O multiartista francês conta o que é arte para ele e dá um spoiler sobre seu primeiro disco, com previsão de lançamento para a primeira semana de maio

Crédito: Gleeson Paulino.

O multiartista, performer da Teto Preto, modelo, curador e youtuber francês de ascendência congolesa Loïc Koutana lança em breve seu primeiro disco. “Ser” está previsto para maio. Em entrevista ao MECA, ele conta um pouco do seu processo criativo e adianta o que podemos esperar do novo projeto.

O que passa na sua cabeça quando você está dançando?
“As duas primeiras palavras que vêm à minha cabeça são liberdade e beleza. Quando eu estou dançando, eu estou me sentindo de verdade, sinceramente, lindo.
Eu acho que estou sendo bem transparente, eu não estou me preocupando se eu estou suando, se eu estou lindo ou se estou incomodando as pessoas. Quando estou dançando eu sou a expressão do corpo, da minha alma e da minha beleza. Quando estou dançando, eu sinto que estou propondo uma comunicação com uma língua internacional, que é a língua do nosso corpo.

“Toda vez que eu estava mal, eu colocava os fones e ouvia música, assim eu criei uma bolha, uma camada de proteção para a minha alma.”

Como você vive a música?
“Hoje, finalmente, eu posso dizer que a música é a minha vida
. Eu sou bailarino, então, estou em contato direto com a música, ela é a minha ferramenta para poder expressar a minha arte, por mais que eu não precise de música, efetivamente. Por exemplo, o barulho da água, pra mim também é música. A música salvou a minha vida, quando a minha casa pegou fogo. Eu estava muito mal, sentindo meu equilíbrio mental indo embora, não conseguia controlar o que estava passando pela minha cabeça. E a música me salvou, de verdade. Toda vez que eu estava mal, eu colocava os fones e ouvia música, assim eu criei uma bolha, uma camada de proteção para a minha alma.”

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A gente sabe que vem novidade por aí. O que podemos adiantar para o público?
O meu álbum vai ser uma grande surpresa. Todas as poucas pessoas que ouviram até então dizem que se sentiram muito surpresos e viram uma transparência muito grande. Mesmo que eu esteja inserido na cena eletrônica, nesse disco eu e Zopelar misturamos todos os estilos musicais, sem se perguntar se isso está sendo legal ou se estamos sendo mais R&B ou hip hop. Uma música pode ter um momento muito triste, depois um beat box e momentos mais alegres. Fui muito inspirado pelo novo álbum da Solange, porque o meu disco, assim como o dela, tem muito de sinceridade. Vocês vão precisar ouvir duas vezes, a primeira para você se acostumar com o meu universo e a segunda, para você entrar, de fato, nele. É um álbum para as pessoas entenderem minha alma e não meu gênero musical.

Essa entrevista foi feita pela repórter Débora Stevaux e faz parte da edição #026 do MECAJournal. Segue a gente no Instagram? E no Twitter também?

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MECA // Informação, cultura, criatividade e festivais: um radar da cena cultural do Brasil e do mundo. @mecalovemeca

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