O bicho do nicho

Mauro Amaral
SobreNós
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3 min readApr 10, 2015

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por Mauro Amaral

Não é que esteja em extinção, uma vez que se reproduz mesmo em cativeiro, mas o bicho do nicho gosta de ser em pouco número. Tal qual um Urso Panda, regula sua população pela excêntrica mania de raramente achar um semelhante para se reproduzir.

E assim segue o bicho do nicho. Ele não come o que todo mundo come, não lê o que todo mundo lê, não se veste da mesma maneira que todo mundo coloca suas roupas todos os dias para trabalhar.

Até porque ele não trabalha, aliás, inventa sua própria profissão. E esta, por sua vez, é um serviço prestado advinha a quem? A outros bichos do nicho que perpetuam este ciclo de auto-exclusão e reclamam, ao final do dia: “como é difícil vender este meu serviço, parece que não tem público!”

O bicho do nicho é míope, este pequeno morcego. Só que sem sonar algum, pois ele só ouve a música que mais ninguém ouve. E não ouve mais nada. Nem quando se diz a ele: será que você não percebeu que tem uma grande parcela igual ao resto de todos nós?

Mas sejamos justos. Não foi sempre assim. Houve uma época em que todos eram felizes com suas diferenças e também com as suas semelhanças. Mas um dia, logo após uma final de super bowl, surgiu o pior nicho de todos.

Millenialls, a bola da vez

O nicho dos que criam nichos

Esta espécie de bicho do nicho é como a formiga. Mas canta que nem a cigarra. Hipnotiza. Mesmeriza.

Todos acreditam, bichinhos que são (somos), no canto ritmado deste estranho bicho do nicho: “A grande tendências que identificamos é que os early adopters criarão por si só a divulgação de sua marca”. “Os baby boommers”, “A geração Y”, os “Millennials”.

Preocupados com a preservação da natureza, deixamos o bicho do nicho sobreviver dentro de nós à revelia do entendimento fundamental que, além de nicho, também somos mundo.

Quando nicho, especiais. Quando mundo, sociais.

É importante manter este pensamento sempre à frente. O nicho existe enquanto realidade momentânea. Não é um ditame, uma casta, um traço de DNA.

O bicho do nicho evoluí, tal qual Pokemon, e vira ele mesmo criador de monstrinhos de bolso.

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