Como foi a JS Experience

Primeira edição do evento focado em JavaScript organizado pelo iMasters

Vou contar um pouco do que vi na primeira edição do JS Experience. Como o próprio nome já diz, um evento focado em JavaScript e organizado pelo iMasters.

O evento foi dividido em 2 dias: o primeiro dia foi reservado pra Workshops, onde um público menor teve a oportunidade de assistir a 3 palestras e interagir com os palestrantes durante a apresentação; no segundo dia, uma conferência tradicional, com 10 palestras e um painel de discussão sobre os frameworks da moda.

Eu pretendia comentar sobre todas as palestras que assisti durante o evento, mas como o Guilherme Souza causou na palestra dele, resolvi enxugar o texto e deixar a minha impressão somente sobre as palestras que mais me chamaram atenção.

WebAssembly na prática

por Alan Cezar, Concrete

Uma ótima palestra pra quem — assim como eu — é leigo quando o assunto é WebAssembly (WA). O Alan trouxe alguns exemplos históricos de porque a web precisa de algo como o WebAssembly(você se lembra do fracasso do Flash e SilverLight?) e também quais os problemas que ele se propõe a resolver.

Minhas anotações:

• "Projeto do Brendan Eich é matar o JavaScript", foi apenas um sensacionalismo da mídia;
• WA é binário que roda no Browser;
• A web precisa evoluir!
• Primeiro passo para o surgimento do WA foi o asm.js criado pela Mozilla;
• WA é uma linguagem pra máquina que pode ser entendida por humanos;
• Ninguém vai programar diretamente em WA, vamos compilar códigos de outras linguagens para WA.

O Alan está de parabéns pela ótima didática na apresentação, clareza nos exemplos e, principalmente, domínio do assunto.

Perfomance web além do carregamento

por Sérgio Lopes, Alura e Caelum

Está cada vez mais claro pra todo mundo que performance importa, e muito, para as experiências que construimos na web. O Sérgio Lopes trouxe um conteúdo muito lúcido sobre como podemos cuidar da performance das nossas aplicações em Multi Thread, mesmo os browsers sendo por natureza Single Thread.

Minhas anotações:

• Quebrar a main thread em blocos (event loop);
• Na aba performance do DevTools: "Amarelão é um problema";
• E muito roxo pode ser um problema também;
• Paralelizar o Scripts pesados com workers;
• Delegar as animações feitas em CSS pra GPU.

Finalmente entendi um pouco melhor sobre como usar a aba performance do Chrome DevTools. E também como podemos fazer até o Sonic correr na web sem gargalos.

JavaScript funcional

por Arthur Xavier

Falar sobre programação funcional pra um público tão variado em termos de experiência, não é uma tarefa fácil. Mas o Arthur conseguiu, e deu uma bela aula sobre programação funcional. Muito além dos já manjados map, filter e reduce.

Minhas anotações

• Programar é transformar problemas em soluções;
• Programação funcional reduz efeitos colaterais;
• "Melhor código correto do que otimizado", sobre otimização prematura;
• Na web não dá pra atingir 100% de pureza.

Não foi a toa que arrancou tamanho elogio do Leo Balter.

Talking serious about JavaScript: onde chegamos e onde podemos chegar com a linguagem que apenas validava formulários web

por Guilherme Souza, RevMob

O Guilherme começou mostrando até onde o JavaScript havia chegado. Partindo da linguagem acessório do browser usada apenas pra validar formulários, até se transformar na linguagem utilizada pela NASA pra controlar robôs exploradores no espaço. Seria bacana se tivesse acabado por aqui, pois já abriu um leque de possibilidades muito grande pra qualquer desenvolvedor JS.

Foi quando o Guilherme guiou a conversa pra um projeto paralelo que ele vinha desenvolvendo há aproximadamente 2 anos. Ele largou o microfone e começou a tirar algumas coisas debaixo do púlpito, abriu um dashboard no browser e então apareceu com uma mão biônica.

Ai você pode se perguntar: "Ah, mas não é só uma mão feita em uma impressora 3D?".

Mas não, não é só isso! É uma mão impressa em uma impressora 3D sim, com o diferencial de ser toda programada em JavaScript, open source e feita por desenvolvedor no tempo livre dele.

Sim, o Guilherme usou o tempo livre dele, gastou uma boa quantia em dinheiro e sozinho conseguiu fazer uma mão biônica movimentar os dedos usando impulsos do próprio cérebro!

Quando vamos a conferências, principalmente de JavaScript, inconscientemente já esperamos ver coisas como: os frameworks da moda, o paradigma de programação que vem ocupando cada vez mais espaço no mercado ou até mesmo as novidades da próxima versão da linguagem. E não tem nada de errado com isso!

"JS gives you super powers!"

Mas no momento em que descobrimos alguém construindo uma mão biônica open source, todas essas discussões ficam ofuscadas. Não porque esses assuntos perdem importância, mas sim porque percebemos que os limites da linguagem foram empurrados pra mais longe do que estamos acostumados.

E nós ficarmos preocupados apenas com frameworks e/ou paradigmas é, de certa forma, colocar um limite muito grande nas nossas próprias possibilidades enquanto desenvolvedor.

Por isso a mensagem que fica da palestra do Guilherme é muito clara:

Se preocupe menos em fazer um novo framework JavaScript ou pre-processador de CSS. E se preocupe mais em resolver os problemas do mundo!

Sem dúvidas, essa foi uma das palestras mais inspiradoras que eu ja assisti em um evento de tecnologia.

E como o Eduardo Matos e o Zeno Rocha disseram, depois do que o Guilherme fez, nada poderia ser tão legal!

UPDATE

Fiquei sabendo que vem novidade nesse projeto por aí! Elas vão ser reveladas na BrazilJS. Então, se você tiver afim de acompanhar esse projeto bacana com 30% de desconto, aqui estão os códigos de desconto:

• Porto Alegre: guisouza2017
• Fortaleza: guisouza2017_fortaleza

São Paulo estava muito carente de conferências desse porte dedicadas apenas a JavaScript, agora não está mais! O JS Experience conseguiu reunir grandes nomes da comunidade brasileira pra um evento de alto nível e muito bem organizado. Parabéns a toda a organização!

Com certeza em 2018 estarei lá novamente!