Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas: conheça o ativista Marcelo Rocha

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4 min readMar 13, 2023

Da periferia para o mundo: aos 25 anos, ativista brasileiro Marcelo Rocha assume cadeira no Movimento Ambição Net Zero para o Pacto Global da ONU no Brasil

“Neste 16 de março — Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas — , me sinto no papel de trazer cada vez mais jovens, especialmente os periféricos, para os espaços de decisão”, diz Marcelo Rocha.

Marcelo Rocha cresceu em Mauá, região metropolitana de São Paulo. Ainda muito jovem começou a se envolver com o ativismo ambiental para salvar o rio Tamanduateí, que nasce em sua cidade e deságua no Tietê. Perceber a relação do rio com a qualidade de vida da comunidade e conseguir contribuir para a sua despoluição foi um passo sem volta para aquele adolescente negro e periférico. Nesse caminho, ele ingressou no curso de Ciências Sociais. A oportunidade de ir à COP25 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), em Madrid, entretanto, fez o jovem alterar a rota para o curso de Geografia e fundar o Instituto Ayika. Ele se tornou referência na área, trabalhando e influenciando a sua geração, ocupando espaços em organizações históricas.

O jovem ganhou destaque durante a COP26, em Glasgow, na Escócia, onde discursou para milhares de manifestantes a convite da ativista sueca Greta Thunberg. Hoje, aos 25 anos, Marcelo Rocha acaba de assumir a cadeira de conselheiro consultivo do Movimento Ambição Net Zero para o Pacto Global da ONU e de conselheiro diretor do Greenpeace Brasil.

O Movimento Ambição Net Zero é uma iniciativa de aceleração que visa desafiar e apoiar as empresas integrantes do Pacto Global da ONU para o estabelecimento de compromissos em relação ao clima que sejam ambiciosos, baseados na ciência e que integrem o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 13 (Ação Climática) e os objetivos do Acordo de Paris em suas estratégias de negócio. É voltado, em especial, para empresas que querem transformar suas operações rumo ao net zero, isto é, zerar suas emissões de gases de efeito estufa (GEE), até 2030. O Pacto Global da ONU no Brasil foi criado em 2003, sendo a terceira maior rede local do mundo, com mais de 1,5 mil membros, que agora terão Marcelo Rocha como conselheiro em um programa de urgência ambiental.

“É uma grande honra ser convidado a ocupar esse espaço e uma alegria fazer parte de uma coalizão intergeracional na luta contra a mudança climática, que é uma responsabilidade de todos nós. Para mim, ser conselheiro de um movimento pelo Pacto Global da ONU é ver o reconhecimento da juventude e da juventude periférica enquanto vozes pertinentes nesse debate. Me sinto no papel de multiplicar isso e trazer cada vez mais jovens, especialmente os periféricos, para os espaços de decisão, porque o futuro não pode ser construído com apenas uma visão de mundo. Sozinhos não vamos frear a crise climática, precisamos envolver governos, empresas e toda a sociedade civil nessa causa”, comenta o ativista.

As empresas brasileiras que fazem parte do Pacto Global da ONU, porém, têm uma difícil tarefa pela frente devido ao baixo incentivo governamental no último governo presidencial. Marcelo aponta como o Brasil já foi visto como um sumidouro de carbono e atualmente é conhecido por ser um grande emissor de CO2, resultado da cultura de exploração, do consumo desenfreado e da desconexão dos habitantes com o território.

Para ele, o governo Bolsonaro representou um grande retrocesso para a pauta ambiental, tendo inclusive apresentado na COP 26 uma proposta que funciona como uma “pedalada climática”, segundo Rocha. Na prática, a proposta enfraquece a meta de redução de emissão de carbono do país, o que permite ao Brasil seguir elevando suas emissões em até 300 toneladas. Por isso, o ativista entra no Movimento Ambição Net Zero com a missão de criar estratégias que deem retorno às empresas pelo seu envolvimento com a agenda de sustentabilidade.

“O Brasil tem potencial para ser uma das principais lideranças do mercado de carbono do mundo, mas precisamos de uma ambição real nesse sentido, porque quanto à demanda, ela já existe. Uma pesquisa que o Instituto Ayika está coordenando mostra que, hoje, quase 80% da juventude se preocupa em saber mais detalhes sobre um produto antes de consumi-lo, pensa na causa que o produto transmite e como ela dialoga com aquele produto. O consumidor está se posicionando a favor do planeta, cabe às empresas fazer o mesmo”, afirma Marcelo.

Sobre Marcelo Rocha

Natural de Mauá, região metropolitana de São Paulo, Marcelo Rocha é um ativista pela educação, negritude e justiça climática. É fundador e diretor executivo do Instituto Ayika, uma rede de jovens ativistas comprometidos com o futuro do planeta que atua sob uma agenda interseccional, diretor geral do Festival Favela em Casa, conselheiro diretor do Greenpeace Brasil e conselheiro consultivo do Movimento Ambição Net Zero para o Pacto Global da ONU no Brasil. Marcelo é graduando de Geografia pelo Instituto Federal de São Paulo (IFSP). Instagram: @nosmarcelorocha.

TEDx Talks São Paulo: Marcelo Rocha fala sobre a emergência climática que vivemos e como sua vivência na periferia o levou a se engajar nessa causa. Fotógrafo, ativista em educação, negritude e mudanças climáticas. Uma das vozes brasileiras na COP25. Atua com periferias de São Paulo, onde idealizou o festival Favela em Casa e o Fundo Emergencial de Apoio a Artistas e Coletivos de Favela. Além de receber prêmio Arcanjo de Cultura com a mostra “QUEBRADA: São Paulo, na visão dos cria”. Assista:

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