O que são Pseudociências?

Antonio Bertollo
Me explica ciencia
Published in
2 min readJan 17, 2021
Photo by Farzad Mohsenvand on Unsplash

Para conversarmos um pouco melhor sobre o assunto, precisamos entender, em suma, o que é ciência.

Como bem dito no livro “Ciência e pseudociências”, do professor Ronaldo Pilati, caracterizar o conhecimento científico não é uma das tarefas mais simples que existem. Diversos filósofos, estudiosos e cientistas já se debruçaram no assunto e, acredite, não há, necessariamente, uma resposta final.

Graças aos diversos avanços tecnológicos, foi possível realizar maiores desenvolvimentos metodológicos e podemos dizer com tranquilidade que a ciência realizada hoje é diferente da que era realizada no passado.

Mas, mesmo com essas diversas mudanças, o conhecimento científico se utiliza de uma característica que não se foi alterada, um pilar, que é a falseabilidade.

A falseabilidade é a possibilidade de se testar a hipótese proposta. É uma forma de confrontar nossa crença que explica o mundo através da experimentação. Essa experimentação nos apresenta duas respostas claras, a primeira é: a hipótese apresentada é errada, pois não sobreviveu ao confronto com a experimentação da realidade. A segunda é: a explicação sobreviveu e, por hora, não foi possível falseá-la.

Dito isso, podemos dizer então que qualquer conhecimento que seja produzido sem a possibilidade de ser falseável não pode ser considerado científico.

Teorias que anseiam pelo selo de científicas têm que passar pelos padrões rigorosos exigidos pela ciência. Definido então, de forma resumida, o princípio de conhecimento científico, vamos passar a falar do que é caracteriza a pseudociência.

A pseudociência é um sistema de crenças que buscam se validar por meio de confirmação de suas afirmações, nunca ou raramente produzindo afirmações passíveis de falseamento.

Essas experiências pseudocientíficas, em geral, não se preocupam em estratégias racionais para defender seus sistemas de crenças. O selo científico é de altíssimo gabarito e confere alta confiança em uma teoria, e é por isso que a maioria das pseudociências buscam esse selo. Mas é nesse momento que falham, justamente por não compartilhar do princípio básico da ciência: ter caráter falseável.

Casos típicos de pseudociência envolvem fenômenos paranormais, extra sensoriais e os gurus que se definem como pessoas paranormais. São exemplos de pseudociências: experiências fora do corpo, experiências de quase-morte e fantasmas, astrologia, homeopatia, poderes paranormais, criacionismo, contatos com inteligências alienígenas, acupuntura, terraplanismo, curandeiras, dentre outros que não têm o selo científico.

Referencias:

Sagan, C., Mundo Assombrado Pelos Demônios, Companhia das letras, 2006.

Pilati, Ronaldo, Ciência e pseudociência: Porque acreditamos naquilo que queremos acreditar, Contexto, 2018.

Collins, H., O Golem: O Que Você Deveria Saber Sobre Ciência, Ed. UNESP, 2003.

http://www.each.usp.br/rvicente/TADI04_CienciaPseudociencia.pdf

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