Controvérsia Científica x Consenso Científico -POR QUE SUA OPINIÃO NÃO REFUTA CIÊNCIA?!
Analisando trechos do livro “Scientific Controversies: Philosophical and Historical Perspectives” da Universidade de Oxford de 2000, compreende- se em seu capítulo que trata sobre “Classificação de controvérsias científicas” que a controvérsia científica se dá quando a comunidade científica não entra em um consenso acerca de um mesmo tema, ou seja, diverge em determinado aspecto daquele tema.
Através dessa controvérsia científica surgem teorias e cada cientista apresenta então evidências científicas mais adequadas para comprovar a sua teoria, enquanto essa discussão não se chega a um consenso científico tem-se então uma controvérsia científica em curso . Quando se obtém o consenso científico, logo as controvérsias científicas que foram discutidas passam a ser controvérsia científica histórica.
Sabe-se a compreensão das ciências da natureza evoluem com o tempo, e que as controvérsias científicas são necessárias para se chegar a consensos científicos, consequentemente a grandes conquistas históricas da ciência. Temos ao longo da história vários exemplos de consensos científicos (Modelo Heliocêntrico de Copérnico, a Teoria da Relatividade, a Teoria Quântica) que já fizeram um dia parte de uma controvérsia científica.
Nos dias atuais mesmo quando um consenso científico é colocado pela comunidade cientifica em sua grande maioria esmagadora, por vezes ainda existe o que chamamos de “negacionistas”. Indivíduos que por causa de suas próprias ideologias, baseados em suas crenças pessoais e ou interesses próprios trazem para a esfera pública suas teorias sem nenhum fundamento empírico e nem teórico de relevância (PSEUDOCIÊNCIA), logo surgem assim as controvérsias científicas fabricadas (Ceccarelli, 2011).
Para finalizar, é essencial compreender essas definições para que, consensos científicos como os que a “terra é Redonda/Esférica”, ou seja, NÃO é plana e que “o aquecimento global é causado por ações humanas, ou seja, é antropogênico (IPCC, 2013)”, dentre outros não sejam postos em dúvida como vemos por vezes nos dias atuais. E apesar das verdades das ciências da natureza se “modificarem” com o tempo, é preciso entender que para colocar novas teorias como consenso científico necessita-se de muita observação, estudo teórico, estudo experimental, análise de dados, comprovações, discussões da comunidade científicas, ou seja, basicamente é imprescindível que as pessoas compreendam que “OPINIÃO NÃO REFUTA CIÊNCIA” e que negacionistas que nunca contribuíram para a discussão científica de forma relevante nem devem ser considerados.
REFERÊNCIAS
Baltas, A. Classifying scientific controversies. In P. Machamer, M. Pera, & A. Baltas, Scientific controversies: philosophical and historical perspectives. Oxford: Oxford University Press. p. 40–49, 2000.
Ceccarelli, L. Manufactured Scientific Controversy: Science, Rhetoric, and Public Debate. Rhetoric & Public Affairs, 14(2), p. 195–228, 2011. http://dx.doi.org/10.1353/ rap.2010.0222
COSTA, A. E. Aquecimento Global Antropogênico: Conceitos, histórico e consenso científico. Junho de 2020, Vila Velha.p. 1–7 Notas de Aula.
Junges, A. L.; Massoni, N. T. O. Consenso Científico sobre Aquecimento Global Antropogênico: Considerações Históricas e Epistemológicas e Reflexões para o Ensino dessa Temática. Revista Brasileira De Pesquisa Em Educação Em Ciências, 18(2) , p. 455–491, 2018. https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2018182455
IPCC. (2013). Summary for Policymakers. In Climate Change 2013: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [T. F. Stocker, D. Qin, G.-K. Plattner, M. Tignor, S. K. Allen, J. Boschung, A. Nauels, Y. Xia, V. Bex & P. M. Midgley (eds.)]. Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA.
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