Aula de Produção Audiovisual da UniRitter promove encontro virtual entre alunos e profissionais premiados em Gramado

Matheus Machado
Matheus Machado
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5 min readFeb 24, 2021

Vencedores da Mostra Gaúcha de Curtas, prêmio da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul no 48º Festival de Cinema de Gramado, participaram da aula de Crítica de Cinema do professor Emiliano Cunha na última sexta-feira (25/09). Os convidados dialogaram sobre os seus trabalhos com os estudantes da turma.

Na parte superior da esquerda para direita, estão o professor Emiliano Cunha, da UniRitter, Julia Leite e Julia Regis de “Letícia Monte Bonito 04”. Depois, Beatrice Fontana de “Sopa Noir”, e Márcio Picoli e Victor Di Marco de “O Que Pode Um Corpo?” | Crédito: Captura de Tela

Texto | Matheus Machado

Edição | Aldrey Dorneles

A aula da turma de Crítica de Cinema do curso de Produção Audiovisual da UniRitter, realizada na sexta-feira (25/09), contou com a participação de convidados premiados. A convite do professor e cineasta Emiliano Cunha, que ministra a disciplina, os vencedores da Mostra Gaúcha de Curtas do 48º Festival de Cinema de Gramado conversaram com os estudantes sobre os seus curtas-metragens.

Entre os convidados estavam os alunos de Produção Audiovisual da UniRitter Victor Di Marco e Márcio Picoli, diretores do curta-metragem autobiográfico “O Que Pode Um Corpo?”, que recebeu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Gramado. O documentário, que conta com o depoimento e performance de Victor, foi produzido como trabalho de conclusão da disciplina Documentário e Formatos de Não Ficção, do professor Felipe Diniz. O projeto também teve a orientação de Emiliano Cunha.

O papo com os vencedores também fazia parte de uma atividade avaliativa da disciplina. O professor Emiliano Cunha coordenou a primeira parte da conversa com perguntas dos alunos, onde cada um deles questionava os representantes de um curta-metragem específico — quase como uma coletiva de imprensa. Os estudantes, inclusive, escreveram resenhas para cada um dos participantes da Mostra Gaúcha de Curtas e você pode conferir os textos clicando aqui.

Ao abrir a conversa entre os realizadores das produções com os estudantes, o professor Emiliano Cunha ressaltou a importância de promover o encontro online para os seus alunos. “Eu, que venho de uma formação de faculdade de cinema, nunca tive essa oportunidade”, disse. Para ele, é importante fazer essa integração entre os profissionais e os discentes. O cineasta, que dirigiu recentemente o longa-metragem Raia 4, também falou sobre a relevância dos debates sobre filmes, de conversar sobre a estética das obras e abordar diferentes temas acerca dessas produções.

Rodada de perguntas

O primeiro questionamento dos estudantes foi para os envolvidos com “Construção”, curta-metragem vencedor das categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Montagem e Menção Honrosa do Júri. Leonardo da Rosa, diretor do curta e bacharel do sétimo semestre em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) respondeu a pergunta da aluna Ana Clara Ruff sobre como ele e os envolvidos na produção conheceram a família que o público acompanha ao assistir à produção.

Na resposta, Leonardo contou que Andréia, a protagonista, publicou em um grupo nas redes sociais que estava procurando materiais de construção. “Eu mandei mensagem para ela, pois tinha alguns materiais em casa. Então eu fui até a casa dela, e lá conheci um pouco mais da história dela e dos filhos”, compartilhou o diretor.

Leonardo ainda contou que antes de documentar a história de Andréia e sua nova casa, promoveu ações, como rifas, entre os colegas para ajudar a mãe de três filhos a reunir os materiais necessários para realizar a construção. O diretor ainda revelou que com o tempo foi se tornando amigo da protagonista e a partir disso conversou com ela sobre registrar a jornada de concepção do seu novo lar.

