Por que voltamos com o @falafreela em 2020?

Mauro Amaral
SobreNós
Published in
6 min readMay 6, 2020

Como vivemos na era do "muito longo não li", aqui vai um resumo bem rápido sobre meu objetivo com esse artigo.

Depois de dois anos de hiato, o @falafreela voltou com Mauro Amaral, Maurício Domene e Carolina Vigna apresentando um recorte diferenciado, mais amplo e focado no momento presente. A meia hora mais valiosa do seu dia é agora um podcast para "pensadores criativos", esteja onde eles estiverem.

Bom, na verdade todos devemos estar em casa. E, como desde 2008 a gente acompanha as pessoas que enfrentam esse dilema de como se organizar no recanto doméstico, temos o que se chama mais modernamente de "lugar de fala". O mundo mudou e algumas decisões também. E, começamos a gravar novamente.

O programa de retorno é esse aqui, com uma passada geral no tema "Economia Criativa".

Para marcar o recomeço, temos várias formas de contato, em sua grande maioria, focadas em estabelecer uma relação direta com a audiência.

  1. Um canal/grupo no Telegram (que acho charmoso) e um Grupo no Whatsapp para envio de dúvidas em áudio. Siga por favor!
  2. Uma newsletter simpática que você TEM QUE ASSINAR
  3. Nosso perfil no Instagram em @falafreela, com bastidores da gravação, um twitter e um canal no youtube.
  4. E claro, o programa no Spotify, no Apple Podcasts, no Google Podcasts, no Pocketcasts ou onde mais você preferir

Pronto, agora, vamos à versão "adoro longforms" desse momento

Em 2007 eu gravava uns programas teste com a turma do Braincast, ainda em uma versão anterior a essa que hoje é um dos programas mais ouvidos do Brasil. Coisa de gente pioneira que planta, planta e depois nem colhe. Mas, pareço estar perdendo o foco. O fato é que o Carlos Merigo, criador de tudo isso que está aí, sugeriu: você podia gravar um só para os seus freelas aí do Carreirasol.org, hein?

Não sabendo que era impossível, fui lá e fiz. Fiz o primeiro com um headset que ficava preso em apenas um dos ouvidos, tinha custado R$ 5 no camelô da Uruguaiana e caía a cada frase. Fiz o segundo, chamei amigos, entrevistei pessoas e, em 2009, já era um dos programas mais ouvidos da segunda geração de podcasts nacionais.

E é aqui que a nossa história fica meio enevoada: fui ao longo dos anos adaptando esse primeiro podcast à minha realidade profissional, o que por si só é interessante. Uma arqueologia possível é ouvir como eu me apresentei ao longo do tempo nos primeiros segundos de cada programa. Começava mais ou menos assim:

Faaaalafreela, vai começar a meia hora mais valiosa do seu dia, o podcast do carreirasolo.org. Aqui, do Rio de Janeiro, Mauro Amaral…

E ia se adaptando a medida que minha carreira ia para um lado ou para o outro:

…redator e arquiteto de informação

…gerente de conteúdo de uma produtora

… head de conteúdo da contemconteudo.com

E, em mais de 200 programas, falamos sobre como trabalhar de casa, como ser empreendedor da própria carreira (antes de conhecer o que isso tem de não tão bom, à luz do estudo de Sociedades de Controle e cansaço…), a criar uma startup (coisa que tentei em 2013), a sobreviver ao recomeço.

E, por falar em recomeços, em 2018, achei que já tinha dado o meu recado. E migrei para o projeto mauroamaral.com. Até escrevi um manifesto explicando que ia desligar a atualização.

Mas aí, teve a pandemia

E todos enlouquecendo com o fato de terem que trabalhar em casa. Pense comigo: uma coisa é você querer fazer isso. Outra, é ser obrigado. Uma coisa é ter o sonho de trabalhar dentro do seu ambiente. Outra, é detestar a ideia.

