DIÁRIO DE BORDO: DA EXPLORAÇÃO AO SPRINT

Malu Paulino
Masters of Learning
3 min readAug 12, 2020

Finalizando a etapa de sprint com a certeza que o compartilhamento do aprendizado é uma retribuição a generosidade da rede, aqui estou, para relatar a minha jornada até o momento. Ressalto, ainda, que a escrita me facilita a organização das vivências e insights ao longo do processo.

Inicialmente, na etapa de exploração, sem a definição clara de uma pergunta que meu coração ansiasse por responder, o empreender a mim mesma se tornou uma grande inquietação. Sempre vinculada a pessoas ou instituições, caminhei como autônoma, em uma carreira sem fronteiras e, com ganhos, que me eram suficientes. Não havia uma demanda para o empreendimento e sim um projeto de aposentadoria. A pandemia provocou uma grande mudança de plano, uma enorme busca por aprendizado e adaptação aos novos tempos e tecnologias, uma reinvenção e o empreender a mim mesma, uma prioridade e, com ela, uma paralisia angustiante. O chamado para o autoconhecimento e o protagonismo se tornou imperioso e, ao mesmo tempo, libertador. A pergunta emergiu: Como me libertar das amarras, me desprender, para por em prática minha vivência e conhecimentos, criando uma experiência de aprendizagem diferenciada e consistente em gestão de carreiras?

Num primeiro olhar, já na etapa de sprint, do CEP+R, principalmente com os Ps presentes na rede com quem fui interagindo, a paralisia me pareceu fruto da procrastinação associada com traços de caráter oral e rígido, com uma mentalidade de escassez, vergonha da auto exposição, medo do erro e/ou consequente perda do amor, do reconhecimento e admiração, expostos no texto anterior: “Por trás da procrastinação”.

Por indicação, assisti Brené Brown e entrei em contato com a vulnerabilidade. Com o acolhimento e a conversa inspiradora com minha tutora, percebi a necessidade de abraçar minha vulnerabilidade como um ato de coragem e não de fraqueza, de conexão, e generosidade comigo mesmo, de assunção da imperfeição não opcional, de ousadia e de libertação de julgamentos e críticas. A paralisia, então, não era somente resultante de procrastinação ou traço de caráter e, também, de recusa a aceitação e enfrentamento, com compaixão, de minha própria vulnerabilidade. A criatividade se fez presente e as respostas a pergunta estavam avançando. Uma expressão surge muito forte em minha cabeça: “Solo io”.

Por fim, um outro olhar, me fez ainda mais corajosa para o meu empreendimento e veio de forma metafórica: “se você estivesse pintando um alçapão de modo seguro, como sempre o havia feito, sobre uma escada e ao chegar no último degrau para a pintura, ao amparar-se no alçapão, a escada fosse tirada abruptamente. Você, sem opção, fica a equilibrar-se pra não cair e quebrar-se… Você pode revisitar os conceitos com olhos medrosos ou amorosos”(*). E então, outro insight: porque atribuir a paralisia a zona de conforto ou a escassez de suficiência, se tudo pode ser fruto da mudança de contexto? Ou seja: “tiraram a escada”. Nunca tive demanda própria para o empreendimento, sempre as demandas externas foram suficientes e, absolutamente, satisfatórias. Porque pensar em empreender a mim mesma? E logo outra pergunta: As entregas por mim efetuadas resultaram em sucesso ou fracasso? Sempre foram entregas com elevado nível de excelência e bem sucedidas (lá se foram 30 anos). Portanto, a conclusão juntamente com esse P generoso e sábio: “Eu sou meu cliente. Se fizemos entregas maravilhosas para outros, agora vamos fazer para nós. Qual a chance de dar errado? Já fizemos a trilha…você vai falar o que é seu, conhece muito bem tudo aquilo que faz” (*).

E, com esse final de sprint encorajador e energizante, o Programa “Solo io” vai tomando forma e o nosso lema: “Se joga que aqui têm rede”, vai me dando a segurança de que é aqui que vou obter a ajuda, o apoio, a experimentação e o feedback para leva-lo adiante e, enfim, empreender a mim mesma.

Antes de ir para o próximo passo, GRATIDÃO ENORME pelos Ps que encontrei nessa jornada:

- Ana Marques, pela perspicácia e preciosos insights;

- Isadora, minha tutora sensível, acolhedora, generosa e com um coração e uma escuta do tamanho do mundo;

- Miriam Cruz, por me mostrar o que o talento humano é capaz de fazer (tecnologias humanas);

- Nathalie Marques, que me chamou a atenção para a vulnerabilidade e me apresentou Brené Brown;

- Paula Teixeira, pelo empreendedorismo e chamado ao autoconhecimento;

(*) Ricardo Farah, parceiro de jornada e pergunta, generoso, sábio e mentor que me deu um olhar extremamente encorajador.

Gente, muito obrigado!!!!

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