Descobrir, filtrar, absorver e libertar.

Bruna Elisa Mayer
Manifesto 55
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3 min readMay 15, 2018

Recebi um feedback de que é incrível a minha capacidade de absorver informações. Não estou aqui para enaltecer essa habilidade, e sim para mostrar como essa pequena fala me fez refletir.

Se prepare para uma frase óbvia e clichê: a vida é feita de ciclos. (Nossa Bruna, você chegou a essa reflexão sozinha?) Ok, agora uma frase para gerar um pequeno plotwist: somos seres incapazes de realizar constantemente estes ciclos.

Pare para pensar na quantidade de informação que descobrimos todos os dias. Nas conversas, nas leituras, nas séries, nos panfletos, nas placas, no rótulo do shampoo que você lê no banho, na frase rabiscada com caneta atrás do banco do ônibus. Informações e palavras que se unem em todos os cantos. Porém quais informações você realmente está conseguindo filtrar?

Não se compare a um filtro de café, por favor. Pense mais em você escolhendo um filme para assistir na Netflix (se você consegue escolher algo em menos de meia hora, me ensine seu segredo). Independente se a sua escolha for assistir algo ou não assistir nada, as informações que te levaram a tomar uma decisão passaram por um filtro.

É tarefa do nosso subconsciente, mas você pode entrar com um pouco de mindfullness e começar a filtrar essas informações conscientemente.

E essa é uma parte essencial na vida: filtrar. Tanto para seu processo de aprendizagem, de tomada de decisão ou até mesmo para compreender feedbacks. Porque tudo que passa pelo seu filtro, tem dois caminhos a seguir: absorção ou libertação (acho que a vibe poética me atingiu nesse momento).

Se você escolheu assistir The Alienist (recomendo, inclusive) ao invés de Perdidos no Espaço, algum filtro estava ativo. Seja porque encaixa com seu gosto por séries de investigação, ou por sua segunda opção de faculdade ser Psicologia, ou porque entra no seu leque de interesses (ou todas as opções anteriores).

O raciocínio seguiu melhor agora, certo? Para absorver coisas que façam sentido para você, ative seu filtro. E se realmente te acrescenta e faz sentido para você, absorva e guarde bem dentro de si.

Descobrir sempre, mas também aprender a filtrar. Absorver aquilo que te faz bem e que te acrescenta. Mais do que isso, crescer e perceber que algumas coisas você tem que (se) soltar.

E assim como você não é um filtro de café, também não é um interruptor ambulante, que aciona seu filtro em qualquer conversa de bar porque você acredita que aquele assunto não está no seu leque de conhecimento.

Você pode (e deve) descobrir coisas novas, mas não é sua obrigação (nem necessidade) absorver tudo. Se o assunto for futebol, você pode muito bem fingir que está entendendo grande parte da conversa (posso ensinar como fazer isso), trocar ideias interessantes, aprender, mas não necessariamente absorver essas informações. E não é por desinteresse, é apenas questão de priorizar que tipo de conhecimento você retém.

Importante: você é responsável por absorver. E também por não deixar que as coisas te absorvam.

Outro ponto ainda mais importante: saber libertar. Não apenas libertar informações que não são úteis para você, mas também aquelas que não te acrescentam — ou até consomem suas energias.

Liberte lembranças de comentários ruins que alguém te fez (algumas pessoas não sabem o que é dar um feedback). Em relação aos erros que você já cometeu: absorva o aprendizado, liberte-se da culpa.

Liberte(-se). Não “porque se for pra ser, vai voltar”, mas sim “deixe livre, que terá mais vontade de ficar”.

“Ser forte nunca foi apenas sobre ser resistente. Desistir também pode ser um ato de extrema bravura. Então não se engane, às vezes é preciso ser muito forte para reconhecer o que não dá mais, e deixar para trás.” -Daniel Duarte

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Written by Bruna Elisa Mayer

Antes de tudo apaixonada por cada universo contido nas palavras, depois disso jornalista