Percebe a mudança de paradigma? Um home-office impositivo. Tem um público aí que precisa ser atendido. Um público "n"vezes maior, sendo "n" alguns segmentos INTEIROS de nossa economia.

Isso sem falar nas zonas relacionadas, nos desdobramentos em nossa saúde mental, em nossa gestão de recursos financeiros. Na forma de ensinar, aprender, criar os filhos, viver mais e melhor, ou menos e pior.

Mais do que um potencial para um bom projeto de conteúdo, me vi frente a frente com um dilema, que comecei a desenhar lá no primeiro parágrafo: "aquele que planta, planta…". Mas, tem mais: seria omissão não soltar a voz no momento que tanta gente pode estar precisando de ajuda.

Se, em 2008 éramos necessários, imagina agora.

E, daí, escrevi esse roteiro inicial para a locução do programa, que está disponível no post oficial do episódio:

Os programas têm um site: carreirasolo.org/falafreela

Embora o áudio que abra o programa de retorno do FalaFreela tenha sido gravado após o nosso reencontro, senti que faltava algo. E olha que estão sobrando bons momentos nos 30 minutos que você vai ouvir, mas ainda assim, senta que lá vem história. Uma prequel, se você preferir.

Eu, Domene e Carol, desde o começo do podcast, que remonta 2008, mantivemos um contato paralelo às gravações motivado por assuntos tão variados quanto propostas de negócios, ajuda mútua em jornadas acadêmicas ou só para saber mesmo como andava a vida daquelas pessoas que comigo ajudaram a montar um dos primeiros podcasts — senão o primeiro — a falar para o público de profissionais independentes, freelancers e empreendedores.

O tempo passou e com ele a constante impermanência das coisas, como manda o caos, o verdadeiro regente dessa pedra sideral. A vontade de voltar aumentou com o isolamento social e os home-offices compulsórios.

Pensei: se há 10 anos atrás a gente soava pertinente, que dirá agora. Nós temos que voltar, Domene sinalizava quando mostrei uma landing page da contém conteúdo sobre podcasts. Eu topo gravar, pronto falei, disse Carol, quando lhe pedi uma entrevista em tom de revival do projeto.

Calma, isso tudo será explicado no programa a seguir. Essa abertura é sobre outra coisa. Foi sobre a leitura que tive, sobre algo que me chamou atenção ao revisar e editar o programa — que conta com a mixagem luxuosa do próprio Domene que está a frente do estúdio Next desde sempre.

O que me chamou atenção é que — embora o tema seja o estado atual da Economia Criativa em tempos de Pandemia — , por baixo de cada frase, de cada piada, de cada raciocínio — , estava o tom do reencontro.

Em uma época em que reencontros só são possíveis de forma virtual. E um reencontro com pessoas tão importantes para a minha jornada como produtor de conteúdo digital e de podcasts em particular. Reencontro que precede o próprio encontro, aliás.

Tentei ao longo dos anos em meus bate e voltas em São Paulo tomar café com eles dois por inúmeras vezes. Mas, a rotina e voos com horário apertado (é comum eu começar o dia em SP e fechar o final da tarde já com algumas entregas no Rio, por exemplo), bloquearam esse papo. Por anos. Décadas.

Só o mesmo o Apocalipse para nos reunir, vou dizer já já no programa que marca o retorno da meia hora mais valiosa do seu dia. Só que o que para alguns pode ser o fim do mundo, para nós três talvez tenha sido apenas acepção mais literal da palavra: uma revelação.

Nos revelamos necessários, beirando os 50 anos, depois de achar que nosso podcast já tinha cumprido seu arco principal. Reiniciamos, então um novo ciclo.

Para onde ele vai nos levar, só vocês poderão no dizer.

Agora sim. Podemos começar.

E recomeçamos. Agora, é contar com a audiência de vocês.

--

--

Mauro Amaral
SobreNós

A conexão direta entre o fluxo da minha consciência e os ouvidos da sua. mauroamaral.com no Spotify