Pai de Alceu Valença foi contra sua carreira: “É difícil viver de música”
Pai do cantor só permitiu a entrada de som quando ele já estava na faculdade.
Aos 72 anos de idade, Alceu Valença hoje tem uma carreira consagrada na música brasileira. Porém, seu talento nem sempre foi valorizado. O pai dele só permitiu a entrada do som quando Alceu entrou na faculdade. “Ele tinha razão. É difícil viver de música”, comentou. “Meu pai nunca quis que eu fosse artista. Ele me afastou de todas as formas que podia”. Depois de conseguir consolidar a carreira, o pai de Alceu chegou a ir junto com o filho para os shows. “Ele foi comigo em um show no Theatro Santa Roza”.
Ainda assim, o pernambucano nunca parou de se reinventar. “Sigo criando. Não posso parar se não me sinto uma pessoa igual à todo mundo”. Para ele, artista tem que ser doido, artista não pode ser careta, com o perigo de ser vendido. Desde o início de sua carreira, Alceu já dirigiu filme, escreveu livro, se formou em Direito e trabalhou como jornalista. “Num mundo dominado pela indústria do entretenimento, onde tudo é dinheiro e há pouco sentimento, a música de concerto é uma forma de transcendência”, disse Alceu Valença.
Valencianas
O cantor pernambucano volta à João Pessoa no dia 28 de setembro para apresentar o espetáculo Valencianas ao lado da Orquestra Ouro Preto. O evento é realizado no Teatro Pedra do Reino. às 21h. A apresentação traz uma nova versão de suas músicas já consagradas, como uma versão inédita para a música ‘Solidão’.
O concerto é um recorte da biografia musical de Alceu Valença com uma nova roupagem. As músicas tradicionais do repertório do cantor, como “Anunciação”, “Tropicana”, “Girassol” e “La Belle Du Jour”, aparecem junto com violinos, violoncelos e bateria.
“O show vai desde as minhas origens primais e valoriza a nossa cultura nordestina”, disse. As músicas passeiam pelo xote, baião e frevo, todas as matrizes rítmicas do cantor. “Este é um show mais dividido, já que eu divido o palco com a orquestra inteira”.
Publicado originalmente em 16 de setembro de 2018 no Jornal da Paraíba.