Gibiteria Rescue #1

Entre 1984 e 1992 um hobby tomava boa parte de meu tempo livre: os quadrinhos. E, como os poucos que me conhecem já sabem, não há nada que comece como uma brincadeira que eu não acabe fazendo com irritante atenção e detalhamento. É coisa genética mesmo. A coleção de quadrinhos, portanto, não fugiu à regra.

Iniciada por um dos meus irmãos que se não me falha a memória trouxe o primeiro Heróis da TV (nº2) pra casa, a coleção rapidamente alcançaria vulto volumoso. De 50 exemplares para 100, da primeira centena para 500 e delas para o primeiro milhar.

[caption id=”attachment_1900" align=”aligncenter” width=”500" caption=”Guardadas por 15 anos. O que será que sobrou?”]

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Coisa boba para colecionadores sérios que seguiram após a adolescência a reunir suas revistas prediletas. Mas para nós, turbinados apenas pela rala mesada e o pouco acesso à publicações, foi (e ainda é) uma marca considerável.

Durante o período, estabelecemos metas, criamos uma sociedade informal, registramos orçamentos e listas de compras de todas as publicações nacionais da década de 80 início da década de 90. A coleção CRMR (Coleção de Revistas Mauro e Rafael) enfretou nada menos do que quatro planos econômicos, greves de gráficas e até mesmo o nosso crescimento. Deste, ela não escapou. Assim que passamos para a faculdade, a brincadeira deixou de ter sentido ficando cuidadosamente guardada por uns 15 anos, na casa de nossos pais.

Como que uma mina secreta, da qual se retira apenas as pepitas mais vistosas, aos poucos exemplares valiosos foram sendo deslocados. Ora pegávamos um Sandman daqui, ora um Cavaleiro das Trevas dali, mas o montante principal permaneceu intocado. Até agora.

Como resolvi levar adiante alguns projetos pessoais este ano, assumi a tarefa de resgatar esta coleção. Ela estava lá, esperando ser mostrada nas plataformas de hoje, porque não tentar? Negociações iniciadas, espaço conseguido e tempo reinventado, estava criado o projeto “Gibiteria Rescue”.

[caption id=”attachment_1902" align=”aligncenter” width=”500" caption=”Momento tenso: arrumar tudo na mala do carro e andar 40km beeeem devagar!”]

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Objetivos

A ideia é fazer um levantamento completo, classificar as edições, as coleções completas, os números 1, as raridades. Enfim, uma raio-x (ou seriam raios gama?) minuncioso para conseguir ter uma ideia de como está este material, tanto tempo depois. Algumas edições estarão perdidas. A memória, tão caprichosa, terá negligenciado exemplares únicos. Enfim, será uma diversão e tanto.

É claro que a brincadeira vai ficar ainda melhor quando puder utilizar as ferramentas de hoje. Tenho a intenção de publicar de alguma maneira (acho que no Facebook) uma “fotografia” do acervo para possível avaliação de outros colecionadores.

Por aqui quero trabalhar na integração destas plataformas, utilizando algo viral para potencializar aquilo que, em outros tempos, era absolutamente artesanal, qual seja, o ato de colecionar.

[caption id=”attachment_1903" align=”aligncenter” width=”500" caption=”Acomodação provisória. Agora, é sacudir a poeira!”]

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O último passo será criar uma acomodação física adequada que preserve o material sem deteriorá-lo, permitindo, claro, leituras esporádicas que ninguém é de ferro. Quer dizer, o Tony Stark é.

Bom, é isso. As fotos que acompanham este post simbolizam o “ponto zero” do projeto, que foi a retirada do local por onde repousaram por 15 anos para uma acomodação provisória até que se inicie a avaliação.

Conto com os comentários e sugestões de todos. O projeto pode ser coletivo. Mas os gibis são meus e ninguém tasca!