Renda Básica Universal: até Mark Zuckerberg se ligou que todo mundo precisa de uma

Belo discurso feito em Harvard, agora só uma pergunta que faço a todo mundo e em especial ricos e bilionários que abraçam a causa: VAI FICAR NO DISCURSO OU VAI BOTAR A MÃO NO BOLSO?

Marcus Brancaglione
ReCivitas Basic Income Democracy
7 min readMay 26, 2017

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Encarar projetos grandes e significativos é, portanto, a primeira coisa que podemos fazer para construir um mundo no qual todos tenham um sentido de propósito.

A segunda é redefinir a igualdade de oportunidades para que todos tenham a liberdade necessária para perseguir seu propósito.

Os pais de muitos de nós tiveram empregos estáveis por toda sua carreira. Agora somos todos empreendedores, quer estejamos iniciando projetos ou buscando nosso papel. E isso é ótimo. É através da nossa cultura de empreendedorismo que criamos tanto progresso.

Mas uma cultura de empreendedorismo floresce quando é fácil experimentar muitas ideias novas. O Facebook não foi a primeira coisa que criei. Também criei jogos, sistemas de bate-papo, ferramentas de estudo e reprodutores de música. E nisso não estou sozinho. J. K. Rowling ouviu 12 rejeições antes de conseguir publicar Harry Potter. Até mesmo Beyoncé teve que compor centenas de músicas antes de chegar a Halo. Os maiores sucessos vêm de se ter a liberdade de falhar.

Mas hoje, temos um nível de desigualdade de renda que prejudica a todos. Quando não temos a liberdade de transformar nossas ideias em empreendimentos históricos, todos perdemos. Nossa sociedade hoje se orienta excessivamente pela premiação do sucesso. Estamos longe de fazer o bastante para que todos tenham muitas chances.

Temos que admitir isso. Há algo errado no nosso sistema se alguns de nós podem fazer tanto enquanto milhões de estudantes não têm condições de pagar seus empréstimos, quanto menos de começar um negócio.

Conheço muitos empreendedores, mas não conheço uma única pessoa que tenha desistido de começar um negócio porque talvez não fosse ganhar dinheiro suficiente. Mas conheço muitas pessoas que não perseguiram seus sonhos porque não tinham uma rede de segurança para o caso de falharem.

Nós todos sabemos que não é possível ter sucesso somente por termos um boa ideia ou por trabalharmos duramente. Ter sorte também é importante para se ter sucesso. Se eu tivesse tido que sustentar minha família enquanto amadurecia e não tivesse tido tempo para programar, e se eu não soubesse que estaria tudo bem se o Facebook não funcionasse, eu não estaria aqui hoje. Se formos sinceros, temos que admitir que tivemos muita sorte.

Cada geração expande sua própria definição de igualdade. As gerações passadas lutaram pelo voto e pelos direitos civis. Elas tiveram o New Deal de Roosevelt e a Grande Sociedade de Lyndon Johnson. Agora é nossa vez de definir um novo contrato social para a nossa geração.

Deveríamos ter uma sociedade capaz de medir o progresso não somente por indicadores econômicos como o PIB, mas também por quantos de nós têm um papel que consideram significativo. Deveríamos explorar ideias como a renda mínima universal, de maneira a oferecer a todos uma rede de segurança para tentar coisas novas. Mudamos de emprego muitas vezes, por isso precisamos de creches e planos de saúde que não estejam atrelados à empresa na qual trabalhamos. Todos nós cometemos erros. Por isso, precisamos de uma sociedade que ponha menos ênfase em encarcerar ou estigmatizar as pessoas. E à medida que a tecnologia evolui, precisamos nos concentrar mais na formação contínua por toda a vida.

E isto é um fato: oferecer a todos a oportunidade de perseguir seu propósito não vem de graça. As pessoas como eu precisam financiar isso. Muitos de vocês serão bem-sucedidos e deveriam fazer o mesmo.

É por isso que Priscilla e eu lançamos a Chan Zuckerberg Initiative e dedicamos nossa fortuna à promoção da igualdade de oportunidades. Esses são os valores da nossa geração. Nunca nos indagamos se deveríamos fazer isso. A única pergunta era quando.

A Geração Y já é uma das mais dedicadas à filantropia da história. Em um ano, três em cada quatro membros da Geração Y nos EUA já fizeram uma doação, e sete em cada dez arrecadaram dinheiro para beneficência.

Mas não se trata somente de dinheiro. Também é possível doar tempo. Garanto que se vocês dedicarem uma hora ou duas por semana… Basta isso para ajudar alguém a alcançar o seu próprio potencial.(…)

Todos nós podemos separar algum tempo para ajudar alguém. Vamos dar a todos a liberdade para perseguir o seu propósito — não somente porque isso é a coisa certa a fazer, mas também porque quando mais pessoas podem transformar seus sonhos em algo grandioso, isso é melhor para todos nós.

O propósito não vem só do trabalho. A terceira forma que temos de difundir propósito para todos é construindo uma comunidade. E quando nossa geração diz “todos”, estamos falando de todas as pessoas do mundo.

