CINEMA | Por que é tão importante e gostoso assistir filmes de terror na infância? — Mais Horror

Já passou da hora de você mostrar alguns títulos para seus pequenos!

Queria começar esse texto falando que não sou psicóloga, pedagoga ou educadora, sou apenas uma pessoa que cresceu vendo filmes de terror, logo meu embasamento será na minha vivência.

Comecei a amar terror muito antes de nascer. Meu pais e meu avô paterno adoravam o gênero e fui introduzida muito rapidamente a esse Mundo (e é um caminho sem volta, viu?!).

Lembro de ter uns 4, 5 anos e assistir Sexta-Feira 13. Jason Voorhees pra mim, era tipo o Barney, para algumas crianças mais tradicionais (apesar de achar que o Barney dá MUITO mais medo).

Lembro também de pedir para o meu avô contar histórias de vampiros ou fantasmas para eu dormir. E ele falava de Boris Karloff e Béla Lugosi com tanto amor e intensidade, que não tinha como não gostar.

Eu cresci em uma casa totalmente cabeça aberta. Eu podia assistir meus trashes com a minha mãe, por exemplo, porque ela gostava tanto quanto eu.

Dado esse macro da minha infância bagaceira, trago á vocês alguns pontos de vista de filmes de terror infantis.

Um dos meus preferidos é Convenção das Bruxas (The Witches, 1990). Eu ADORO esse filme! Anjelica Houston de bruxa mor, de Morticia, de qualquer coisa, é maravilhosa e não tem pra ninguém! O filme é tão fantástico que dá pra assistir independente da sua idade. E o tema Bruxa é muito clichê na nossa infância, né?! Vai desde contos como João e Maria, passando por desenhos animados e chegando em grandes títulos do cinema mundial. Quem nunca teve um medinho de bruxa. E quem nunca, também, se viu como um super herói mirim combatendo o mal. O mais gostoso desses filmes é a criança aprender, desde cedo, o certo e o errado. E também se deliciar com a sua imaginação fértil e ingênua.

Outro filme que amo e defendo é Abracadabra (Hocus Pocus, 1993). Engraçado que também é outro filme de bruxa. Mas diferente de The Witches, ele tem uma pegada mais engraçada, mais leve. Abracadabra tem tudo de bom! Três irmãs bruxas convencionais de Salém, um gato que na verdade é o hospedeiro de um espírito, romance, crianças, trilha sonora bacana, Halloween, ufa! Tem tudo de divertido pra deixar o filme bem levinho. Como disse anteriormente, aprender a encarar alguns medos e traumas, que em algumas situações nada mais são que pouco conhecimento sobre determinado assunto, é muito importante, pois assim criamos nossa própria personalidade e determinamos nossas próprias escolhas.

Outro filme que adoro, e esse é uma animação em stop motion, é ParaNorman (ParaNorman, 2012). Gente, que filme gostoso de ver! Nele, temos um menino de 11 anos, chamado Norman, que ADORA terror e tem um dom bem bacana (ou não): falar com mortos. Esse filme mostra uma realidade muito ruim da nossa infância: o bullying. Mostra como as pessoas se sentem ameaçadas pelo diferente e em como isso causa um grande impacto na vida de uma criança. Norman, mesmo sendo “o estranho” é o responsável por tentar salvar sua cidade de uma maldição local. Neste caso, vemos que mesmo uma pessoa não seguindo um padrão convencional e sendo grande admiradora do terror, pode também ser uma pessoa boa e tão normal ou igual a todos nós. Esse filme quebra bastante preconceito, e talvez faça seu filho ou sua filha olhar o coleguinha com mais amor e menos julgamento.

Para finalizar, não tem como falar desse tema sem citar o mestre, né?! O fabuloso e dark, Tim Burton. Esse tem o dom de transformar o mundo sobrenatural em temas infantis.

Eu cresci vendo MUITOS filmes dele. Edward Mãos de Tesoura (Edward Scissorhands, 1990), Os Fantasmas se Divertem (Beetlejuice, 1988), O Estranho Mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas, 1993) e por aí vai. Talvez ele tenha sido um dos grandes responsáveis por eu ter sido gótica na adolescência, e um dos responsáveis em tornar o terror em algo fofo e normal. Os personagens que ele cria, sejam eles monstros, fantasmas, zumbis e etc, mostram pra nós que a gente pode viver tranquilamente da forma como quisermos. Independente da nossa aparência ou estilo, o importante é sermos boas pessoas e praticarmos o bem, seja para quem for. E isso é um baita ensino para os nossos pequenos, não é?!

Sentir medo quando a gente é criança é muito comum. Temos medo de praticamente tudo pois estamos tendo um primeiro contato com a maioria das coisas. Pra mim, o medo, sempre foi muito relativo. Eu nunca tive medo de filme de terror, por exemplo, mas morro de medo de rato desde novinha (é fobia mesmo).

Mas o que eu costumo e gosto de dizer é que o terror me ensinou muitas coisas, seja para encarar novos desafios ou para me relacionar com pessoas diferentes da minha personalidade. Nem tudo que assusta é ruim, ou nem tudo que é “dark” é do mal.

O importante é quebrarmos barreiras e preconceitos, e isso, meus amigos, o terror sabe fazer MUITO bem!

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