Composição n.1
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1 min readAug 21, 2020
Sinto em minha pele
o abstrato de Mondrian.
Um frisson desenfreado de linhas.
Mas diferente do pintor,
eu não consegui sublimar
a geometria, a vitalidade,
a ontologia de toda uma cultura
em uma obra tão completa.
Eu não sou artista.
Mondrian elevou o traço à poesia,
de tão lógica e racional,
sua arte transborda afeto
pelas ortogonais do Neoplasticismo.
Mas eu não sou artista.
Entre ele e eu existe
apenas um
traço em comum.
Nossas linhas compartilham
da saturação máxima
do vermelho escaldante,
mas as dele preenchem um espaço conscientizado.
as minhas, um corpo maculado.