Escapou por entre meus dedos

Adriana Souza
Maria do Ingá
Published in
Nov 15, 2020

Escapou por entre meus dedos

Tudo o que eu considerava sólido.

Escorreu futuro, carreira, destino.

Era eu A que nasceu para ser eu mesma.

Ardeu como cachaça na garganta

Não nasci para ser coisa alguma.

Fechei a mão em um gesto deprimente.

Não nasci para ser poeta, no entanto, sou.

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