Hélices
Hélice é um termo que designa um conjunto de pás(no formato de aerofólios) com um mesmo centro, que ao ser girado segundo o seu eixo causa propulsão, gerando empuxo propulsivo por utilizar a força de sustentação, e cada pá descreve no espaço uma trajetória que é uma hélice geométrica. Este instrumento de propulsão ou tração está geralmente acoplado a algum tipo de motor que empurra o que está ao redor convertendo energia rotacional em translacional e deslocando o objeto a que se encontra acoplado ou o fluido à sua volta.
Hélices Tratoras e Propulsoras
As hélices podem ser tratadas ou propulsoras. A hélice tratora está colocada à frente do centro de gravidade e a hélice propulsora está atrás do centro de gravidade.
Em termos de forças, a hélice tratora puxa o modelo, já a propulsora empurra.
Hélices Esquerda e Direita
Segundo o eixo de rotação, as hélices dividem-se em esquerdas e direitas. As hélices mais usadas são as de sentido direito(anti-horário tomando a posição frontal da aeronave), em virtude de esse ser o sentido universal dado aos motores a pistão.
Partes Constituintes de uma Hélice
Cubo da Hélice
O cubo da hélice serve para a fixação metálica ou incorporada de uma hélice, com o fim de montá-la sobre o eixo do motor ou eixo da hélice.
Pás da Hélice
As pás da hélice servem como asa rotativa. Toda pá é um perfil aerodinâmico capaz de gerar sustentação. Essa força de sustentação no plano em que a pá se desloca recebe o nome de tração ou propulsão.
Careagem Aerodinâmica(Spinner)
O spinner é um componente da hélice, uma carenagem aerodinâmica instalada sobre um cubo de hélice. Os spinners tornam a aeronave, geralmente, aerodinamicamente estável, reduzindo o arrasto aerodinâmico e também suavizando o fluxo de ar que entra nas entradas de ar com mais eficiência. Eles também podem desempenhar um papel estético para alguns projetos de aeronaves.
Região Não Propulsiva
A região não propulsiva da hélice tem como função principal de resistência estrutural, suportando os esforços de tração e torção das pás da hélice. O formato aerodinâmico desta região visa a redução do arrasto.
Asa Rotativa
Cada pá da hélice, assim como a asa, possui:
1 . Bordo de Ataque(Parte Dianteira)
2 . Bordo de Fuga(Parte de Trás)
3 . Perfil
4 . Bordo Marginal
Extradorso(parte superior) e Intradorso(parte inferior)
A hélice também possui corda, que é uma linha reta imaginária entre o bordo de ataque e o bordo de fuga da seção transversal de um aerofólio.
Terminologias
Em uma seção de pá da hélice há um conjunto de terminologias. As principais são:
- Diâmetro
- Área das pás
- Número de pás
- Passo
- Ângulos
- Perfis das seções(distribuição de espessuras ao longo das cordas)
- Distribuições de espessuras máximas das pás
Diâmetro
O diâmetro da hélice representa a distância entre as pontas das pás(ou circunferência realizada durante o movimento).
Ele pode influenciar na velocidade que se obtém, mas seu maior efeito é na aceleração e no empuxo.
A partir do diâmetro é possível saber o tamanho da hélice. Todo o resto, incluindo a designação do perfil, nos diz a forma da hélice.
A maior eficiência do sistema é obtida ao se utilizar o maior diâmetro de hélice possível, limitado por:
- Efeitos de tensão no motor(os momentos giratórios aumentam exponencialmente com o diâmetro)
- Estiramento na pá de hélice
- Velocidade de ponta
Quando uma hélice está rotacionando, a velocidade em qualquer ponto é o produto da rotação e a distância deste ponto ao centro.
Efeitos de compressibilidade indicam que a velocidade na ponta da hélice não deve exceder 290 m/s. Entretanto, significantes efeitos de compressibilidade tornam-se evidentes a 250 m/s e, se a hélice estiver próxima do piloto, o ruído é desconfortável. Logo, por conforto, a velocidade usual está entre 200 a 240 m/s.
Área de Pás
As áreas das pás dependem da forma da pá e do número de pás.
Usualmente é usado o fator de atividade para determinar formatos e números de pás. Ele tem a seguinte fórmula:
Para pás de hélice, o fator AF, geralmente, está entre 80 e 180.
Para cada formato da hélice há um tipo de forma adequada. A figura abaixo exemplifica os principais existentes.
O tipo A é usado em aeronaves a baixas velocidades. O Mach de topo é de 0.8 e no voo máximo é 0.4. Para AF<90 esse tipo deve ter forma afunilada, largura e espessura decrescente. Para 90<AF<115, o topo deve ser rombudo.
Para a do tipo B, O Mach fica entre 0.4 e 0.6. Em 115<AF<140, as pás devem ser prismáticas com topo retangular. Com AF>140, o projeto tem que ter forma invertida, a corda do topo tem que ser maior do que a corda raiz.
Para os do tipo C, ocorre para voos subsônicos, com Mach em torno de 0.95. O topo possui velocidade transônica e as pás têm que ser muito finas.
As do tipo D são usadas em voos silenciosos e mais lentos.
Número de Pás
O benefício imediato de aumentar o número de pás é o aumento do empuxo e uma viagem mais suave, aerodinamicamente estável.
Hélices com número de pás menores apresentam níveis de vibração induzidos significativamente maiores que as hélices de maior número de pás.
Em dado sistema, o trabalho realizado por cada pá é inversamente proporcional ao número de pás.
O aumento do número de pás reduz a carga em cada pá e assim um ângulo de passo menor pode ser ajustado, o que resulta em menor nível de ruído.
O aspecto mais importante ligado à escolha do número de pás de uma hélice está relacionado com a frequência de excitação de vibrações na fuselagem e no sistema eixo-propulsor. No caso, a frequência de excitação das pás deve ser diferente das frequências de ressonância da fuselagem e do sistema de eixos propulsores.
Quando não há problemas de proximidade de frequência de ressonâncias, há uma tendência de se utilizar 4 pás porque há uma maior facilidade de construção e balanceamento estático e dinâmico das pás.
Passo
Uma hélice de bom rendimento terá um passo constante, isto é, todas as seções da pá terão o mesmo avanço. As próximas do eixo terão maior inclinação que as secções mais afastadas, pois sendo a velocidade de circulação naqueles pontos inferior à das extremidades da hélice, o avanço será idêntico.
Ângulo
Os principais ângulos são o de ataque, o de deslizamento e o de pá. O primeiro é o ângulo entre a corda e a velocidade relativa. O segundo é o ângulo entre a velocidade rotacional e a velocidade relativa. O ultimo é o ângulo entre a corda e a velocidade rotacional.
Perfis de Seções
É a distribuição de espessuras ao longo das cordas.
Distribuição de Espessuras Máximas das Pás
Ao longo de uma pá há várias seções com espessuras máximas. Na figura abaixo é mostrado um exemplo, com cada perfil evidenciado.