Como os políticos usam a ciência para o próprio benefício: como Bolsonaro QUASE me convenceu

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Recentemente, enquanto assistia ao jornal, notei um padrão mental meu que já havia notado várias vezes, nesse mesmo cenário: um político fala, depois um pesquisador, e os dois me convencem. Para efeito de discussão, considere o seguinte cenário:

Problema: precisamos manter a pandemia sobe controle;

Solução apresentada: passaporte de vacina;

Solução apresentada por um político: somente o teste PCR;

Argumentação do político: a vacina não protege contra a transmissão.

Estaria o político correto??? Pare para pensar!

Infelizmente, por mais que odeie o político, ele está certo! Grande parte das vacinas não protegem contra transmissão, tive uma discussão online sobre o assunto no meu canal do YouTube.

O problema das verdades pontuais é que elas não levam em consideração outras soluções, e não faz um balanço das vantagens e desvantagens. Consideradas pontualmente, elas se tornam verdade. Toda mentira tem um fundo de verdade, as fake News em parte se propagam assim, além do bias da confirmação.

Em uma empresa, existe o que se chamam de “tempestade de ideias”: quando temos um problema, as pessoas podem jogar o que quiserem, depois as ideias são filtradas.

Vou explicar melhor o que me levou a escrever este artigo.

Quando ouvi o político falar, por mais que o odeie pessoalmente, é verdade o que ele falou, e me vi concordando com ele. Depois venho uma cientista, e falou o contrário, também concordei com ela. No fim, fiquei com a cientista! Por que? Não é camaradagem, “clube do bolinha”.

Ciência é um jogo antigo, refinado durante décadas e décadas. Quando erramos, e erramos muito, erramos em grupo. Um cientista nunca fala sozinho. Estamos sempre em ombros de gigantes!

A ciência quando erra, erra como uma instituição, e concerta seu erro como um corpo grande. Lembra do artigo que fez a correlação entre vacina e autismo? Rebatido, todos excertos 1 autor voltou atrás, alguns perderam o emprego. Talvez tenha ouvido dos pesquisadores das ciências sociais que inventaram os dados: tornaram o processo de revisão mais pesado nas ciências sociais. Mesmo quando o erro passa, ainda assim acertamos: rumores falam que a pessoa que descobriu a propriedade discreta dos elétrons “deu uma mãozada” nos dados.

O método científico foi criado exatamente para eliminar as falhas humanas, como tendência de confirmação.

Vou dar um exemplo simples. Testes de hipótese é um método cientifico que prova estatisticamente que algo é verdade ou não. Geralmente, nos não conseguimos ver. Como exemplo, alguns métodos conseguem de uma amostra dizer o que está acontecendo com o todo; foi provado que temos problemas com estatística, damos muito valor ao que vemos, e foi provado que mesmo pesquisadores podem cair, e caem, nessa armadilhas. O método cientifico é igual meditação: acertar várias vezes não nos torna imune das armadilhas mentais, da idade das pedras.

Então, por que o político, ao falar primeiro, me convenceu? Por que o que ele falou é verdade, mesmo sendo uma verdade que teria grandes consequências. Se dizem que imigrantes tomam seu emprego, pode ser verdade, especialmente porque você conhece um chinês que trabalha na padaria, ou um português. O problema é o seguinte: o estrangeiro também roda a economia, traz novo conhecimento ao país (para os brasileiros, note a origem de muitas coisas, como o pão francês, tomate…), faz trabalhos que muito provavelmente você não faria, vive em condições que você muito provavelmente não aceitaria.

Meu ponto é: tome cuidado com qualquer informação que te faça sentir confortável. Você pode estar sendo manipulado com verdades parciais, que vai te custar caro! Droga é bom, o problema são as consequências para sua vida; sexo sem proteção bom, Mcdonalds é bom, Coca Cola, o problema são as consequências. Não trate informação de forma diferente!

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