O que você está deixando de fazer por você?

@netobruna
Manifesto 55
Published in
3 min readMar 11, 2019

Eu sei que estamos só no terceiro mês do ano, mas você ainda se lembra da sua resolução — ou meta — pra esse 2019?

A minha era uma, bem curtinha de escrever e bastante desafiadora para mim: “Ter mais compromisso comigo mesma”. E você, acha simples?

Um breve contexto

Eu gosto de deixar todo mundo na mesma página, então vou tentar resumir: sempre tive uma naturalidade com comunicação, era uma criança criativa e falante e não raro inventava “produtos” pra sair vendendo pela rua — uma ótima desculpa pra sair de casa!

Hoje, eu trabalho com comunicação e fico doente se não estou perto de pessoas… Como jornalista ouvi muitas histórias dos outros e gostava de contar, ajudar, botar a mão na massa pra construir algo novo.

Percebi que ao longo do tempo acabei deixando pra trás minhas ideias criativas e abraçando outros projetos, deixando que o tique-taque do tempo engolisse minhas vontades e, claro, ajudar os outros em seus projetos pessoais era uma forma de me esconder para não bater aquele papo honesto comigo mesma.

Os primeiros passos

Depois de entender um pouco como funciona meu cérebro de auto sabotadora — sempre arrumando desculpas para não começar meus projetos ou duvidando da minha capacidade de entrega e realização — pedi ajuda para a pessoa que mais coloca de pé aqueles Do It Yourself do Pinterest: Florentine Versteeg-Vedana, que também é uma das fundadoras da Manifesto 55. Foi com ela que descobri uma forma interessante que, confesso, no início me deu certa preguiça: escrever todas as manhãs três páginas dos meus pensamentos.

A sugestão veio do livro O Caminho do Artista, da escritora Julia Cameron. A autora é uma das referências do curso Potencial Criativo que a Manifesto 55 tem entre seus produtos, mas só com a dica da Flor é que olhei com atenção para o que a prática poderia me trazer…

As três páginas

Comecei as páginas em um caderno velho mesmo. Assim que acordava, sem entender muito bem qual a razão para escrever, colocava no papel minhas frustrações do dia anterior, meu mau humor matinal e coisas aleatórias, porque preencher três páginas não é simples.

Dia após dia, comecei a perceber que o que eu escrevia lá me ajudava a “limpar” meus pensamentos e organizar meu dia. Como orientação da Flor, eu não voltei para ler o que escrevia, mas não é preciso ser muito observadora pra perceber que as palavras de autopiedade e até crueldade de mim comigo são as que primeiro aparecem no texto. Ao longo da escrita também comecei a aprofundar alguns questionamentos internos, como se fosse uma conversa…

Eu não posso falar em resultados agora, porque o que eu tenho é uma parte do processo, mas a certeza é de que ainda virão muitos aprendizados. No balanço do último mês comecei a fazer pilates e ainda não faltei nenhuma aula, organizei meu tempo para pintar pelo menos uma hora por semana e meu site, como projeto para sair do papel, já está quase finalizado.

Quando aqueles questionamentos limitadores começam a pipocar na minha cabeça, logo passo para o papel e é como se meditasse…

O que eu sei é que agora eu estou cada vez mais próxima da menina que saía pela rua querendo compartilhar suas criações do que com a adulta 100% auto crítica e 0% produtiva que estava sendo… Então se eu puder te dar uma sugestão para retomar com seus objetivos, a minha é: toma um tempo contigo, se conecta com quem você é que pode ser um avanço incrível!

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@netobruna
Manifesto 55

Na busca por mais consciência, autonomia, coerência