Qual é o seu impacto nos processos em grupo?

Gabriel Holmes Pereira
Manifesto 55
Published in
4 min readFeb 6, 2019

Vivemos em um mundo regido por uma lei de ação e reação, tudo que fazemos vai gerar uma reação e isso é inevitável. A reação pode ser algo interno a você ou externo, pode ser algo bom ou ruim, mas ela vai acontecer. Na maioria das vezes nós não conseguimos controlar o resultado do que fazemos mas o que fazemos só depende da gente. Pensando assim te pergunto, qual é o impacto que suas ações têm causado?

Se pensarmos em como está sendo nosso impacto como sociedade, consumidores, cidadãos podemos passar horas tentando mensurar e mesmo assim seria difícil.
Nas minhas reflexões pessoais sobre isso, comecei a assumir um papel mais protagonista e me importar mais sobre como minhas ações vão impactar as coisas ao meu redor. Nesse processo me tornei vegetariano, comecei a andar mais de bicicleta, comecei a pensar duas vezes antes de comprar qualquer coisa e reduzi a quase zero meu uso de sacolas plásticas. Simples né? Eu sei, mas acredito que minhas ações podem ter algum resultado e que o esforço vale a pena.

Maaaaas não é sobre esse tipo de impacto que quero falar. Quero falar sobre o impacto e influência que temos nas pessoas ao nosso redor, para ser mais especifico, qual é a influência que exerço em grupo em uma reunião, facilitação, workshop. Como o facilitador pode impactar o grupo que com o qual ele está trabalhando? Será que esse impacto tem sido mais positivo ou negativo?

Sabe quando você tá super animado e algum amigo chega e começa a falar sobre os problemas e como a vida dele tá ruim, de repente você percebe que sua energia foi lá pra baixo. Então, nós temos um enorme poder de influenciar as pessoas ao nosso redor. Podemos fazer isso jogando a energia lá pra cima e contagiando os outros para um processo criativo ou de geração de ideias ou criando um ambiente seguro para uma reflexão mais pessoal.
Assim como em relação aos temas que mencionei antes, tenho refletido sobre qual é o impacto que eu gero em grupo. E sobre isso acredito que temos que ter alguns cuidados sempre em mente. O contexto e o momento.

Contexto

Entenda e tenha claro o propósito do encontro e quem são as pessoas com que você está falando. Essa questão é super importante para você adaptar o seu conteúdo e o tipo de energia para usar no encontro. Com isso em questão é essencial ter muita empatia para o planejamento do encontro.
Como mencionei anteriormente, tenha claro se é um momento de autoconhecimento, trazer uma energia mais introspectiva e de reflexão é essencial.
Por exemplo, se você está facilitando um processo criativo em que o objetivo é gerar ideias para um problema específico, suponhamos que durante a facilitação as coisas começam a se perder e as ideias geradas começam a ir para um caminho que você não esperava, você pode decidir trazer um pouco mais de controle para o processo e ajudar a deixar as ideias mais tangíveis.

Lembre-se que se trata de um processo, com etapas. É importante você trazer consciência para o grupo de qual é o momento que vocês estão.

Imagens retirada do Livro Gamestorming

Muitas vezes estamos em um momento de divergência mas algum participante já tá pensando em convergir, alinhem qual é o momento que você está com o grupo. O Momento é o outro ponto que eu gostaria de abordar.

Momento

O momento é questão de sensibilidade no momento da facilitação, é captar coisas sutis do grupo. Sabe quando você tinha uma dúvida no colégio e do nada o professor olhou pra você e perguntou se você tinha uma dúvida? É disso que eu to falando. O momento é importante porque nele você consegue perceber quando algo talvez não fez tanto sentido para o grupo e nesses momentos você tem que adaptar o seu estilo de lidar com a situação.
Por exemplo, se você está guiando processo de autoconhecimento e alguns sentimentos começam a aparecer, você deve “sentir” o grupo, às vezes ficar naquela etapa do processo por mais tempo e deixar tudo isso emergir e decantar com o tempo.

Ambas questões estão ligadas a influência e a energia que você gera no grupo, dependendo de como você lida com essas situações você pode inibir assuntos super importantes que podem emergir do grupo. Fazer uma auto-análise de como isso tem ocorrido é super importante. Na Manifesto 55 temos o equalizador de liderança e facilitação que pode te apoiar na hora de definir o estilo e entender o seu próprio estilo de facilitação. O Equalizador pode ser uma ferramenta para te apoiar.

A pergunta que te faço é “ Qual a influência que você tem causado nos grupos que você está inserido?”. Lembre-se de sempre pensar no contexto e estar sensível aos momentos!

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