o tempo em que tínhamos que aceitar o que nos era delagado. Atualmente, nós, consumidores e cidadãos somos quem tem o poder no processo político e econômico de nossos países. Pena que ainda teimamos em não enxergar isso…