Como Passei no Vestibular do ITA — Parte 1: Antes da Turma ITA

Matheus Mota
Matheus Mota ITA T-22
4 min readMar 2, 2021

Minha jornada para começar a me interessar a fazer o vestibular do ITA começou no final de 2012. Eu estava estudando no Colégio Christus fazendo o 9° ano do ensino fundamental. No final de uma das aulas o coordenador das turmas pediu para que todos esperassem para um comunicado importante de um coordenador geral.

Depois do coordenador geral falar isso, entrou uma pessoa bem jovem que parecia ser do 3° ano. O nome dele era Adler. Ele tinha terminado o 3° ano do ensino médio e obteve aprovação em vários vestibulares, sendo incluso dentre eles o vestibular do ITA. O jeito que ele contava a história e o quanto ele estava feliz me interessou um pouco para saber o que seria o ITA.

Após ele terminar de falar, o coordenador das turmas falou para a turma que quem quisesse ingressar em uma Turma ITA as inscrições estavam abertas e que as Turmas ITA seriam uma boa maneira de nos preparar para o vestibular no futuro.

Naquela época, eu não sabia o que eu faria na minha vida, mas eu sabia que eu era bom em matemática e física, então eu preenchi um formulário e entreguei ao coordenador da minha turma.

Muitas coisas passavam pela minha cabeça, pois eu não sabia se eu iria continuar no Christus. Eu estava lá com uma bolsa de 70%, que iria durar apenas até o final daquele ano. Eu tinha obtido ela devido a um acordo entre Evolutivo, meu antigo colégio, e o Christus. No próximo ano minha mãe não teria como pagar o colégio, pois ela era mãe solteira e empregada doméstica. A mensalidade do Christus era bem maior do que a que minha mãe ganhava, que era um salário mínimo.

Mesmo assim eu tinha chegado até ali com a ajuda de muitas pessoas, talvez eu pudesse ter ajuda caso eu conseguisse entrar na Turma ITA. Meu coordenador e amigo, Thiago, já tinha me ajudado muito no Evolutivo, no qual eu também era bolsista.

No dia de fazer o teste para entrar na Turma ITA eu fiz o possível para responder tudo que eu pudesse na prova. Contudo eu saí da prova um pouco triste, pois eu tinha notado que a prova era bem mais difícil do que eu pensava e cobrava detalhes que muitas vezes eu não me importava de lembrar em provas normais do Colégio. O resultado foi que eu não passei nessa prova.

Mesmo assim eu queria tentar de novo. E minhas orações foram atendidas. A coordenação avisou que a prova poderia ser feita novamente, ou seja, seria uma segunda tentativa e uma chance de mostrar que eu podia conseguir passar naquela prova, pois eu tinha entendido meus erros.

Muito antes da prova eu foquei nas minhas anotações das aulas que eu tinha guardadas. Olhei os detalhes que os professores comentaram em aula e absorvi o máximo possível daquela informação. (Na época eu não tinha computador nem internet)

Depois que fiz a segunda prova eu não sabia se tinha passado. Eu fiz a prova e provavelmente eu tinha feito bem mais que a prova anterior.

Em um dia das férias minha mãe recebeu uma ligação de que eu tinha passado na prova para a Turma ITA e que eles precisavam conversar com ela para acertar como seria feita minha matrícula para o próximo ano.

Quando minha mãe me contou eu pulei de alegria. Nunca tinha sentido um sentimento tão bom. Eu tinha passado em algo que eu queria e que eu tinha decidido para meu futuro.

Logo depois minha mãe me perguntou o que era ITA, mas eu não sabia responder, pois eu só sabia que para passar nele teria que fazer um vestibular muito difícil e que era relacionado à engenharia.

No dia da conversa, quem nos recebeu foi uma psicóloga do Christus e a diretora Elaine. Elas falaram para minha mãe que eu tinha feito uma prova para passar na Turma ITA e que queriam saber da autorização da minha mãe a respeito.

Minha mãe perguntou primeiro o que era ITA, se a Turma ITA seria bom para meu futuro e por último falou que ela não teria como pagar para me manter no Christus, mas que só de eu ter feito um ano em uma escola que ela admira a tanto tempo ela se sentia feliz.

A diretora falou que poderia ajudá-la dando uma bolsa de 70% para mim e que dependendo dos meus resultados na Turma ITA eu poderia até conseguir uma bolsa de 100% depois. A única coisa que minha mãe pagaria seria nos materiais escolares e na farda.

Depois disso, minha mãe ainda um pouco preocupada disse que estava muito feliz e que se fosse para o meu bem ela permitiria que eu fizesse a Turma ITA.

Eu estava presente nesse dia, mas eu não entendia direito o que estava acontecendo. Só queria saber de fazer a Turma ITA logo para ver como era.

Na saída, meu coordenador e amigo Thiago deu os parabéns a minha mãe e a mim e que eu teria que me esforçar bastante na Turma ITA, pois era muito difícil.

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