Entrevista: Marina Lima faz música para conectar, transformar e espelhar a alma de muita gente

Conversamos com a rainha dona de uma das vozes mais cativas e fugazes da música brasileira sobre uma porção de coisas, entre elas, sobre seu show no MECANewYear no Inhotim!

Marina Lima incendiária. (Crédito: Rogério Cavalcanti).

Marina Lima é uma das vozes mais cativas & fugazes da música brasileira. A cantora, compositora e instrumentista carioca de 64 anos — 40 de carreira — ostenta, com delicadeza, uma alma do mundo por transitar, com passos rápidos, entre todos os tempos com sua música. Do pop ao rock, do eletrônico à sofrência, Marina estreia conosco (muito exclusivas né, bb?!) sua turnê “Pra Começar”, que costura com uma linha cintilante as músicas que tocaram os sentimentos de tantas gerações pelos seus 21 discos.

Seu show no sábado (28/12), no MECANewYear@Inhotim, promete alguns dos hits mais dançantes e profundos de toda a sua história, estão entre eles: “Fullgás”, “Veneno”, “Pessoa”, “À Francesa” e muito mais. A cereja do bolo é a participação mais-que-especial da rainha que nós já vimos nas artes plásticas e que mexeu demais com a gente: Letícia Novaes, aka Letrux.

Marina Lima e Letrux durante as gravações do DVD “Letrux Em Noite de Climão”. (Crédito: Sillas Henrique).

Em entrevista aos repórteres Débora Stevaux e Dimas Henkes, a multi-artista virginiana que lançou seu primeiro livro “Maneira de Ser” em 2012 e foi tema do recente doc. autobiográfico “Uma Garota Chamada Marina”, dirigido por Candé Salles, contou pra gente sobre seu mais recente disco, “Novas Famílias”, as famílias que reconheceu por aí, sobre os porquês de cantar e também sobre tingir em notas de vermelho o palco com Letrux. ❤

O que vai ficar em você mesmo se o vento levar?

“Meu amor e curiosidade pelas coisas. Pessoas, acontecimentos, imagens, lembranças… Isso vou sempre carregar comigo.”

Se a sua música fosse uma plantinha ou uma flor, qual seria? E por quê?

“Poderiam ser 3: Uma gerbera (uma vez recebi um bouquet de gerberas e fiquei impressionadíssima); angélica (o cheiro me deixa absolutamente inebriada) ou rosa (acho lindas e eternas).”

Gerbera, angélica e rosa. (Crédito: Reprodução)

Um comentário de uma pessoa numa versão da sua música “Não Sei Dançar” no Youtube diz que “ouvindo essa música, no fundo de uma cela, no antigo presídio São Bernardo em Campinas, refleti pela primeira vez no monte de merda que eu andava fazendo da minha vida.” De que forma você acredita que a sua música pode transformar as pessoas?

“Essa é a segunda razão pela qual eu faço e lanço músicas. A primeira é uma necessidade interna e profunda de me expressar e a segunda razão é tornar minha obra pública para que possa conectar, transformar e espelhar a alma de muita gente.”

Ouvindo seu novo disco “Novas Famílias”, o 21º da sua carreira, a gente percebe que você tem o dom de se renovar e permanecer atual e fantástica como sempre. Qual foi o sentimento que norteou seu novo trabalho?

“A mudança (há dez anos mudei pra São Paulo, sendo do Rio de Janeiro); As novas famílias que criei (meus pais e irmão já se foram mas encontrei outros núcleos profundos aqui) e todo o movimento de renovação que no Brasil e no mundo se passou, criando possibilidades e validando essas novas famílias que surgiram.”

A gente vai te ver nas artes plásticas e temos certeza que o seu show no MECANewYear@Inhotim vai mexer muito com a gente. O que podemos esperar da sua apresentação?

“Boa pergunta. Resolvemos que agora, para esses shows de festivais, eu preciso me reapresentar para um novo público. Por que? Porque o público de festival é essencialmente muito jovem. Então eu imagino que eles até tenham ouvido algumas canções minhas ou herdado o repertório dos pais, mas é quase certo que poucos me viram ao vivo. Então pretendo fazer desse show em Inhotim e dos próximos festivais que eu participar, uma síntese do meu trabalho nesses anos todos, tanto musical quanto visual. Estamos caprichando para esse show.”

Simbóra pro MECANewYear@Inhotim com a gente?! ❤

Recentemente, saiu um documentário sobre momentos lindos da sua vida. Como foi ver você, sua músicas e sua história no telão?

“Foi melhor do que eu imaginava (risos). Mas pelo Candé Salles ser muito próximo e com um talento absurdo para captar momentos reveladores, eu gostei do resultado. Mostra quem eu sou realmente, sem idealizações ou culto. E tem muito humor também.”

Sua música “À Francesa” voltou com tudo para as pistas de dança de 2019. Qual a história por trás da letra?

“Essa foi uma música que pincei do Claudio Zoli, não tinha letra ainda e aí eu levei direto para o Cicero. A letra é a cara do Cicero e minha, fala da noite, da velocidade das coisas e da aposta no presente.”

O que você não deixaria nem no passado e nem no futuro?

“O presente.”

É muito bom de ouvir você e Letrux juntas, vocês formam uma dupla musical avassaladora. Como é colaborar com a Letícia em músicas e, agora, em shows?

“Eu a amo. Acho a melhor coisa que surgiu no Brasil nos últimos tempos. E nos shows me divirto sempre com ela e com sua banda. Esse show em Inhotim ainda tem essa cereja no bolo.”

Da próxima vez, a gente vem ao contrário, tá?! ❤

Segue o MECA no Instagram? E no Twitter também?

--

--

Débora Stevaux
MECA // Informação, cultura, criatividade e festivais: um radar da cena cultural do Brasil e do mundo. @mecalovemeca

repórter de cultura & social media do @mecalovemeca que escreve porque acha que a arte é transformadora o suficiente para gerar impactos sociais positivos