Os refugiados de uma Revolução

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2 min readOct 6, 2015
Divulgação/Maker: A documentary on the maker movement

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Somos fazedores.

Nascemos depois de 1980 e adotamos o hashtag Millenials, ou geração Y, se preferir. Assim como os sírios, paquistaneses, croatas, mexicanos, israelenses e outras tantas comunidades migram tentando fugir de um sistema em colapso, na esperança que do outro lado da travessia exista oportunidades de viver em um mundo melhor, minha geração navega numa economia em transição turbulenta. Fugimos do modelo de Revolução Industrial que nos ensinou muito — inclusive o que não queremos mais.

O que precisamos agora não é de um grande plano econômico de crescimento. Estamos fazendo nosso próprio futuro acontecer todo dia, em conversas que ampliam a visão de mundo; protótipos que mostram as falhas do trajeto e nos fazem corrigir mais rápido as rotas; movimentos sociais, políticos e ambientais divertidos, que não derrubam sangue para conter desmatamentos e alimentar milhares de famintos; meditações coletivas que equilibram o estado de vibração em uma força global invisível; bancos comunitários que aumentam a resiliência de bairros e cidades inteiras; modelos alternativos de educação que ensinam a aprender; negócios que regeneram o meio ambiente enquanto crescem os lucros.

“Fugimos do modelo de Revolução Industrial que nos ensinou muito — inclusive o que não queremos mais”

As organizações precisam se reorganizar rápido para acompanhar tudo isso e colaborar com o que têm: potência de realização. Participar ativamente, ao invés de tentar competir contra essa onda óbvia de fazedores que se espalham como polinizadores de “nano-revoluções”, em cada start-up inventada numa garagem, ou numa mesa de reunião, onde um CEO decide por deixar um legado para o mundo ao invés de simplesmente cumprir as metas do trimestre.

Já tem muita gente que entendeu que falar bonito é diferente de agir direito, e estão fazendo o que podem para agir rápido e com coerência.

Como refugiados de uma revolução das máquinas, navegamos rápido para uma evolução orgânica. Estamos nos humanizando como espécie e nos reconhecendo como raça. O crescimento de uma empresa não pode mais estar dissociado do desenvolvimento de uma comunidade.

A rentabilidade de um negócio deve estar atrelada ao retorno cultural, ambiental, político e até espiritual que ele gera. A capacidade de um governo agir coletivamente deve ser fluida como uma rede, onde cada parte é uma célula ativa que torna o sistema fértil e próspero.

“O crescimento de uma empresa não pode mais estar dissociado do desenvolvimento de uma comunidade”

Somos uma geração de refugiados que, diariamente, busca em si acolhimento e força criativa. Já estamos fazendo, mas iremos ainda mais longe. Para nossa geração, o mundo não tem fronteiras. Queremos transformar positivamente o sistema, e não teremos novos refugiados.

Por Igor Botelho

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