Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino, disse Paulo Freire

Fonte: https://www.pensador.com/frase/OTEwODE4/

“Toda relação tem o potencial de seguir a direção de resolução de problemas, ou polarização : quando seguimos a direção de polarização, mesmo pesquisadores podem se tornar extremistas, emotivos, e apegados aos seus pontos de vista” Manual de bolso do jovem pesquisador

Citação completa:

“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho e intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (FREIRE, 1996, p. 29).” Fonte

Para quem possa cair de paraquedas nesse artigo, meus leitores de programação. Paulo Freire foi um dos maiores pesquisadores na área de educação, reconhecido internacionalmente. A questão levantada no grupo de Facebook é sobre ensino e pesquisa como sendo obrigatório para o professor; claro, a discussão foi bem dispersa, mas essa foi a essência. Ver artigo e discussões no Facebook para continuar aprendendo.

Várias preocupações foram apresentadas, mas uma logo no início me chamou a atenção. Gislaine Kalinowski fala da carga massacrante das aulas, o que impossibilita dar aula e pesquisa; trago isso em discussões para criar a profissão de pesquisador.

Modelo atual para a profissão do pesquisador vs. professor. Fonte.

Ela foi defendida por Maria Carolina. Acredito que sei o que gostaria de dizer. Acredito que gostaria de levantar o fato que pesquisar e ensinar fica difícil quando se tem uma carga diária pesada. Estou de acordo! Entendi logo de primeira, mas acho que o resto do pessoal pegaram pesado. Também já passei por isso, me chamaram de “antivacina” e “terraplanista” em um cenário parecido de discussões de Facebook, assunto para outro artigo. Geralmente, começa, como no caso dela, com uma frase mal colocada, assunto para outro artigo!

Não se preocupe Gislaine Kalinowski, já estive no seu lugar!

Na Itália, onde estudei, os professores davam aula de 3 meses, e ficavam com o restante para pesquisar; eram bem mais “aproximáveis”, e fáceis de conversar. Aqui no Brasil, dão aula de 6 meses, sobrando talvez 1–2 meses para pesquisar. No seu livro, Adam Grant comenta de ter periodos sem aula, onde fechava as portas; acredito que seja por isso que consegue ser um bestseller, palestrante TED, e professor! Acredito, sendo minha opinião, que o que Paulo Freire está correto, mas não da forma como implemetamos no Brasil, que é massacrante.

Eu tenho um pensamento: “deixe o professor dar aula e deixe o pesquisador pesquisar”. São duas atividades igualmente demandantes; ser um bom pesquisador não te torna um bom professor, vi isso inúmeras vezes em sala de aula como aluno, o oposto também.

“Perhaps the greatest impediment to e3 instruction is that too often the only requirement to be a teacher or a trainer is subject-matter expertise.” First Principles of Instruction. Book by M. David Merrill [e3 means effective, engaging, efficient; the author claim this is an optimal way to teach, essentially any student]

Durante meu doutorado, deixei bem claro logo de início para meus supervisores que não ia dar aulas, e não dei; no Brasil, vi isso no meu postdoc, colocam os alunos de doutorado para dar aulas e corrigir prova, isso não é para torná-los melhores, apesar de que vai ser isso que vão dizer como racionalização, mas para aliviar a carga do professor. Se uma pessoa consegue fazer os dois, que faça, mas isso não pode ser como ocorre no Brasil; atenção é limitada, o dia tem 24 horas. O professor é obrigado a competir com universidades americanas bem mais equipadas, mas com um sistema massacrante de aulas. Uma vez um professor desabafou comigo dizendo “deve ser por isso que eles conseguem fazer tantas descobertas”, se referia aos grande nomes da ciência, e tempo livre que tinham para pesquisar

Contudo, o professor Marco Aurélio, possui uma preocupação mais na veracidade da sentença.

Creio que é bom conferir também:
“O plágio e desvio filosófico de Paulo Freire ao método do missionário protestante norte-americano Frank Charles Laubach” Fonte

Com os tempos atuais, ficou cada vez mais fácil verificar esse tipo de problema. Antes, no meu domínio, tudo era associado a Einstein. Einstein fez isso, Einstein falou aquilo. Eu mesmo vi recentemente uma sentença em um livro que muitos na internet rebatem se Einstein realmente disse. O único cuidado que devemos tomar é que: muitas coisas em livros mais antigos, no caso do Einstein, podem não estar na internet. Já fiz citação do Einstein que não existia na internet, mas tirei de livros confiáveis. Claro, sempre haverá uma dúvida, mesmo de interpretação. Por que existem tantas religiões em torno da Bíblia? interpretações diferentes!

O prof. Marco Aurélio adiciona: 10 ideias do escritor Paulo Freire

1) A educação tem de servir à revolução

2) A opressão da família

3) O mundo se divide entre opressores e oprimidos

4) Os homens “se libertam” em comunhão

5) Che Guevara versão paz e amor

6) O diálogo começa na “busca do conteúdo programático”

7) Organização das massas

8) Combate à “invasão cultural”

9) Instrumentos de conquista da “elite”

10) Liderança revolucionária

Opiniões

Pesquisa, Ensino e Extensão deveriam ser COMPLETAMENTE interligados. O problema é que se entende ensino no Brasil de uma forma completamente equivocada. Entende ensino como “dar aulas” de uma forma explicativa totalmente descontextualizado com a realidade. Paula Carolei

Troca de experiência

Atualmente, sou instrutor Udemy. O meu melhor curso foi feito depois de pesquisar, aprender e ensinar. Basicamente, uma aluna me pediu aulas em algo que não sabia, e pesquisei para ensinar, e fiz um dos meus melhores cursos atualmente online. Para passar na faculdade, dei aulas particulares; detalhes, não sabia o que ensinava, era bom em física, mas muita coisa aprendi para ensinar! Talvez seja isso que o grande está tentando falar!

Yan and Yin of science

There are two main states in the life of a scientist:

one is when we do not know anything at all

we accept our ignorance and let the others teach us

the second is the one in which we think we know all

and teach the others

these two cycles are the Yan and Yin of science

of a scientist life cycle

the dark and white of human intellectual evolution

it implies directly that in everything intelligence there is ignorance

and in every ignorance

there is surprisingly

intelligence

knowledge

Fonte

Disclaimer. Não sou nem contra nem a favor de Paulo Freire. Tudo que sei dele é positivo, gosto de vários pensamentos dele, como “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”. Gosto também do fato que ele influenciou a Comunicação não Violente. Como Marshal fala em seu livro, Paulo Freire desenvolveu um método de ensinar em massa para alfabetização no Brasil, e ele copiou esse método para disseminar a CNV; ele cita a obra Pedagogia do oprimido. Contudo, são preferências minhas, longe de ser uma especialização em Paulo Freire. Tenho suas obras para ler, contudo, tudo que sei são de fragmentos dele que aprecem em vários livros que leio. Se for especialista, sinta-se livre em cair dentro!

Discussão no grupo de Bolsistas CAPES (Oficial)

--

--