Pausa para aprender a partir de um coração que pulsa
Os meus primeiros cem dias nessa pandemia, a grande “pausa” onde estamos todos imersos, foram pessoalmente de um movimento intenso de solitude e pensei que continuaria e seria assim por muito tempo.
Pensei. Não foi.
Recebi um convite nada usual e aceitei. Um convite para outra pausa, uma dentro de outra. Um interlúdio para “aprender a aprender”. E adianto que não estou mais sozinha. Longe disso. Há outros quase duzentos comigo.
Em pouco dias faço um mês de caminhada no meu “doutorado informal”, termo que aprendi com o Alex Bretas, o criador do Masters of Learning (MOL), uma comunidade de aprendizagem auto-dirigida. Estou ali para aprender a aprender com leveza e liberdade, por um método inovador de educação, onde eu sou a responsável por minha própria jornada e pela manutenção gentil da minha auto-disciplina e foco.
Minha pergunta impulsionadora nasceu depois de alguns dias de exploração e tem a ver com nossa relação com o tempo, um assunto que me acompanha desde criança e que me “cutuca” todos os dias.
“Como uma pessoa pode identificar/descobrir seu tempo pessoal e se conectar com ele?” (aviso: essa pergunta poderá se metamorfosear :))
A jornada de aprendizagem que aceitamos fazer no MOL tem a ver com dar outra dimensão ao aprender, para além dos certificados e relações formais de aprendizagem, pois o mundo e tudo o que está nele é um convite ao aprender. O “Como” é que pode fazer toda a diferença.
Não tem um mês e o que tenho vivido é um ambiente de troca, uma rede de construção e colaboração sustentada por pessoas curiosas para aprender e generosas para ensinar o que sabem. Pessoas com repertórios e trajetórias diversas, com perguntas similares ou não, se unem e se apoiam, compartilham referências, vivências e contatos, comentam os conteúdos produzidos. Convites são feitos. Há grupos complementares e temáticos. Pessoas entram e saem destes grupos num movimento orgânico que tem a ver com seus interesses despertos e… a aprendizagem tem acontecido.
Além dos encontros semanais anfitriados pelo Alex e outros nos grupos auto-organizados, conto também com uma tutora (que já passou pelo caminho da aprendizagem auto-dirigida) e uma buddy/parceira de aprendizagem com quem converso semanalmente sobre nossos progressos nos estudos.
O grande ponto dessa pausa que me dei é experimentar uma outra forma de construir as respostas para minhas perguntas. Antes disso, é uma pausa para experimentar outra abordagem para acessá-las e escolher aquelas perguntas que realmente fazem sentido e que tem a ver com a Karen que sou hoje.
É isso. Tenho uma pergunta que faz meu coração pulsar e palpitar e é através dessa pergunta que meu caminho se faz nessa rede.
