O impacto da felicidade para o sucesso nos negócios e na educação

Diego Dornelles
Manifesto 55
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3 min readAug 30, 2018

Sabe quando você lê um livro, assiste a um TED ou vai a uma palestra tão incrível que você quer compartilhar com todo mundo? Foi mais ou menos isso que aconteceu quando tive contato com O Jeito Harvard de Ser Feliz. Pelo título, parece ser um livro de autoajuda, mas na verdade ele está categorizado como livro de Administração, tamanho é o impacto disso nas organizações. Por isso, se você exerce algum cargo de liderança, seja como gestor ou professor, ou simplesmente acredita que sucesso vem antes de felicidade, esse texto pode fazer muito sentido para você.

A maioria das pessoas pensa que sucesso vem antes de felicidade. “Quando eu conseguir uma promoção no trabalho, eu vou ser feliz”, “quando eu comprar a casa própria, eu vou ser feliz”, “quando eu terminar de pagar as prestações do meu carro, eu vou ser feliz”. Repare que a felicidade está sempre condicionada ao sucesso em uma etapa, a uma conquista. O fato é que, quando conseguimos o que queríamos, ficamos brevemente felizes e então partimos para a próxima condição, ou melhor, o próximo problema. O erro está na fórmula: na verdade, felicidade vem antes do sucesso. Essa é a premissa principal do livro.

Esse assunto foi estudado pelo curso de psicologia positiva de Harvard, liderado por Shawn Archor — autor do livro O Jeito Harvard de Ser Feliz e que tem um dos TedTalks mais vistos no mundo, com mais de 18 milhões de visualizações.

De forma resumida, Shwan defende que existem três pilares para o sucesso nos negócios e na educação: otimismo, conexões sociais e felicidade. Se conseguirmos aumentar os níveis desses três pilares, consequentemente aumentamos nossas chances de obter sucesso.

Para comprovar essa teoria, uma empresa de seguros americana decidiu contratar parte de seus colaboradores com um critério principal: o nível de otimismo que eles apresentaram, mesmo que eles tivessem ido muito mal no teste de aptidão da empresa. Ao final de um ano, esse grupo superou em 19% o número de vendas em relação aos colaboradores contratados pelos métodos convencionais. E ao final do segundo ano, em 57%.

Archor explica que só podemos prever 25% do sucesso de um funcionário no trabalho pela sua inteligência e suas habilidades técnicas. Os outros 75% são previstos por três categorias gerais: seu nível de otimismo, o quão profundos e amplos são os seus relacionamentos sociais, e a maneira como você lida com o estresse.

Mas como ser assim? O autor nos dá algumas dicas:

1. Crie hábitos positivos

- Pratique gratidão: escreva todo dia de manhã três coisas pelas quais você é grato. Além disso, você pode mandar uma mensagem de agradecimento a alguém.

- Medite e faça exercícios físicos.

2. Veja problemas como desafios e não como ameaças

Após cada falha, crise ou catástrofe, existem três cenários: ou nada muda, ou você fica preso em um espiral negativo e mais coisas ruins acontecem ou você volta mais forte do que nunca. Fique com a terceira opção.

3. Não abandone os amigos, não pare de socializar

Você já deve ter dito ou escutado a seguinte frase “não posso, pois estou na correria, cheio de trabalho”. A primeira coisa que fazemos quando estamos com muito trabalho é abandonar a vida social para dedicar mais tempo ao trabalho. Archor viu em sua pesquisa que os estudantes que praticamente moravam na biblioteca e abandonaram a vida social para estudar, não eram os que tinham o melhor desempenho. Na verdade, eles entravam em colapso nervoso e desistiam, pedindo transferência para outra universidade. Por isso, devemos fazer o contrário: aumentar o investimento nas conexões sociais.

A conclusão é que não basta termos as melhores ferramentas, os melhores processos e métodos, se não tivermos pessoas felizes e engajadas. Essa premissa vale tanto para o ambiente corporativo quanto educacional. Como disse Archor, em seu TedTalks, “Não é a realidade que nos molda, mas as lentes pelas quais o cérebro vê o mundo que molda a sua realidade. Por isso se mudarmos as lentes, não só podemos mudar a felicidade como podemos mudar cada resultado educacional e empresarial”.

E para você, faz sentido?!

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Diego Dornelles
Manifesto 55

Facilitador de Aprendizagem, Educador e Mercadólogo