DOC | Vamos falar sobre o dia das bruxas?— Mais Horror

Contos e abóboras, um pouco sobre esse ícone do Halloween

L. Adames
Mais Horror
6 min readNov 1, 2020

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E ai amantes do terror, todos vivos ainda?

Como estamos próximos a data mais deliciosa ano, a qual infelizmente não comemoramos no BR (escorreu uma lágrima aqui) esse texto é sobre o que inspirou uma tradição do Halloween, não, não é o costuma doentio do Michael Myers de perseguir sua irmã rs, e sim o costume de enfeitar abóboras como lanternas assustadoras para enfeitar suas residências.

Um pouco sobre as origens da data

Segundo uma reportagem da BBC, o “Dia das Bruxas” que conhecemos hoje tomou forma entre 1500 e 1800.

Fogueiras eram populares no Halloween. Elas eram usadas na queima do joio, que celebrava o fim da colheita no Samhain, como símbolo do“ rumo a ser seguido pelas almas cristãs no purgatório” ou para repelir a bruxaria e a peste negra (coisa que era pelos maus hábitos de higiene, porém é mais fácil culpar bruxar e demônios não é mesmo?)

Um outro hábito eram as crianças, que iam de casa em casa cantando rimas ou orações para as almas dos mortos, em troca, elas recebiam bolos de boa sorte que representavam o espírito de uma pessoa que havia sido liberada do purgatório.

Por volta de 1845, durante o período conhecido na Irlanda como a “Grande Fome”, cerca de 1 milhão de pessoas foram “forçadas” a imigrar para os EUA, levando junto sua história e tradições.

A tradição moderna de “doces ou travessuras” também é americana. Há indícios disso em brincadeiras medievais que usavam repolhos, mas pregar peças virou um hábito nessa época do ano para os americanos a partir dos anos 1920. As brincadeiras podiam acabar ficando violentas, como ocorreu durante a Grande Depressão, e se popularizaram de vez após a 2ª Guerra Mundial, quando o racionamento de alimentos acabou e doces podiam ser comprados novamente.

A tradição mais popular do Halloween, de usar fantasias e pregar sustos veio após a transmissão pelo rádio de uma adaptação do livro Guerra dos Mundos, do escritor inglês H.G. Wells, que gerou uma grande confusão quando foi ao ar, em 30 de outubro de 1938.

As abóboras e seus contos

De acordo com o site History.com, tudo isso teve origem na Irlanda, onde nabos e batatas eram usados como “telas” que viravam objetos de decoração, a medida que chegavam aos EUA, conheceram as aboboras e logo agregaram esse hábito a elas também.

Mas essa relação entre aboboras e Halloween deu-se especialmente pela colaboração de um homem, o historiador e escritor Washington Irving, ele quem criou o delicioso conto da “A Lenda de Sleep Hollow”.

Washington Irving (1783–1859).

“A lenda de Sleep Hollow ”

A história de Irving se passa na vila de Sleepy Hollow, em Nova York, no condado de Westchester. Nele, o recém-chegado e mestre-escola Ichabod Crane cortejava Katrina van Tassel, uma jovem herdeira que também estava sendo perseguida pelo holandês Brom Bones. Depois de ser rejeitado por Katrina em uma festa na fazenda van Tassel, onde histórias de fantasmas são compartilhadas, Ichabod é perseguido por um cavaleiro sem cabeça (que pode ou não ser seu rival) que arremessa uma abóbora no homem, jogando Ichabod de seu cavalo. O mestre-escola desaparece.

Graças aos evento ao decorrer do conto, e a atmosfera que ele induz, logo o conto e a figura sinistra do cavaleiro foram incorporadas a data do Halloween.

