Preciso muito falar do Guigui

Pegando carona na polêmica do Gregório — num estilo mais Rafinha — porque hoje é o dia dele, meu lindão

Elaine Gouvea
Manual da Vida Prática
5 min readSep 15, 2016

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Hoje, 15 de setembro, o que me inspira a escrever é o nascimento de uma pessoa teimosa, cheia de manias, mas que veio para mudar completamente a minha vida. Também pudera, ele tem aquele sorriso que começa lá no olho, corta o mundo inteiro da sua face e termina do outro lado, com carinha de levado…

Não sei se o que me conquistou foi o sorriso, ou ser “moreno do cabelo enroladinho”, ou ainda a sua voz. Ah, a voz! Detalhe: é todinha a do pai dele (a maior surpresa quando conheci o velho). Estranho ouvir a voz que te deixava com borboletas na barriga (para não dizer excitada) vindo do seu sogro… Mas o charme é da mãe. O nariz desenhado e a boca rasgada de modelo também. Talvez o que tenha me encantado seja tudo isso junto. E as músicas do Jack Johnson pela manhã.

Com certeza, não foi por seu talento para dança. Não conheci o Guigui no Jazz, foi no forró da Estudantina (“noitada alternativa, para não dizer inferninho”), no centro do Rio (acho que ali já é considerado Lapa). Era o aniversário da Luiza, e eu estava comemorando com ela e a galera do trabalho desde às 6h da noite. Assim que saímos do trabalho, paramos no boteco ao lado. Lá ficamos até umas 10:30h. Fomos para a Estudantina, chegamos muito cedo, o lugar ainda estava vazio. Um amigo do trabalho e eu ainda pudemos sentar e tirar um cochilo numas cadeiras que estavam no canto do salão.

Dormi não sei por quanto tempo, mas foi o suficiente para equilibrar toda cerveja e vodka que eu tinha bebido até então.

Iara e Luiza, me acordaram (eu acho) porque o primeiro trio de forró ia começar a tocar. Dançamos sozinhas, juntas, com outras pessoas. Andamos o lugar inteiro. Até eu avistar aquele cara, que chegou às 1:30h da manhã, todo cheiroso.

De tão triunfal que foi sua entrada, parecia que carregava um holofote em sua cabeça! Vestia um jeans estiloso (mais que todos os meus) e camisa xadrez. Sim, lembro da roupa dele. E da minha também, infelizmente: um vestido listradinho, azul e branco, no estilo camisa social masculina, mas que parecia mais um pijama. Ele curtiu. E também lembra dele até hoje (pelo menos, até o ano passado, quando resolvemos nos casar e fomos revisitar as lembranças do começo).

Ele me chamou para dançar. Pisou três vezes no meu pé. Na quarta vez eu pedi para parar, e me seguir, pois já estava liderando a dança e ele ainda não tinha entendido. Funcionou! Nos primeiros dois minutos, depois ele voltou a se perder. O tempo voou e logo acabou o baile. Queríamos mais! Fomos com a Iara e o Lucas para o bar da cachaça. Bebemos Gabriela. O resto é história…

Ele me ligou já no dia seguinte, mas fui para São Gonça, não pude vê-lo. Nosso próximo encontro foi um jantar feito por ele. Achei o máximo, mas depois fui descobrir que era um jeito de economizar, pois tinha acabado de largar seu emprego de Sampa para poder curtir a vida no Rio. Ele morava com o Max, meu amigo do trabalho que estava na Suécia. Contamos para ele por mensagem que estávamos juntos, para ele não se assustar caso chegasse em casa e me encontrasse por lá.

Não me lembro por quantas vezes ficamos até ele se mudar para minha casa: a dona pediu o apê deles de volta. Eu, sim, questionei! Dividia o meu com a Roberta e não sabia se ela se sentiria a vontade com mais uma pessoa em casa. Ela aceitou, pois ele era mais fácil de conviver do que eu… :)

Dividíamos uma cama pequena em sua casa. Na minha, era um sofá-cama mesmo. Eu adorava: durinho, bom pra coluna. Ele odiava: por ser muito magrelo, seus ossos doíam. Ele me fez, enfim, sair da sala e ir para o meu quarto. Compramos uma cama decente: colchão de molas ensacadas, caro. Hoje dividimos uma cama pequena novamente. Mole, mas não tanto, não sei o tipo do colchão, mas parece aquela espuma da Nasa.

Já dizia Rita Lee que “amor é prosa”, a poesia fica para o sexo, e quando dá. Brigamos eternamente pelo lençol e edredom (por mais que ele seja maior que a cama). Evoluímos da briga por carregador para a briga de quem vai ficar com o celular. Sim, somos loucos e só estamos com um, no momento. Brigamos também para ver quem quebra mais telas. Ele ganha: quebrou até a do iPad!

Desde que ele apareceu, eu comecei a me tornar alguém melhor. Bom, no início não: ainda dei muito trabalho e vexame por beber demais. Incomodei com ciúme também. Mas, aos pouquinhos, fui me centrando (à medida que desequilibrava ele, talvez) e já não cometo os mesmos erros (só novos). Apesar de todas as mudanças em mim, seu amor não é castrador: ele alimenta e realiza meus sonhos!

Sou muito boa em sonhar, ele executa mais que eu. Por seu incentivo, botamos a mochila nas costas e fomos atrás de nossos sonhos. Ele acaba de realizar o dele. O meu ainda está a caminho. Quer dizer, parte já está realizado: começar essa aventura. Com seu apoio, parece que consigo tudo!

P.s.: Sobre risotos, ou qualquer coisa na cozinha, não fazemos quase nada juntos. Uma vez eu cismei que ele tinha que me ensinar a cozinhar. Ele levou tão a sério o negócio que se transformou no mais rígido chef de reality show de culinária, daqueles que arrasam o participante e suas técnicas. Ele implicava até com a posição dos meus dedos ao picar um tomate! O jeito que eu segurava a faca, argh! Também estava errado. Mandei ele se f#d&r! Antes da segunda aula, ele me disse para desistirmos daquilo, eu teria que aprender sozinha. Ou melhor, nem precisava chegar perto da cozinha, seu lugar sagrado. Ele não queria perder o prazer de cozinhar. Ele gosta tanto que de presente de aniversário pediu uma frigideira! Eu, filha da minha mãe (aquela que acredita que coisa de casa não é presente), relutei, mas dei. E já estou pensando em outra coisinha para dar um ar de presente de verdade…

p.p.s.: Parabéns, lindão! Tenho muito orgulho de você, da sua persistência e da vontade transformar seus sonhos em realidade. Beijos, te amo!

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