Gente teórica
por Mauro Amaral
Sexta-feira, shopping lotado. Paro para tomar um expresso e ao lado, senta uma dupla de amigos em seus trinta e poucos.
“Olha, aqui já está me mandando mensagem”. Mostra o celular para o amigo e prossegue, fazendo a voz da remetente: “Amor, acho que vou ligar para o meu médico porque meu corpo está estranhando essa nova medicação” No que o amigo pergunta: “Mas você já tentou mudar a medicação dela sem que ela saiba?” “Não dá, cara, os comprimidos são muito diferentes. Mas, me diz aí, e vocês? Já estão fazendo a tabelinha para saber o dia certo?”“Não, não…”. Ele soa entre desanimado e desavisado.
“Eu tenho um aplicativo ótimo aqui, olha. Ele até manda uma notificação no dia fértil” Riem, brincam sobre gritar “É hoje!!!!”, quando receberem a notificação salvadora.
E param para pensar.
“É, mas tem que sincronizar com a sua agenda, né?” “É”.
E tomam seus cafés, compenetrados tais e quais adolescentes-tardios.
Eu e Luciana temos um nome para este tipo de casal: é o casal limpinho.
O casal limpinho entra e sai de uma festa sem nem amarrotar a roupa, leva seis meses para escolher um cachorro, e mais dois anos para montar um enxoval do filho que ainda terão. Se tiverem.
O casal limpinho casa, mas não quebra a cama, briga e não trepa para fazer as pazes. Aliás, não briga. O casal limpinho nunca tomou banho junto, ou levantou o edredon para soltar uma bufa (prova de amor, tá?).
Tenho pena dessa gente-teórica.
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