Devoção

Gabriel Dominato
Maria do Ingá
Published in
1 min readOct 3, 2020
Egon Schiele, Sunflowers, 1911

-A walk in splendor -
Um coral contornando
A orelha estes peixes:
Os lábios dela repousam
Na bruma do sonho;
Um dedo toca o lábio
O outro o queixo. Sonhará
O vento que canta
Ópera pela ravina. Às vezes
Me falta português.
Oh, baby. Oh, man.
Um ato de devoção.
Preciso de um neo-
Logismo; Vita! Uma,
Duas, três batidas no
Ouvido. O eletrocardio-
Grama revela ainda:
(Mas às vezes a noite,
O mero ato de dormir
Serve como reticência
Da adoração do dia.
Devoção absoluta)
Splendor! Meus lábios
Escrevem versos. Ouça
Esta rima. Light of my
Life; às vezes a prosa
Se perde em circunvoluções
Absolutas, a devoção
Labiríntica — as long
As you keep me
From going crazy -
Porque não a língua
Não dá conta de toda
Poesia. Então se cala
A prosa e fica apenas
O olho leitor quieto
Observando tudo
Em devoção.

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