Jack O’Lantern

Também tem a fabulosa história do “Stingy Jack”, um Irlandês mal educado que basicamente morreu de tanto beber e barganhou com o capeta, Jack não queria pagar sua bebida, então ele convenceu o diabo a se transformar em uma moeda, assim Jack poderia usar para comprar suas bebidas. No momento em que o diabo fez isso, Jack decidiu guardar o dinheiro e colocá-lo no bolso ao lado de uma cruz de prata, o que impediu o cramunhão de voltar à sua forma original.

Jack finalmente libertou o Diabo, sob a condição de que ele não o incomodaria por um ano e que, caso Jack morresse, ele não reclamaria sua alma. No ano seguinte, Jack novamente enganou o Diabo para que subisse em uma árvore para colher um pedaço de fruta. Enquanto ele estava na árvore, Jack esculpiu um sinal da cruz na casca da árvore para que o Diabo não pudesse descer até que ele prometesse a Jack não incomodá-lo por mais dez anos.

Logo depois, Jack morreu.

Segundo a lenda, Deus não permitiria que uma figura tão desagradável entrasse no céu (o quão misericordiosos esse ser é hahah). O Diabo, chateado com o truque que Jack pregou nele e mantendo sua palavra de não reivindicar sua alma, não permitiria que Jack fosse para o inferno. Ele enviou Jack para a noite escura com apenas um carvão em chamas para iluminar seu caminho. Jack colocou o carvão em uma abóbora esculpida e tem vagado pela Terra desde então. Os irlandeses começaram a se referir a essa figura fantasmagórica como “Jack da Lanterna”.

Adaptações do conto:

O registro mais antigo que eu encontrei foi o “The Headless Horseman” de 1922, uma versão do cinema mudo dirigida por Edward Venturini;

Também temos o conto feito em desenho pela Disney, em 1949 “As aventuras de Ichabod eo Sr. Toad”;

O genial Tim Burton em 1999, trouxe uma versão mais sanguinária (incrível filme na minha opinião)

E também temos uma série da Fox chamada Sleep Hollow, porém se passa em dias mais “atuais”.

Também tem um sátira realizada pela Cartoon, no desenho “As terríveis aventuras de Billy e Mandy” (um dos meu desenhos favoritos aliás) , onde o Jack O’Lantern engana o ceifador sinistro.

Ainda sobre a versão de Irving, “A lenda de Sleep hollow”, Irving não inventou a ideia de um cavaleiro sem cabeça. Contos de cavaleiros sem cabeça podem ser rastreados até a idade média , incluindo histórias dos Irmãos Grimm e da lenda holandesa e irlandesa do “Dullahan” ou “Gan Ceann”, um cavaleiro parecido com o Grim Reaper que carrega sua cabeça.

De acordo com a Sociedade Histórica de Nova York, outros acreditam que Irving foi inspirado por “um soldado hessiano real que foi decapitado por uma bala de canhão durante a Batalha de White Plains, por volta do Halloween de 1776”.

Porém, “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça” foi baseada no folclore germânico, trazido pelos imigrantes dessa nacionalidade para a América. A lenda original foi registrada por Karl Musäus, um escritor alemão de contos de fadas. Um trecho escrito por Musäus:

O Cavaleiro sem Cabeça foi visto frequentemente. Um velho homem que não acreditava em fantasmas contou que encontrou o cavaleiro vindo do desfiladeiro. O cavaleiro o perseguira atravessando arbustos, colinas e pântanos. Ao chegarem a uma ponte, o cavaleiro subitamente se transformou num esqueleto. Ele jogou o velho dentro do riacho e salto por sobre as copas das árvores, trotando num barulho de trovão.

E é isso ai pessoal, espero que tenham curtido a matéria, e se vocês já ouviram falar sobre fatos dessa origem, ou tem informações que não constam aqui, chamem no Twitter ou no Instagram, ficarei feliz em complementar aqui com sua interação, sem falar no p*** feedback que da a nossa equipe.

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L. Adames
Mais Horror

Entusiasta de filmes velhos e histórias macabras, fora da realidade…Quanto mais sangue e tripas melhor 😈