Nem só de dias lindos é feita a maternidade.

Pequeno relato antes que comece tudo de novo.

Nem só de dias lindos é feita a maternidade. A verdade é que muitos deles são uma mistura louca e bagunçada de sentimentos bons e que apertam o coração, de sorrisos sinceros e suspiradas longas que buscam coragem pra acalmar o pequeno e conseguir terminar o dia. A contradição é visita quase diária na nossa casa. Tem de tudo, todo dia. Hoje foi dia de sentir solidão mesmo acompanhada do meu ser humano preferido, de bate papo em grupo de apoio, conversa com o zelador e What’sApp bem ativo. Foi dia de amor sim, mas foi também dia de querer estar fora, tomar um café e conversar com alguém adulto sobre qualquer outra coisa além da maternidade, de estar comigo mesma sem a responsabilidade de cuidar de outro ser humano o tempo todo. Dá vontade, mas dá medo também.

Olha a contradição aííí gentchy!!

Será que ainda sei interagir e falar de outras coisas que não sobre filho? Será que consigo sair sem ter culpa e o Luca pendurado em mim? Escrever isso faz parte do processo de entender e aceitar que tudo isso que tá acontecendo faz parte, é natural e até belo, porque é vivo. Mas também faz parte da minha necessidade de desconstruir a maternidade cor de rosa que ainda vive no inconsciente coletivo e de chorar o peso das maternagens solo (esse termo existe?) que moram em tantas e tantas casa. É lindo, mas não é fácil.

Seguimos com coragem e amor porque daqui a pouco começa tudo de novo.