Mariana Catapano
Mari Extravasa
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2 min readSep 13, 2018

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Você escuta seu coração?

Desde muito pequena (das memórias mais antigas que tenho, não são muitas) fui aquela que queria agradar a todos. Onde geralmente a espontaneidade das crianças é tão latente, eu simplesmente era a boa menina. Era o que funcionava pra mim e tava tudo bem assim.

Isso continuou até a fase adulta, se tornando um padrão. Fazia o que ‘tinha que fazer’. E chegou momentos da vida em que eu não sabia o que realmente queria. Quando alguém perguntava: ‘O que você faria se pudesse fazer qualquer coisa?’ (Bom, hj eu entendo que realmente posso fazer qualquer coisa… rs) eu não sabia o que responder…. nada, não vinha nada em mente. E quando essas perguntas de um milhão de dólares vinham e eu não sabia o que dizer, ficava realmente perplexa comigo mesma. Me sentia como um robô as vezes, ou como uma pessoa anestesiada que não sentia nada e não desejava nada. Muitas vezes até chorar era difícil.

Comecei então a me achar uma pessoa fria, sem emoções e me auto-julgar.

Por volta dos 30 e poucos anos algo começou a acontecer, uma angústia, uma insatisfação infinita e uma tristeza me assolavam (hj acredito que tenha sido o retorno de saturno, que coisa doida!). No desespero achei que estava numa depressão, depois de tanto patinar uma sequência de acontecimentos me levaram a iniciar uma estrada de autoconhecimento (que não tem volta e parece não ter fim). Tive então contato com o xamanismo e as coisas começaram pouco a pouco a fazer algum sentido.

Hoje entendo que apesar de ser uma capricorniana muito racional e prática, não sou uma pessoa fria, apenas sinto e extravaso as coisas de maneira diferente e não há nada de errado nisso. Sei que aquela fase de boa menina e de querer agradar a todos era só uma forma que encontrei de me sentir querida, achando que ser eu mesma não levaria a isso.

O mais legal nessa trajetória de busca da própria autenticidade é que a partir do momento que realmente SOU QUEM SOU (pelo menos na maior parte do tempo né, é um caminho em construção) as pessoas se aproximam e se conectam, porque esse é o caminho do coração onde tudo pode ser sentido. No último ano algo bem curioso tem acontecido, recebo declarações de amor espontâneas de amigos e uma parte minha (ego puro) pensa ‘nossa, eu sou tudo isso?’ Sim, sou isso e mais e estou disposta a descobrir, e vc está?

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