Ao seguirem com as perguntas, os estudantes souberam de curiosidades das produções premiadas. Do roteiro até a direção de arte, passando por ideias sobre a concepção das obras e detalhes técnicos das experiências e histórias dos convidados. De repente, em meio às perguntas, a conversa ganhou um momento de êxtase. O clima de coletiva de imprensa foi deixado de lado quando chegou a hora de Victor Di Marco e Márcio Picoli, estudantes de produção audiovisual da UniRitter, falarem sobre “O Que Pode Um Corpo?”.

Márcio Picoli (esquerda) e Victor Di Marco (direita) receberam o Prêmio Especial do Júri do Festival de Gramado com o curta-metragem “O Que Pode Um Corpo?” | Crédito: Captura de Tela

O curta-metragem chama a atenção pela composição de som e imagem, com a história de Victor contada em primeira pessoa em sua performance. A aula virou uma festa, e a comemoração eram as conquistas dos diretores até o momento. Antes do reconhecimento em Gramado, “O Que Pode Um Corpo?” venceu dois prêmios na 31ª edição do Curta Kinoforum, o Borboleta de Ouro, para produções que tratam de diversidade sexual, e o Prêmio do Público, ficando na lista dos 10 filmes nacionais mais populares do festival.

Antes de partir para a sua pergunta para a dupla de diretores, Collie Lauer elogiou o trabalho de Victor e Márcio. “Eu simplesmente amei o curta, achei incrível, muito bem montado, dirigido e fotografado. Mostrei para minha namorada e para a minha família”, disse Collie.

A primeira questão era sobre a trilha sonora. “O Que Pode Um Corpo?” traz a composição original dos irmãos Casemiro Azevedo e Vitório O. Azevedo. Depois, a estudante queria entender o processo de concepção de projeções que simulam “algo biológico” durante o documentário. “Foi um momento em que a gente colocou uma ópera (no estúdio) e deixamos acontecer, a gente meio que esqueceu que estávamos fazendo um filme e começamos a experimentar”, explicou Márcio Picoli.

Um espaço de troca de conhecimento cinematográfico

Os alunos da turma de Crítica de Cinema gostaram do encontro com os profissionais. Nícholas Mazzei, por exemplo, se sentiu muito grato pela oportunidade. “Tenho muito a agradecer ao nosso professor, porque reunir um grupo de pessoas tão sábias e com tanta experiência é sensacional”, afirmou Nícholas. Para o estudante, foi muito importante conversar com pessoas que estão onde muitos dos alunos de cinema querem chegar. “A maioria dos estudantes de cinema quer chegar aos festivais”, afirmou o aluno de Produção Audiovisual da UniRitter.

Nícholas Mazzei não foi o único integrante da turma a ressaltar a importância do evento virtual. Collie Lauer também gostou de encontrar pela tela os profissionais premiados no festival. “Foi uma honra ter contato com esse pessoal incrível e talentoso”, disse a estudante ao site da FACS. Para ela, a conversa serviu para mostrar “como é realmente fazer cinema”. A estudante ressaltou que na faculdade os estudantes querem ter a experiência de saber como é estar no mercado.

A intenção de Emiliano Cunha ao produzir o encontro virtual foi promover um espaço aberto para debate sobre os curtas-metragens. Segundo ele, a produção de críticas e conversas sobre essas obras costuma ser fraca. Por isso, engajou os alunos da turma de Crítica de Cinema a escreverem sobre as produções e os colocou em contato direto com os realizadores. “Me ocorreu de não só prolongar o debate e a vida dos filmes depois do festival, mas também de fazer os alunos da cadeira de Crítica de Cinema vivenciar a experiência de um debate de curtas”, disse o professor.

Emiliano Cunha vê o encontro como ponto positivo para os alunos. Com as críticas escritas pela turma, os estudantes já puderam “ter um primeiro contato com o texto crítico”, diz o professor. Sobre a realização do evento, Emiliano descreve como uma “grande oportunidade” e acredita que o resultado da aula do dia 25 de setembro de 2020 tenha sido “maravilhoso”.

*Texto publicado originalmente no site da Faculdade de Comunicação Social (FACS) no dia 30 de setembro de 2020 (clique aqui para ver a publicação original).

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Matheus Machado
Matheus Machado

Um lugar que você, talvez, não devesse conhecer. Sou jornalista. Um alguém que gosta de escrever.