Levantem as mãos: quantos de vocês são de outro país? E quantos de vocês são amigos dessas pessoas? Agora, sim. Nós crescemos conectados.

Em uma pesquisa com membros da Geração Y ao redor do mundo sobre o que define nossa identidade, a resposta mais frequente não foi a nacionalidade, a religião ou a etnia, foi “cidadão do mundo”. Isso é muito importante.

Cada geração expande o círculo de pessoas que considera como “um de nós”. Para nós, isso engloba o mundo inteiro.

Compreendemos que o arco da história da humanidade pende para a união entre pessoas em números cada vez maiores — de tribos a cidades e nações — para alcançar coisas que não podemos sozinhos.

Entendemos que nossas melhores oportunidades são agora globais: podemos ser a geração que acabará com a pobreza e as doenças. Entendemos que nossos maiores desafios também precisam de respostas globais: nenhum país pode lutar sozinho contra as alterações climáticas ou prevenir pandemias. O progresso agora requer a união não apenas como cidades ou nações, mas também como uma comunidade global.

Mas vivemos em tempos instáveis. Há pessoas deixadas de lado pela globalização no mundo inteiro. É difícil se preocupar com pessoas de outros lugares se não nos sentimos bem com nossas vidas onde estamos. Isso cria uma pressão para nos voltarmos para nós mesmos.

Esse é o conflito do nosso tempo. As forças da liberdade, da abertura e da comunidade global contra as forças do autoritarismo, do isolacionismo e do nacionalismo. Forças para o fluxo de informações, comércio e imigração contra aqueles que gostariam de retardá-los. Essa não é uma batalha entre nações, é uma batalha entre ideias. Em todos os países há pessoas a favor da conexão global e pessoas boas contra ela.

E isso também não vai ser decidido na ONU. Isso vai acontecer a nível local, quando um número suficiente de nós sentirmos que temos um propósito e estabilidade em nossas próprias vidas a ponto de nos abrirmos e começarmos a nos importar com todas as outras pessoas. A melhora maneira de fazer isso é começar a construir comunidades locais agora mesmo. (…)

Não tenho nada contra ele, mas tudo contra o Facebook. Mas não misturo a minha visão e opinião de mundo com a defesa de causa humanitária então bato palmas para o discurso do cara. E não nego que ele (o discurso) realmente está afinadíssimo com o cosmopolitismo e o ativismo que venho pregando muitas vezes no deserto sobre uma renda básica internacional.

Agora vamos ver se é discurso de academia para academia, ou se ele vai fazer alguma coisa na prática, se vai fazer algum “empreendimento histórico” e e ir para a linha de frente naquilo que como ele mesmo bem disse a “ nossa vez de ”definir um novo contrato social para a nossa geração”.

Eu faço um desafio dentro dos termos que ele próprio definiu como a “primeira coisa que podemos fazer para construir um mundo no qual todos tenham um sentido de propósito.” e segunda coisa. Na verdade fazer logo dois em um: “Encarar projetos grandes e significativos” e ao mesmo tempo “redefinir a igualdade de oportunidades para que todos tenham a liberdade necessária para perseguir seu propósito”: QUE ELE FAÇA, FINANCIE OU INVISTA EM UM PROJETO DE RENDA BÁSICA

Aliás não precisa nem fazer. Se quiser comprar ou copiar alguma coisa já prontas o ReCivitas vende o Basic Income Startup para você. Vende não doa. É compromisso público, doamos para o Zuck todo o conhecimento e tecnologia social desenvolvido a custo zero, de graça, desde que ele se comprometa a colocar os bilhões que em geral paga para adquirir concorrentes no pagamento de uma renda básica universal verdadeiramente cosmopolita como ele pregou em seu discurso. E aí topa? A rede de segurança social como empreendimento social começando do local está pronta, é só colocar o capital e botar para crescer. Se não quiser nem precisa dar crédito é só copiar… copiando direitinho garanto que o resultado é praticamente o mesmo e é tudo que importa.

http://ubisticker.com/product/recivitas-quatinga-velho-basic-income-startup-8-x-2-removable-sticker-gold-on-white

Até parece.

O projeto ainda continua indo muito bem, obrigado. E em breve vai finalmente começar a se expandir (com o miserê dos nossos recursos mesmo) sem esperar Zuck, o salvador da pátria, a volta de Jesus, nem Papai Noel.

Quem quiser “expandir sua própria definição de igualdade” e escrever “o novo contrato social para a nossa geração” “dando a todos a liberdade para perseguir o seu propósito” não precisa ser rico para fazer muito mais que muito bilionário, toda doação é bem-vinda.

Ah, e um abraço a todos amigos no mundo inteiro que nestes 10 anos nos ajudaram a construir essa comunidade.

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Marcus Brancaglione
ReCivitas Basic Income Democracy

X-Textos: Não recomendado para menores de idade e adultos com baixa tolerância a contrariedade, críticas e decepções de expectativas. Contém spoilers da vida.