Quem veio primeiro, a ideia ou a dúvida?

Gui Sarkis
Manifesto 55
Published in
2 min readMay 22, 2019

Às vezes acho que nasci com estoque infinito de curiosidade. Entre as inúmeras tentativas de saciar meu ímpeto já fiz mergulho em mar aberto, pilotei aviões e pedalei por um deserto.

Um dia, há alguns anos, essa curiosidade me fez estudar criatividade. Procurei por cursos, eventos, pesquisas, profissionais referência na área. Conheci nos Estados Unidos uma fundação chamada Creative Education Foundation, que realiza há mais de sessenta anos um evento anual chamado Creative Problem Solving Institute (CPSI). Lá tomei contato tanto com fundamentos de Criatividade como com princípios e técnicas de Facilitação. Me apaixonei.

De lá para cá ministrei workshops e facilitei processos em diversos países, trabalhando em parceria com muitos outros facilitadores. Passei a acreditar no poder das conversas.

Diálogos criam amizades, relacionamentos, famílias. E também criam ideias, sociedades e nações. Muitas ideias se manifestam por meio de diálogos e, na falta deles, muitas guerras.

Mas ideias são mais poderosas que qualquer guerra. Ideias atravessam oceanos, trincheiras e muralhas, transformando mentes em seu caminho. E mentes que se transformam criam, inovam e mudam o mundo.

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Resistimos a invasões de exércitos, mas não resistimos à invasão de ideias. — Victor Hugo

O poder da dúvida

Uma parte importante de viver é reconhecer a tensão contínua desta guerra interior entre (re)conhecer a si mesmo e mudar. Entre quem somos e quem queremos ser.

A mesma tensão nos toca enquanto humanidade. Se, por um lado, a força do hábito e da cultura nos enraíza, por outro o ímpeto de mudar nos consome a imaginação. Duas forças grandiosas e inexoráveis em constante tensão dinâmica.

Me tornei um facilitador para aprender a gerenciar estas tensões e facilitar mudanças, para ajudar a criar um mundo e pessoas ainda melhores. Toda transformação, ainda que desejada, traz consigo dor. Por isso todo facilitador tem algo de terapeuta, de mediador e de educador.

A facilitação é um meio, assim como o próprio facilitador. Vestimos o chapéu de guardiões de espaços e processos de criação e isso requer um conjunto de competências. Desenvolver-se como facilitador é um convite a navegar constantemente entre os mistérios da natureza humana e o caos criativo do nosso mundo cada vez mais complexo.

Um novo passo na jornada

Enquanto nos últimos anos tive a oportunidade de cultivar minhas competências em outras terras, agora acolho um chamado de fazê-lo novamente no Brasil.

Com meus queridos amigos da Manifesto 55 passo a apoiar o desenvolvimento da Escola de Facilitadores. Por meio dela queremos ajudar a desafiar e transformar líderes e experiências de aprendizagem, queremos estimular o protagonismo e educar para a autonomia, para a emancipação e a criatividade.

Para fazer frente aos desafios complexos que vivemos e as grandes mudanças, desejáveis ou não, precisaremos de muitos facilitadores. Seu coração está aberto a esse chamado?

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Gui Sarkis
Manifesto 55

Empreendedor, consultor e facilitador em Criatividade e Inovação. Conecte comigo em https://www.linkedin.com/in/guisarkis/