10 regras que todo freelancer deveria quebrar pelo menos uma vez na vida.
por Mauro Amaral
Melhor do que cagar regra, é limpar a mente de pensamentos antigos. Acordei com esse sentimento hoje e resolvi revisitar alguns conceitos que vivem sendo trabalhados aí pelo mundão freelancer/empreendedor. Existem regras, claro. E, até por isso, algumas delas precisam ser quebradas de tempos em tempos. É aquele negócio: “para resultados diferentes, você tem que tentar ações diferentes”.
Então, se ligue aí em 10 regras do mundo freelancer que você deveria quebrar, pelo menos uma vez na vida.
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Sugerir um projeto para a empresa na qual você trabalha
Tem muito profissional freelancer que, claro, trabalha em duas frentes. Durante o horário comercial está em uma empresa e, nas horas livres, se defende atendendo a seus primeiros clientes.
Só que, nessa vida dupla, em alguns momentos, você enxerga uma oportunidade na empresa em que trabalha e fica com algum receio, né? Sem essa: hoje em dia as empresas imploram por um pouco de “startupismo” interno. Uma das saídas mais inteligentes é transformar seu empregador em cliente. Avalie, trace seu plano e vá em frente!
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Aceitar qualquer coisa que seu cliente pede
Já publiquei alguns posts sobre a famosa “demissão do cliente”. É uma decisão ao mesmo tempo dramática e necessária nos casos mais extremos.
Mas, mesmo antes de chegar nessa última instância, você pode se defender, quebrando a regra de que “fará tudo o que o mestre mandar”. Um NÃO bem colocado pode afirmar sua posição enquanto fornecedor sério e, claro, evitar dores de cabeça futuras.
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Querer pegar todos os projetos que pintam em seu e-mail
Sim, o início (e, às vezes, o meio) da carreira de Freelancer é uma constante corrida atrás de projetos. E, não raro, você precisa pegar o maior número de projetos. Mas, fica a dica: um projeto costuma puxar outro e se você, uma vez, aceitar uma categoria de JOB que não curte muito, pode cair em um buraco negro e seguir fazendo eternamente coisas que você não curte.
Olha só o paradoxo: você se transformar em freelancer para fazer o que gosta e, para se manter freelancer, precisa fazer o que não curte. Serviu de que, então, né? Então, olho vivo e critério na hora de deixar passar os projetos que não vão valer a pena, ok?
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Receber ½ no início do projeto e ½ no final
Sei que o sinal e o final do trabalho são coisas meio sagradas no mundo freelancer. Mas, como tempo, e uma carteira de clientes maior, você vai perceber que jogar com isso pode dar a você um diferencial competitivo. Já trabalhei com empresas, como fornecedor, que me pagaram só com 40 dias do trabalho entregue.
Por que não são minhas amigas? Não… porque o processo interno delas era assim. O fato de você ter uma realidade em seu mercado, não quer dizer que aquela realidade será seguida por todos os segmentos da economia. Isso costuma ficar mais comum quando seus clientes são maiores, vai por mim.
Como resolver essa questão, então? Sugestão: em sua carteira de clientes ter empresas de todos os portes. Da bem pequenininha, que vai garantir aqueles projetos de pagamento rápido, aos grandes projetos, que — embora demorem a cair na conta — , compensam. Sobre empresas pequenas, dá uma lida em nossa solução lá na Contém Conteúdo!
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Ser freelancer fulltime.
Gente, quase deu para sentir os ouvintes do @falafreela me arremessando os fones de ouvido aqui. Mas, quer saber? A vida é muito mais complicada do que meia hora de podcast, pessoal. Existem diversos modelos de vida, demandas financeiras, planos pessoais e até, condições macro-econômicas. Achar que uma só regra se aplica a todo mundo é, no mínimo, uma posição arriscada.
Portanto, reavalie se, em sua realidade pessoa, ser freelancer fulltime faz sentido.Tem muita gente feliz fazendo um projeto ou outro de vez em quando, ou ainda, criando uma pequena lojinha com seus trabalhos, ou até mesmo, tentando um financiamento coletivo e recorrente para seguir criando o que curte. Modelos é o que não faltam e, graças a Deus, eles são muitos mais do que há 10 anos.
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Ser especialista. Em um coisa só.
Imagine uma sociedade que tivesse conseguido oferecer a grande parte de seus integrantes, acesso à qualquer tipo de informação (e formação) que já tivesse criado nos últimos 5 mil anos.
Pois é, não precisa imaginar, esse é o seu mundo. E ele está repleto de cursos livres das maiores Universidades do Mundo, eBooks completos para ensinar qualquer coisa, palestras online, cursos em vídeo gratuitos, fóruns de discussão e redes sociais profissionais a um clique de distância. Invista seu tempo em ser especialista em você mesmo!
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Ser designer e não manjar de código
Alguns pensadores contemporâneos (não, não o Tico Santa Cruz…) já afirmaram que se pudessem escolher uma habilidade para desenvolver hoje em dia seria a de codificar. Poder escrever apps e programas variados é considerado, inclusive, matéria escolar em alguns países e não faltam iniciativas para democratizar o acesso a este tipo de ferramenta. Já deu para sacar a importância dessa brincadeira em nosso mundo, né?
Portanto, até para defender o seu talento na criação de intefaces e marcas lindíssimas, aprenda a, pelo menos, reconhecer as principais linguagens, utilizações, potencialidades e limitações. vai te poupar um tempo precioso.
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Ser desenvolvedor e não manjar de design
E o oposto — se é que se pode chamar assim — , também é verdadeiro. Vivemos em uma época em que essa fronteira praticamente inexiste e o DESIGN é FILHO do CÓDIGO. DESIGN é a FUNÇÃO do CÓDIGO. Então, conhecer os fundamentos de uma interface bem construída, composição e combinação de cores, psicologia das cores e tantas outras disciplinas (espalhadas aí pelo mundo digital em diferentes fontes) é mais do que necessário. É MANDATÓRIO!
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Deixar projetos maiores irem embora porque não são da sua praia
Sabe aquele e-mail que cai em sua caixa postal, solicitando orçamento para algo que você sabe que é maior do que sua capacidade no momento? Sem essa de deixar passar. O risco é alto, não vou ser “naif” aqui, mas o retorno pode compensar. Conheço gente que deu esse tiro uma vez, e ele não saiu pela culatra. 😉
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Não emitir nota fiscal
“Você pode depositar na minha conta poupança na Caixa Econômica” é outra forma de dizer: sou um cara pequeno que nunca vai crescer. Virar PJ já foi muito complicado e hoje, salvo a burocracia da qual não podemos fugir, tem até startups para ajudar a fazer isso de forma online e descomplicada.
E aí, instinto contestador em dia? Máquina de discordância ligada e pronta para a ação? Então mãos à obra e aos comentários!
Originally published at www.carreirasolo.org on August 24, 2015.