Precisamos desmitificar as bonecas como brinquedos de menina

Campanha da Hasbro nos faz lembrar que a construção de princípios morais e éticos na infância não tem gênero

Isabella Costa
Magazine OKN Group
3 min readApr 24, 2019

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Criando com apego

Levantando uma pauta, pouco questionada, com a admissão do novo governo brasileiro, a empresa de brinquedos Hasbro ousou em sua nova campanha, focada em derrubar os esteriótipos de gênero no momento de brincar das crianças. Intitulado Todos podemos brincar, a marca lançou essa semana um vídeo mostrando como pode ser vantajoso que meninos, assim como as meninas, brinquem com bonecas. “O que uma criança está fazendo com uma boneca? Aprendendo a cuidar, aprendendo sobre responsabilidade, aprendendo a ser um adulto melhorescreve a marca na peça, que é usada para divulgar sua boneca Baby Alive. Confira o vídeo na íntegra:

A infância é a fase onde a criação de princípios se inicia. É nessa época que a criança tem suas primeiras experiências em compartilhar, cuidar e como viver em sociedade. É primordial, portanto, que neste período nos esforcemos para dar todo apoio à condução de suas identidades. E, para isso, também é necessário que deixemos para trás diversos padrões construídos e intrínsecos na nossa cultura há séculos.

Não é que não devemos ter cuidado com as crianças, mas o cuidado precisa ter outras expressões e significados. A educação durante a infância deve continuar a ser reinventada dia após dia, recebendo novos conceitos e regras.

Mostrar que meninos e meninas podem cuidar de bonecas é um gesto lúcido, sem rótulos, que nutre amor e que só tem a contribuir com a educação das crianças para que se tornem seres humanos que se importam uns com os outros”, disse a diretora de marketing da marca no Brasil, Kellen Silverio, e nós concordamos. Brincar de bonecas contribui para o desenvolvimento social e humanos das meninas e dos meninos. Como cidadãos, eles desempenham os mesmos papéis éticos numa sociedade.

Costumamos dizer que a criança deve ser protegida de tudo, mas esquecemos que um dia a criança se tornará adulta e terá que conhecer o mundo aos seus próprios olhos. Porém, ao fazer isso, ela filtra as situações através de vivências anteriores. Talvez ela venha a ter maior dificuldade, caso sua noção cultural tenha vindo de exemplos árduos de castrações e imposições, tornando-as humanos cercados de medo e insegurança, enquanto o intuito, no início, era o contrário.

É um fato que as crianças têm gênero ao nascer. Porém, quando crescem, a sexualidade não é uma escolha ideológica. Através de brincadeiras elas praticam o auto-conhecimento e priva-las disso é um tiro no pé. Pensando nisso, se pergunte: porque adultos, de corpo e mente formados, sentem-se tão frágeis ao permitir que um menino brinque com uma boneca?

Deixem as crianças experimentarem o mundo através de suas brincadeiras inocentes e sem malícias! Deixem que elas desenvolvam o cuidado com o próximo e a empatia. Deixem que a infância permaneça o que ela deve ser: a construção do adulto de amanhã.

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Isabella Costa
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