Por que fazemos o que fazemos?
Uma revolução lenta e silenciosa na economia começa a dar sinais. Um novo modelo parece a se delinear. A busca por formas mais inovadoras de resolução de problemas e ambientais responde à questão de um sentido mais profundo: as escolhas que estamos fazendo são relevantes?
Mesmo que lentas, as mudanças não param e acontecem em todos os âmbitos social, econômico e ambiental. Aqui, faço questão de citar o crescimento da economia de compartilhamento e de negócios P2P. Além disso, uma geração cada dia mais crescente larga os empregos em grandes corporações por uma carreira com mais significado. O mercado local e artesanal só aumenta. Novas startups com impacto social nascem. Os currículos ficam para trás e busca-se escrever biografias significativas. Essas transformações refletem um desejo mais latente da sociedade de construir algo maior do que ela.
Isso foi chamado de Economia do Propósito por Aaron Hurst no livro “The Purpose Economy: How Your Desire for Impact, Personal Growth and Community Is Changing the World”. Segundo ele, essa nova forma econômica baseia-se em criar valor para si mesmo, as pessoas e a sociedade, com o objetivo de alcançar crescimento pessoal, relacionamentos significativos e impacto social. Uma quebra radical que reconfigura o mercado com uma mentalidade ganha-ganha.
Nosso propósito é o caminho para onde ir e, principalmente, a energia para alcançar e trilhar essa jornada. Propósito é íntimo, subjetivo, mas guia como resolvemos os problemas do dia a dia com inspiração para que eles realmente se resolvam e não sejam adiados.
No livro, o autor define três tipos de propósitos que alimentam o propósito principal.
1. Propósito pessoal: uma vez alcançado níveis de conforto, a felicidade precisa aparecer. Segundo estudos, voluntariado é uma atividade que proporciona um maior bem-estar proporciona. Da mesma forma, nosso trabalho que ocupa o 50% de nosso tempo deve ter como foco nossas metas pessoais.
2. Propósito social: Ele tem mostrado que as empresas que investem capital humano são modelos de negócios bem sucedidos. É preciso que o modelo de liderança hierárquica tradicional seja mais horizontal, em que líderes conhecem as necessidades de seus empregados e se preocupam com elas.
3. Propósito corporativo: tomando como exemplo a teoria da difusão de inovações Evertt Rogers (1962), em que diferentes atores são responsáveis pela propagação do novo.
Claro que a busca por propósito sempre existiu, mas nesse novo contexto de número de menor de grandes conflitos no Ocidente e certa normalidade na macroeconomia, uma nova dimensão orienta os negócios e carreiras. Há mais questionamento sobre nosso papel para transformar e solucionar problemas. Mesmo que ele seja na sua rua. Uma equação começa a ser calculada e algumas somas são fundamentais nessa nova matemática: lucro + consciência, competição + espiritualidade e eficiência + bem estar.
Mas onde queremos chegar? Muitas vezes nos perguntamos, qual é o nosso propósito quando ele está à altura dos nossos olhos. Nosso propósito é o caminho para onde ir e, principalmente, a energia para alcançar e trilhar essa jornada. Propósito é íntimo, subjetivo, mas guia como resolvemos os problemas do dia a dia com inspiração para que eles realmente se resolvam e não sejam adiados.
Com um propósito, você realmente entregará algo diferente para o mercado. O diferencial está em entregar e não apenas querer algo do mercado.
Com um propósito, você realmente entregará algo diferente para o mercado. O diferencial está em entregar e não apenas querer algo do mercado. Propósito é um valor intangível que mostra a credibilidade de uma empresa. O marketing pode ajudar a construir uma marca, mas só se uma empresa é autêntica, ela consegue perdurar e enfrentar a oscilação do mercado.
Encontrar o trajeto do nosso propósito e perdurar nele é doloroso. Por isso, deixo novamente a pergunta: por que você está fazendo o que faz? Faz sentido para você? Tire alguns minutos e tente escrever, desenhar ou expressar ele.
Por: Higor Lambach
