Que tal aprender enquanto você faz?

Gabriel Holmes Pereira
Manifesto 55
Published in
4 min readJun 18, 2018

Hoje vamos falar sobre aprender a aprender… Pode parecer meio louco mas quase todos os sistemas educacionais foram desenhados baseados em sistemas industriais, em que nenhum momento pensamos ou levamos em conta o indivíduo. Não sei para você, mas para mim pode parecer um pouco relapso pensar que um mesmo sistema educacional vai funcionar para todos. Levando em conta as peculiaridades de cada um, fica óbvio que cada um tem uma maneira de aprender.

Clichê, mas muito real!

“The only good way to learn is to do it your own way” Kio Stark, Don’t go back to school.

O learning by doing é um caminho de aprendizagem que permite com que você descubra seus meios, como o próprio nome já diz, é aprender fazendo. E você pode aprender tudo dessa forma, algumas coisas serão mais fáceis e outras mais difíceis, mas dá! Nosso cérebro tem a incrível capacidade de se modelar conforme as experiências que vivemos, o que faz com que ele reformule suas conexões em função das necessidades e dos fatores externos, esse conceito é conhecido como Plasticidade do Cérebro e essa capacidade faz com que sejamos capazes de aprender quase tudo.

Em uma pesquisa realizada com taxista de Londres, cientistas descobriram que eles apresentaram um desenvolvimento do hipocampo, área cerebral responsável pela memória e orientação espacial.

Mas será mesmo que a prática pode nos levar a aprender e a se desenvolver em qualquer área do conhecimento? Para falar um pouco disso, vamos voltar alguns anos…
A imagem a seguir fala da média de aprendizagem por método utilizado e há quanto tempo estamos utilizando a mesma em nossos processos de aprendizagem.

É um pouco difícil de entender de primeira mas as formas de retenção de conhecimento que mais funcionam para nós são praticando e ensinando. Além disso, junto com demonstrando, historicamente é o que mais temos experiência no decorrer dos anos. Em uma breve reflexão, pensei “É ai que entram as novas tecnologias, como VR e AR, elas tem o incrível poder de criar um ambiente em que podemos praticar”. Mas isso já é outra história, não quero entrar nesse mérito.

Entre outras questões com relação ao learning by doing que gostaria de abordar aqui, são os que Kio Stark percebeu em suas entrevistas para escrever o livro “Don’t go back to school”. Durante as conversas ficaram claros 3 pontos que fazem estudantes se desengajarem nos seus estudos. São eles: falta de autonomia, passividade no processo de aprendizado e aversão ao erro.

Em um processo de aprendizagem por learning by doing dois dos três fatores apontados por Kio são eliminados de cara.

Primeiro pela Aprendizagem ativa pois é um processo que é extremamente participativo, visto que é baseado na prática, ou seja, se você não colocar a mão na massa você não vai aprender. Aqui pode ser feito um link com a aprendizagem experiencial que David Kolb dividiu em quatro etapas: Experiência Concreta, Observação & Reflexão, Conceituação Abstrata e Experimentação Ativa. Aqui as duas estão extremamente conectadas visto que na experiência concreta, o learning by doing pode ser uma base para essa etapa.

E que nesse processo de experimentação inevitavelmente você vai errar. Quando você vai pra rua, quando você coloca um projeto no mundo, quando você tenta andar de bicicleta pela primeira vez, o erro é inevitável. No learning by doing, isso é um fato, você vai errar e talvez ai que estejam os maiores aprendizados. É um processo, em que esses erros fazem parte dessa evolução rumo a uma maneira melhor de fazer o que você está buscando se desenvolver.

Nos modelos formais de educação encontramos exatamente os pontos achados por Kio na suas entrevista. Não vemos autonomia, é um processo passivo e o erro é visto como algo ruim. O learning by doing é autêntico! É algo seu, que se baseia nas suas experiências e vivências, é um processo para se autoconhecer e vai ser algo que vai funcionar pra você da sua própria maneira!!

Para finalizar queria deixar aqui uma frase do Guilherme Lito do seu TEDx

“Enquanto a gente não consegue colocar as máquinas pra fazer o trabalhos dos homens a gente está transformando os homens em máquinas”

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