Em edição inédita, MECA retorna às origens e toma conta das ruas do 4º Distrito da capital gaúcha para promover diálogos

-Foto: Rodolfo Magalhães

Pela primeira vez, a zona industrial de Porto Alegre será ocupada por uma programação multicultural. Em sua edição de estreia, o MECA (Caldeira) promoverá encontros entre artistas, empreendedores, criativos e pensadores de várias partes do mundo. O festival, marcado para o dia 21 de outubro, será realizado nos arredores do Instituto Caldeira, um dos principais hubs de startups do Brasil.

Não por acaso, o ponto chave da agenda será a inovação. Entre as conferências, o destaque ficará com o britânico Charles Watson, mestre da criatividade. Enquanto isso, o line-up musical focará em artistas que representam autenticamente as particularidades sonoras brasileiras, como Gaby Amarantos, com seu pop amazônico, e Johnny Hooker com a nova sofrência.

“Apostamos alto na potência dos diálogos. É através da experiência, sendo ela ouvida, dançada, falada ou sentida, que podemos criar alternativas para um futuro que valha a pena”, diz Hellene Hoy, CMO do MECA.

Gaby Amarantos

Novo show instiga a reflexão sobre uma Amazônia futurista e uma floresta tecnológica cheia de alegria.

Os Mutantes

Elogiada até hoje, a sonoridade moderna e autêntica de Os Mutantes é preservada por Sérgio Dias, membro da formação original do grupo, que também tinha Arnaldo Baptista e a maravilhosa e saudosa Rita Lee.

Perotá Chingó

Depois de ganhar o mundo virtual com o fenômeno ‘Rie Chinito’, as argentinas Julia Ortiz e Lola Aguirre seguem fazendo folk com acento latino-americano.

Johnny Hooker

Não poderia ser mais perfeito esse tributo a Marília Mendonça. Superação coletiva de qualquer dor de cotovelo, esse show performático é um mix de canções passionais, clássicos do brega e músicas autorais do cantor.

DINGO

A banda porto-alegrense volta repaginada para os indies cantarem o inesperado da vida, sentimentos e sensibilidade. Com novo nome, eles apresentam um disco maduro — ‘A vida é uma granada’ — em terras gaúchas.

Julia Mestre

Vocalista da banda Bala Desejo, a cantora exibe seu novo álbum solo — ‘Arrepiada’ — pra ouvir devagar. Entre as suas referências há de Billie Eilish ao bolero.

Onda Vaga

A buena onda argentina une reggae, ska, pop rock, entre outros ritmos. A banda volta ao Brasil e apresenta os melhores hits da carreira.

Alto da Maravilha

Há um eterno renascimento na música brasileira. O encontro bonito de Russo Passapusso (BaianaSystem) com Antonio Carlos e Jocafi traduz a máxima. Feito em trio, o disco ‘Alto da Maravilha’ é a síntese do afrobeat e do afrofuturismo.

Charles Watson, um mestre da criatividade

Charle Watson é educador, pesquisador e palestrante motivacional britânico. Desde a década de 1990, ele realizou 62 projetos em 15 países diferentes. Ao todo, acumulou 1.800 horas de entrevistas sobre seus respectivos processos. No início, com artistas e curadores. Agora, a investigação continua com profissionais das área de neurociência, psicologia, genética e física.

O que faz você querer estudar a criatividade?

[Quando estudava na escola de arte], desenvolvi um ritual de manter um caderno no qual fazia anotações todas as noites depois de sair do meu estúdio. Foi uma forma de me afastar do meu trabalho para conseguir vê-lo com mais objetividade. Mantive o hábito e isso me ajudou a entender os obstáculos autoimpostos que se interpunham entre mim e meu ofício. Além disso, ainda na Universidade, li um livro do Arthur Koestler sobre o processo criativo que me marcou. Fiquei curioso sobre o assunto e passei a ler artigos em revistas de ciência e psicologia. Mas foi no início dos anos 1990, quando decidi desistir de trabalhar como artista, que isso se tornou um interesse primordial e comecei a ler vorazmente.

O que é o verdadeiro ócio criativo?

É o envolvimento, em horas livres, com atividades que trazem significado para a vida das pessoas, mas que não são normalmente associadas ao dia a dia do trabalho obrigatório. Em outras palavras, não é maratonar por oito horas na Netflix.

Pode dar exemplos que funcionam para você?

Eu sou velejador. É uma atividade que me posiciona rapidamente no mundo ‘real’. Há anos também pratico natação, meditação transcendental e leio muito. Sempre com um caderno à prova d’água ao lado, quando estou nadando. É justamente nesses momentos que o cérebro é capaz de criar novas conexões entre ideias. Quando se trata de desempenho inventivo, essas atividades paralelas chamadas de ócio criativo só fazem sentido quando associadas a um verdadeiro investimento na atividade principal.

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MECA
MECA // Informação, cultura, criatividade e festivais: um radar da cena cultural do Brasil e do mundo. @mecalovemeca

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